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domingo, 22 de abril de 2012

Madeira ao Vivo

VELHOS DESCONHECIDOS NA TRIBUNA DA FLOR

Albuquerque e Manuel António Correia não se falaram, nem à despedida nem nada... como se não se conhecessem de lado nenhum. O presidente da Câmara cumprimentou Jardim, de passagem, e foi tudo

Chefe Jardim, Manuel António e Miguel Albuquerque sentaram-se a distância regulamentar uns dos outros. Cunha e Silva, provavelmente, preferiu ver o cortejo na Calheta, pela TV. Ou então foi ao Nacional-Sporting.


Os ares estão cada vez mais turvos no laranjal. A parada de estrelas alinhadas para brilhar à margem da Festa da Flor, na 'tribuna A' reservada à Secretaria Regional de Turismo, na entrada do cais, mostrou aos observadores mais atentos como, mesmo no plano pessoal, as diferentes correntes social-democratas divergem cada vez mais umas das outras.
Constatou-se novamente, claro, aquele habitual comportamento do rei Jardim, género 'claqueiro' do antigo teatro de revista que aplaudia determinadas partes da peça para contagiar o público. O homem fazia questão, neste domingo, de puxar pela compacta assistência na passagem de cada grupo do desfile. Mais para se dar por ele, à conta do espavento, do que para premiar as trupes, como se percebe facilmente.
Na mesma 1.ª fila da tribuna em que se encontrava o imperador a comandar a postura do público, mas mais na lateral esquerda, pontuava Miguel Albuquerque de óculos escuros e uma bem visível camisa branca, táctica usada também por Manuel António Correia no que diz respeito à camisa. O secretário do Ambiente assistiu ao desfile a partir da 2.ª fila, a 3 escassos metros do presidente da Câmara. Todos como velhos... desconhecidos. Cada qual a dar atenção ao curto núcleo em redor. Sem ver os outros companheiros de partido.
À chegada, Miguel Albuquerque não fugiu e cumprimentou chefe Jardim. Tinha de passar por ele, porque a fila era a mesma. E foi tudo. Durante o desfile e no espaço reservado à debandada final, ali no tablado reservado a vips, os barões do laranjal não se falaram. Quanto a Manuel António e Albquerque, se por acaso se viram um ao outro, não acusaram a 'descoberta'. 
João Cunha e Silva não apareceu no nosso raio de visão. Calheta, pela certa. Ou o futebol na Choupana. Sérgio Marques, um nome em bolandas nas últimas semanas à conta dos avanços e recuos do seu chefe máximo, ficou-se discretamente no meio da plebe que se amontoava na separação das faixas de rodagem da Avenida, no enfiamento da Assembleia Legislativa.

Luta renhida no corredor da fama

Na tribuna, lutava-se vivamente pela evidência político-social. Miguel Albuquerque acorria ao encontro dos cidadãos que, do empedrado da rua para o alto da bancada, faziam questão de o cumprimentar e dirigir palavras que, pela gesticulação acalorada, se adivinhavam de incentivo à candidatura no PSD. De viva voz, ouvimos outro cidadão, um dos muitos a quem Manuel António Correia concedeu alguns instantes de contacto e diálogo, incentivar o governante: "O senhor dava um bom presidente!" Ao que Manuel António respondeu com bom humor: "Pois, mas este senhor aqui não deixa!" Referia-se ao trabalhador aplicado que redige aqui o blogue da Fénix. O tal apoiante não desistia: "Não deixa? Fique descansado que eu dou-lhe a volta." E o secretário: "Não acredito, é impossível."
Manuel António Correia lá partiu à sua vida, bem disposto. O chefe Jardim já se livrara do 'palhinhas', que lhe protegera a calva do sol forte, para fazer o mesmo, isto é, zarpar rumo à vida. Já disparara, salvo seja, a bojarda do dia, porque microfones não lhe faltam para o efeito: que Carlos César é incompetente, catarse feita, pronto, ala que se faz tarde.
...E Miguel Albuquerque tomou conta do palco. Na zona central da tribuna, pouco antes ocupada pelo grande patrão das Angústias, o presidente da Câmara deixou-se ficar um minuto, dois, cinco, dez... Os diálogos breves a sucederem-se, tal como os beijos a damas trajadas com requinte, enfim, um daqueles chamados 'banhos de multidão', se é que se pode chamar 'multidão' à sociedade mais chique da praça.
Chegou a hora de descer para o terreno. Miguel Albquerque, completamente senhor da situação, fez sinal aos homens da limpeza que aguardassem até às fotografias finais, a última das quais registou o candidato no meio de uma multidão de turistas que fizeram questão de com ele posar para D. Posteridade.
"É pena aqueles não poderem votar nas eleições do PSD", ouvimos um 'amigo de Peniche' sussurrar ao lado.
Não era nenhum delfim, por mero acaso. 


Chefe Jardim refrescou aquele insaciável ego em mais uma tarde verdadeiramente imperial. Como passará, de futuro, sem estas manifestações criadas para ele brilhar? Ainda bem que os fiéis de Santa Cecília, que se recusaram a ouvir o mestre de manhã, no adro, não vieram à festa.



A fascinante representação de Câmara de Lobos emocionou os milhares de assistentes.


Matilde, Diana (aqui em primeiro plano) e demais meninas de 'Chico e Companhia' deram espectáculo vistoso e um especial brilho ao cortejo da flor.


Sérgio Marques, aqui de um vermelho imprevisto, 
prima normalmente pela discrição. Como espectador
do cortejo, refugiou-se no meio da plebe.


Já sem chapéu 'palhinhas', Jardim, junto de Conceição Estudante, prepara-se para retirar. Albuquerque, à direita na imagem, e Manuel António, ao centro, preenchem tempo com muito faro.



Albuquerque, neste momento, vai herdar o palco da tribuna para largos minutos de glória. Manuel António, já na 'plateia', cede às solicitações para também 'fazer render um pouco o peixe'. Dá a impressão que Manuel António e Miguel não se conhecem de parte nenhuma.



Albuquerque chamado para uma foto de família com turistas... que, como se sabe, não podem votar nas eleições internas do PPD.



O presidente da Câmara fez sinal aos homens da recolha de lixo para aguentarem um pouco antes de começarem a limpeza. Havia serviço social ainda por fazer, conforme testemunhou no local Costa Neves, vereador que Jardim não indicou para integrar a lista de Bruno.

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