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sexta-feira, 16 de março de 2012

SÁBADO Política das Angústias


:Gozando cara a cara com o povoGOZANDO CARA A CARA COM O POVO

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Sua excelência o "rei das Angústia" tornou a satisfazer uma vontade bem querida do povo madeirense: gozou-o descaradamente com as câmaras de TV todas ligadas, para que não se perdesse uma só palavra da humilhação em directo.
Trata-se de uma praxe com 36 anos de que o eleitorado não abdica. O ditador dita, persegue, discrimina, esterca mentiras e imbecilidades às claras, sem o resguardo de um simples biombo. Depois, em cada acto eleitoral, comparecem os liliputianos cidadãos da Madeira Nova vestidos de peçonha e maus cheiros para agradecer a porcaria despejada no ambiente pelo bojardas quebra-costas e pedir-lhe mais quatro anos de pântano fecal.

Humilhado por discursos que agridem a mais elementar 
inteligência de cada um, o povo insiste em fazer de tapete de
sua excelência o "rei das Angústias", por uma
espetada e um copo de vinho seco.

Com toda esta legitimidade escatológica, o "rei ", apesar de praticamente já metamorfoseado em "fantasma das Angústias", afirmou quinta-feira no encerramento do debate orçamental, sem pudor, que o PSD-Madeira "ao longo destes anos" tem sido "oposição ao fascismo, ao liberalismo e ao conservadorismo". O povo escuta o descaramento. Sabe que um fascista não faz oposição ao fascismo. Conhece o liberalismo selvagem que o soba diz combater mas que deixa os seus lambe-botas oportunistas praticarem. Lembra-se das sinistras políticas do salazarismo e sofre com o conservadorismo que o jardinismo redimiu. E o povo aplaude os dislates.
No parlamento fantoche, que em vez de fiscalizar o governo é fiscalizado pelo soba, alardeou rei ditador: "Portugal encontra-se numa autêntica situação de insustentabilidade social, económica e financeira... de forte perda de competitividade do conjunto de toda a sua economia..."

Atolados no estrumal até aos joelhos

E o povo não pergunta: V. ex.ª refere-se à Madeira? O povo nada pergunta. Lembra-se da espetada e do vinho seco no comício de campanha e dá mais palmas ao regedor das Angústias.
Ele, impante de ego narcísico, mais se permite bojardar na cara do povo: os cidadãos já atingiram o limite "de não poderem pagar mais para este Estado esclesorado". O povo sabe que esclerose é a doença menos grave de quantas a Madeira sofre, mas faz o que o soba manda, olha para o Rectângulo por cima do estrumal que o atola até acima dos joelhos.
O importante é lembrar que Portugal, no tempo dos socialistas, "viu o desemprego se agravar, viu aumentar as desigualdades sociais e assistiu ao alastramento da pobreza". Mas - podia equacionar o povo manhoso, ainda que em surdina - e que tal recordar os 22 mil desempregados, as desigualdades sociais e o alastramento da pobreza na Madeira? Isso! O povo já sonha com mais umas patuscadas de bolo do caco e poncha estilo xavelhinha, dançando e cantando ao som pimba do Tony Carreiras, nas eleições de 2015. 
Pela enésima vez, lá vomitou chefe da tribo cobras e lagartos que guarda bem guardados desde o tempo do governo socialista, o qual, requentou ele, "cortou as pernas" e "roubou" as grandes riquezas destes penhascos no Atlântico. Como por exemplo nas transferências financeiras relativas aos serviços regionalizados na Educação e na Saúde. O povo tem presente que o objectivo do soba, nos primórdios da neo-ditadura, foi regionalizar, regionalizar, para mandar, mandar. O resto logo se veria. Pois tantos séculos depois vem o sujeito atirar peçonha para os olhos do povo. E o povo curva-se, agradecido - e disposto a renovar a continuidade.
Na "casa de loucos" - expressão do rei dedicada ao parlamento da autonomia -, soba dirigiu-se propositadamente à maioria laranja, ao expelir baboseiras recorrentes, na esteira dos seus "princípios" que não admitem a discriminação. Ignorou "aqueles que se sentam nas bancadas da oposição" e que têm "o apoio dos proprietários dos meios de comunicação social". Tudo para descartar para a oposição as culpas de o povo madeirense "ter hoje de pagar mais impostos". E o povo madeirense encaixa semelhante gozo, apesar de saber que quem desgoverna desbragadamente as ilhotas há mais de 30 anos é o soba do discurso e não partidos que nunca puseram os pés no estribo do poder regional.

Os mais carenciados... de novas adjudicações

"Este sistema político não está em condições de poder reformar Portugal... é preciso dar o passo em frente." Esta, eu próprio aplaudiria, se o "rei das Angústias" se referisse à Madeira.
Embora importunado pelos apartes persistentes do deputado trabalhista José Manuel Coelho, número espampanante perfeitamente adequado à carnavalesca personagem que perorava perdigotos políticos a partir da tribuna, o soba atreveu-se a dizer em directo: "O PSD, na gestão deste orçamento, nortear-se-á pelos valores da igualdade de oportunidades, do reconhecimento do mérito, da iniciativa e capacidade individual, da valorização do trabalho, do apoiio aos mais carenciados e àqueles que dispõem de menor capacidade para resistir ou ultrapassar as dificuldades."
Sim senhor! O homem, repito, não segredou estas palavras numa roda de amigos. Não foi no café, foi num parlamento e com a TV no ar. Igualdade de oportunidades, sim, para aqueles que, mesmo antes da licenciatura, já têm lugares atribuídos - os felizardos com berço de ouro alaranjado. Os rebentos oriundos da nata, que até nem têm culpa do regime em vigor, estão onde estão, como este povo invertebrado bem sabe, quando ouve o grandalhão  de barro falar de "igualdade de oportunidades". Quanto a "reconhecimento do mérito", é só olhar para a hierarquia, a começar pelo soba, licenciado em advocacia que nunca pôs os "presuntos" na barra. Apoio aos mais carenciados? Só se for aos que sentem uma extrema carência de mais umas adjudicações em obras de cimento e alcatrão.
O povo, que conhece tudo isto, manda-nos calar. Ouçamos então o que diz o chefe ao povo mergulhado no seu masoquismo imobilizante: "Não deixaremos que, na Madeira, o Estado Social seja posto em causa, quer pelos contextos nacional e internacional terrivelmente adversos, quer pelos adversários da autonomia e do PSD, que são marionetas dos interesses da Madeira Velha e dos seus aliados burgueses da esquerda caviar." Se o rei o garante na Madeira, então em que terra é que as farmácias suspendem fornecimentos por causa de dívidas governamentais que arrepiam? Em que tribo do interior o hospital não tem medicamentos nem sequer para doentes terminais? Em que aldeia mal-amanhada faltam alimentos e papel higiénico nas escolas? Julgava eu que o chefe da tribo falava da Madeira.
"Não deixaremos"? O povo já percebeu bem percebido que o homem não tem poderes para deixar ou não deixar o que quer que seja, porque preside, digamos assim, a um governo que não governa nada, que se limita a fazer o que o ministro Gaspar e a Troika mandam e ainda assim com a condição de não mexer em capital... porque os cavalheiros da entourage são perigosos quando há dinheiro vivo à mão. Inventam necessidades de obras que nem ao diabo lembrariam.

Ditador de musseque

Ele disse-o: "Não deixaremos!" Mas vai deixar. Vai deixar o povo que ele diz defender pagar a gasolina mais caro do que a vendida no Continente. Vai deixar que o IVA suba para o delírio dos 22%, ou seja, apenas menos 1% do que no Continente, o que nos tramará a vida porque os transportes encarecem os produtos importados para níveis insuportáveis. Além dos reflexos na caixa das casas comerciais. Ora se vai deixar!
O que o Estado Social não colocará em causa é a situação dele, o "rei das Angústias", única criatura no país que soube trabalhar para a sua velhice e a quem ninguém agora tira os dois vencimentos obscenos. E o povo que os vá pagando. O povo? Pois, mas o povo esfomeado, desempregado e espiritualmente de rastos dá graças por ser tão enxovalhado pelo ditador de musseque.
E as promessa que ele fez, certamente para gozar também os pequenos e médios empresários? Que vai alienar bens públicos para proporcionar recursos financeiros ao sector produtivo. De gargalhada, não fora o dramatismo da situação. Que é feito dos sectores estratégicos como a Electricidade e os transportes públicos que nunca por nunca seriam privatizados? Ajudar as PME só se for a preencher na Loja do Cidadão a papelada para a insolvência.
Diz que vai "corrigir a dinâmica concorrencial". Será que se refere ao mundo dos jornais? Nem por sombras. Ele explica: "As propostas fascistas dos partidos da oposição pretendem fechar o Jornal da Madeira para dar o monopólio da informação ao Grupo Blandy e às suas correias de transmissão maçónicas RTP-RDP." Portanto, em reacção a tais maquiavélicos intentos, o soba contra-ataca gizando e executando um plano para fechar o "Diário de Notícias" e assim "assegurar na Madeira o pluralismo democrático da informação". Não se inibe de dirigir, "incluso", parabéns ao JM, esse jornal que encarna intransigentemente o "pluralismo político e religioso", goza ele.
O povo conhece de jornais, não se faça de novas. O povo sempre concordou com o slogan "Dia sem Diário não é Dia". De há gerações para cá, dizia: "O Jornal, nem de borla!" Ora, hoje que o JM realmente é "de borla", embora com a tal mentira diária na capa, os tais 10 cts fictícios para justificar ilegalmente a publicidade, que faz hoje o povo com aquele que "nem de borla"? O povo faz longas bichas na Fernão de Ornelas desde madrugada, de um lado e de outro da porta do JM, para receber o seu exemplar grátis, pago pelos impostos dos demais conterrâneos, para ler a propaganda que antes "nem de borla".
Ignorante, inculto, o povo? Sabido, isso sim.

O povo oportunista será o primeiro a...

O povo talvez estranhasse, mas o rei pronunciou pelo menos esta verdade naquelas horas de vilipendiar quem lhe paga os dois vencimentos: "A estabilização financeira e das contas públicas da Madeira é a base para quaisquer medidas de crescimento da economia e do emprego." Só uma nuance: não é; devia ser. Não é base nenhuma porque nem haverá estabilidade financeira enquanto aquele troglodita não for posto fora do trono das Angústias. Logo, são inúteis quaisquer medidas de crescimento da economia e do emprego. 
Nas declarações em directo, o homem afirmou que se fizesse o que a oposição queria, teria governado em clima de despesismo público.
É preciso abanar o povo, perante um atentado destes à inteligência de cada um?
Vamos continuar isto, vamos cumprir aquilo, vamos incrementar aqui, vamos melhorar acolá. O povo, esperto, dá palmas, mesmo consciente de que o rei não tem condições para prometer nada, simplesmente repete o disco: prometeu na campanha não aumentar impostos e, agora, apertem o cinto e agarrem-se bem porque o estrondo no mês de Abril está quase.
O eleitorado conhece tudo isto e com a profundidade suficiente para pensar num correctivo ao autor das políticas suicidas que tornaram a Madeira refém da crise e da dívida escondida pelo próprio arguido, o "rei das Angústias". Mas o povo, depois de horas de discurso a gozá-lo indecente e friamente, admite sequer arrepiar caminho? Longe disso. Subsiste uma esperança de que a espetada com vinho seco aguente mais algum tempinho. Para vergonha das antigas e valentes gerações de madeirenses, a geração actual vende a sua dignidade por um prato de lentilhas. O povo sabe muito. É manhoso e sabido. Tão sabido que já estou a ver de onde partirão os primeiros chutos no traseiro do moribundo quando o povo perceber que o passamento político é irreversível.






1 comentário:

André Escórcio disse...

Amigo Luís,
Parabéns pelo texto. É um bálsamo, no sentido de consolo, ler esta construção, quando em redor vemos tanta gente distraída em tantos sectores e áreas de intervenção. Gente acomodada, gente com coluna de plasticina e gente que vende a consciência a um homem que sempre fez da mentira política a sua própria sobrevivência. Este texto, a par de tantos outros, político mas independente, deveria ser lido e explicado, para já, aos 58.000 sem instrução, gerados e criados, intencionalmente, para a obediência cega.
Um abraço.