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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Estilhaços de Madeira


ATÉ O 'TAHITI' FECHOU AS PORTAS!


Dois dias depois de fechar, a célebre casa já dá saudades.



O emblemático snack-bar restaurante 'Tahit' sucumbiu à crise. Varreu-se do mapa comercial funchalense, arrastado pela vaga de falências provocada pela paralisação da economia.
É inacreditável como pôde chegar à situação de colapso aquele símbolo da Rua das Pretas, que ao longo dos anos atravessou fases de dificuldades, como todos os negócios do ramo, porém arribando sempre até voltar à prosperidade.

Nos anos 70, a malta do Liceu parava por ali, a estudar nas tardes de calor para os exames à vista. Sessões que acabavam com os livros ao canto da mesa, para deixar lugar aos pratinhos de croquetes lambuzados de mostarda e regados com as primeiras imperiais da vida. A rapaziada do Marítimo e do Nacional também fazia parte da clientela, dividindo-se entre o 'Tahiti' e o 'Funchal à Noite', concorrente na porta em frente.
Era o tempo dos filmes do James Bond, Louis de Funés, Jacques Tati - serões no Cine Jardim, Cine Parque ou Teatro que terminavam quase sempre com prolongamento no 'Tahiti'. 
Depois dos seus altos e baixos, o snack subiu aos céus do êxito numa fase em que o empresário Barradas chamou a si a exploração do negócio. Nos últimos tempos, com outros donos, o negócio aguentava-se.
Mas a situação económico-financeira da Madeira derrapou tragicamente. Ninguém consegue escapar à política suicida destas últimas décadas.
Chegou a hora de provocar os seus nefastos efeitos a política de 'obra feita' adoptada por um regime imediatista, de olhos postos nas inaugurações eleitoralistas. O regime não pensou num futuro sustentado, antes privilegiou as obras de fachada, muitas delas inúteis e sem retorno absolutamente nenhum.

As perspectivas são mais dramáticas do que algum dia pudemos imaginar. Até um dos maiores nomes na restauração da cidade, com mais de 30 empregados, sente o terreno fugir. Dias seguidos com sala e esplanada praticamente desertos.
Insinua-se por ali um certo pânico impensável há meia dúzia de meses.



O 'Tahiti', vizinho da residencial 'Reno', desactivou-se.





3 comentários:

estudante gosma disse...

O problema do Tahiti desde há muitos anos foi sempre o mesmo. A maioria dos "clientes" era do tipo um café e meio dia a fazer solérada,logo com este tipo de clientela tinha de dar para o torto.

jorge figueira disse...

Segue-se, ao não atingirmos a Singapura do Atlântico,o Haiti do Atlântico. Assim, fechando-se Thaiti, evitam-se confusões. Cheguei a esta conclusão depois de verificar, com os 44% de intenções de voto, quanto eleitorado quer um PAPA DOC entronizado. Os Tonton Macoute já se vão manifestando

Luís Calisto disse...

44% continuam a mandar nisto, sim. Não será ditadura mentecapta?