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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Politicando



'MORDOMO' DINIZ BOTA ENTREVISTA




O juiz-conselheiro Monteiro Diniz, antigo representante da República então investido das funções de mordomo dos corredores do poder, aparece hoje no DN-Funchal em extensa entrevista onde antecipa um livro apodado de 'polémico' para sair este Verão.


À semelhança do enigmático penteado, Monteiro Diniz usou na Madeira de um posicionamento do mais complicado que já se viu na vida pública.


Pelas gordas da entrevista, depreende-se que o homem se metamorfoseou em crítico do jardinismo que sofremos há mais de 30 anos e que ele serviu de tantas maneiras, até pelo método da omissão que hoje parece ter abandonado.
De facto, depois de por aqui vegetar durante uns anos, a cuidar do bichano e a viajar para cá e para lá, sem mexer uma palha que pressionasse o responsável supremo por esta ditadura hitleriana, ou seja, o Cavaco Silva de Belém de que ele, Monteiro, dependia, ei-lo transformado e pintado de fresco. Tão diferente dos tempos em que pactuava com o Presidente da República quando Cavaco saltava de pára-quedas em São Lourenço para elogiar a 'obra' e a 'democracia' do rei das Angústias, depois de receber os partidos de oposição numa arrecadação de hotel.

Entre verdades que nunca lhe ouvimos quando a sua voz ainda poderia valer um tostão furado, vem o ex-mordomo reconhecer agora que é preciso retirar poderes legislativos ao presidente do governo (antes oferecia-se para ajudar a rever a Constituição a favor de mais poderes para a Madeira - Madeira quem, o Semeador?).
Diz ainda o homem, como se vê num destaque gráfico das duas páginas de entrevista, que a pobre Assembleia Legislativa da Madeira se limita a "cumprir os desejos e vontades do próprio governo".

Ou seja, vem dar aos madeirenses "novidades" que estamos fartos de saber e que tantas vezes lhe tentámos meter pelos baços olhos dentro, a ver se ele sensibilizava seu amigo Cavaco e a opinião pública nacional, a ver se apoiava de algum modo a subjugada gente destas ilhas.

Fala ainda Monteiro, portador do mais complicado penteado que já vimos em alguma cabeça, numa "homenagem ao povo sofredor da Madeira".
Pois: com representantes da República desses, o papel deste povo tem sido sofrer e - pior - calar!

Já só nos resta ouvir Ireneu, actual representante, quando um dia saltar do palácio, vir com o mesmo choradinho fazer pranto por este povo amordaçado, quando anda hoje de braço dado com os outros três da brigada do reumático - chefe Jardim, Mendonça e Carrilho - a troçar de centenas de milhares que, aliás, também não merecem melhor tratamento, depois das votações que fizeram 40 vezes. 

3 comentários:

jorge figueira disse...

Às vezes acredita-se na boa fé das pessoas. O tempo, porém, traz-nos a desilusão e a correcta visão dos factos. A verdade dos livros é, muito mais do que aquilo que parece, diferente da vida real.

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Eu julgava que, em termos de falta de vergonha, já se tinha batido no fundo. Mas enganei-me. Este despertar serôdio do anterior Representante da República é de vómito.
Porém, como sempre, há um aspecto positivo. Monteiro Diniz revelou-nos eloquentemente de que massa são feitos os lambe-botas. Postos a salvo, esquecem a gamela.
Jardim que se cuide, porque isto é só o começo.

Quanto ao "penteado" do senhor, penso que aquele "cabelo" vem dos sovacos. Como o faz, é um grande mistério.

Luís Calisto disse...

Caríssimos Dr. Figueira e Coronel Vouga, julgo que aquilo tudo assenta no penteado - que nunca me passara pela cabeça subir dos sovacos.
Que malacueco nos saiu mais aquele!