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sábado, 26 de maio de 2012

Bola para o Sarrame

PORTUGAL RESISTIU BEM AOS MACEDÓNIOS


Antes de assobiarem, reflictam, senhores: se os amigáveis europeus deste sábado fossem a valer, Portugal estava em 1.º lugar no 'grupo da morte' e lançado no apuramento à 2.ª fase! Vejam o que aconteceu à Dinamarca, aos holandeses e aos alemães!


Paulo Bento (foto ASF)
Paulo Bento adormeceu o país durante pelo menos meia hora. Depois, prometeu melhorar o seleccionado. 

Este particular contra a Macedónia deu para tudo. Matámos saudades do futebol tipo 'trapalhança' da era Queiroz. Revivemos os tempos das eliminatórias à Scolari, com assobios do público a partir da meia hora de jogo.
"E o burro sou eu?!"
Sobretudo, voltámos a ser desafiados no quociente de inteligência, com cada espectador ou telespectador a interrogar-se sobre as razões de certos jogadores serem internacionais.

Uma tarde bem passada, pois, embora não víssemos a partida na íntegra. Depois daquele início de rompante e alegre na bancada, aqueles pulmões cheios de saúde a entoar 'A Portuguesa', o encorajador 'Por-tu-gal-Por-tu-gal', as câmaras a mostrar os altos níveis de confiança de Paulo Bento e até de João Pinto... Depois disso tudo, já com a bola a rolar, reparou-se que o jogo não adiantava nem atrasava, nem aprofundava nem lateralizava, não aquecia nem arrefecia.

Bola para aqui, para trás, mais para trás, e aquela pancada de sono depois do almoço...

Eram umas cinco e um quarto da tarde, havia 15 minutos de partida jogada. O almoço, embora sem rega, terminara tarde. A bola em Quaresma fazia que andava, mas não se mexia, e quando se mexia era para fugir de campo. Ronaldo andava pela esquerda, nós procurávamos com a vista o ponta-de-lança que concluísse um centro, mas não vislumbrávamos sombra de Hélder Postiga.
João Moutinho andava pelo meio campo, simulava passe adiantado não sabemos para quem, mas atrasava lá para trás para Bruno Alves, e este para a linha lateral, onde acampara Fábio Coentrão, este ia, ou fazia que ia, a bola saía aos repelões... ou então ele atrasava outra vez para Rolando... e este, apertado pelo avançado contrário, dava mais para trás para o guarda-redes Beto. Este olhava para trás, mas como não visse alguém a quem atrasar ainda mais, a não ser o apanha-bolas atrás da baliza, logo fora de jogo, lá se via obrigado a servir João Pereira. Aqui era pior, porque o rapaz que já é do Valência parecia acelerar, corria, corria, mas era desarmado por Quaresma e lá vinha a bola percorrer a via-sacra anterior, com sucessivos atrasos.
De modo que aquilo foi dando uma 'pancada' aqui no telespectador. Um combate inglório para manter os olhos abertos. Ruben Micael ainda tentava despertar interesse, trocava a bola sem mácula, muito certinho, mas depois aquilo ia para trás outra vez, lá vinha mais uma guinada na cabeça do telespectador como quem pesca bodiões... E dos 17, 18 minutos de jogo não nos lembramos de mais nada.

Só o pontapé de Ronaldo nos acordou, perto do intervalo

Um violento pontapé de Ronaldo acordou-nos da sesta inesperada mas agradável, a tempo de vermos a bola pingar por cima da barra e cair sobre a rede, atrás do guarda-redes macedónio.
Pouco depois, o café do intervalo serviu para encararmos o segundo tempo de olhos abertos. E o jogo aqueceu ligeiramente. Um ataque sistemático português, mas o público a ver qual a hora em que um dos contra-ataques dos malandros macedónios estragavam a festa de abertura da campanha europeia, no caso ao nível preparatório.
Atacávamos, Quaresma e João Pereira faziam umas festas ao esférico pela direita, Fábio Coentrão pela esquerda, aproximavam-se da linha de cabeceira em condições de centrar com peso, conta e medida... e faziam-no sempre sem falhar o adversário. Isto é, depois daquelas punh... todas na bola (como dizia um treinador nosso para nos fazer perder o individualismo), acabavam sempre por descobrir um adversário contra quem fazer o cruzamento, de modo a jamais conseguirem servir os homens que esperavam na área com impaciência e a quem não conseguimos descortinar uma só vez. Se calhar o realizador não vai com a cara deles.

Neste segundo tempo, os cavalheiros da Macedónia chegaram a julgar que nos passavam a perna, mas nem aquele remate de pé esquerdo nem outro de cabeça meteram a bola na baliza - perdidas infantis, como dizem os relatores.

Uma equipa de desconhecidos é vantagem desleal

É preciso dizer que Portugal jogou com uma desvantagem a não perder de vista. Os macedónios conhecem todos os nossos, os Ronaldos, os Nanis, os Meireles e os outros todos, e portanto já lhes conhecem as fintas, os dribles, a forma de correr e quantos carros sport têm cada um. Ao passo que eles mesmos, os macedónios, não passam de uns desconhecidos que só jogam lá na rua ao fim-de-semana. Como é que se pode fazer a marcação correcta a um jogador que nunca se viu na vida?!

Se os macedónios julgavam que nos tramavam, enganaram-se. Não foram além do empate.
Mas, ainda assim, ficámos com umas desconfianças na 'selecção de todos nós'. Continuamos por entender o que faz ali um Hélder Postiga absolutamente fora de prazo. E, pior, como é que Hugo Almeida continua com estatudo de internacional, se depois de 10 mil jogos ainda não convenceu ninguém. É um ponta-de-lança duro de rins, rapaz alto mas sem poder de cabeceamento - faz-me lembrar uma tia minha a menear a cabeça para soltar o cabelo. Atrasa umas bolas ao guarda-redes contrário quando tem oportunidade para rematar à baliza, faz tabelas para servir os adversários, barafusta, abana-se... mas aquilo tudo espremido resulta sempre em zero.

Quaresma também ao tempo que se apresenta como uma esperança! Mas qual esperança, se o rapaz não há maneira de explorar tanto jogo pela direita para servir um golo ao colega melhor colocado?! E, quanto a marcar ele mesmo, isso deve ter acontecido de cem em cem anos, na sua carreira.

O 'onze certo'

Pouco percebemos de futebol. Jogámos, lá dentro, o pouco que a Natureza nos permitiu. Mas esperamos que Paulo Bento, que com o caso Hugo Viana mostrou não ser tão teimoso como antecessores seus, esperamos que abandone os seus dogmas e avance para um 'onze' que permita algumas esperanças a Portugal no difícil grupo onde caiu.
Nani, Ronaldo, Ruben Micael, Moutinho, Varela, Coentrão, Bruno Alves, Pepe, Rui Patrício, Meireles, Nelson Oliveira... Paulo Bento, não invente muito quando tem estes 11 que certamente honrarão o país com futebol de alta qualidade. E tem ainda o Hugo Viana, que mais tarde ou mais cedo será titular. 

É que, se for para conservar o passado... Paulo, às tantas ainda vamos nós ao Europeu!

Derdiyok marcou três à Alemanha (foto AP)
A poderosa Alemanha caiu aos pés da Suiça por uns inimagináveis 5-3...



Uma nota final: não desanimemos de todo com o zero-zero. Se este sábado contasse para o Europeu, Portugal estava à frente do 'grupo da morte'. A Alemanha levou com 5-3 na Suiça e a Dinamarca, sim senhores, apanhou 3-1 do Brasil (2 golos de Hulk). Finalmente, a favorita Holanda também levou dose: derrota em casa perante a Bulgária por 2-1!


Photo
...E a Dinamarca também apanhou a sua tareia às mãos do Brasil.


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