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domingo, 18 de março de 2012

Estilhaços de Madeira

NEGRUME NA RUA DAS PRETAS

Vários têm sido os apelos de amigos do património sócio-cultural a defender o regresso da Confeitaria Felisberta. Debalde, como é natural. Ali o que dá é um rico bloco de cimento, de 6 ou 7 pisos...
As lojas estão lá, na carismática Rua das Pretas: do Largo de São Pedro ao Largo da Igrejinha, encontramos pronto-a-vestir, sapatarias, cafés e restaurantes, tabacarias, ourivesarias, casas de mobílias, lavandarias. Mas também muitas fachadas sem vida, portas e montras forradas a papel pardo. A diferença entre as casas abertas e as defuntas é que as primeiras têm empregados e as últimas não. A semelhança entre ambos os tipos é que se as casas que já fecharam as portas não recebem qualquer cliente, as que continuam de portas abertas também não.

Funchal à Noite, Casa Covilhã... Cheiro
a naftalina, Madeira Velha, dirá "ele".
Foi o que deduzimos no alto da manhã deste sábado. Os fantasmas comerciais forçam saudades dos tempos gloriosos de uma rua que fervilhava de povo como carreiros de formigas alinhadas de loja para loja. Tempos florescentes da Casa Campos, da Covilhã, da Pastelaria Íris, da Confeitaria Felisberta...Pois à passagem deste sábado por essa rua, vimos que numa loja um patrão cismava enquanto dois empregados arrumavam montras; noutro estabelecimento, a funcionária falava ao telemóvel; noutro ainda, duas empregadas trocavam impressões uma com a outra, de cigarro na mão, à porta...
Clientes, nada. Quietude, silêncio, tédio, caixas fechadas.
Adeus, Madeira.

O que o descalabro político fez da minha cidade...

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