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terça-feira, 19 de junho de 2012

Politicando




O REPRESENTANTE DIZ QUE O PARECER DA CONTA DA RAM NÃO É TÃO MAU COMO INSINUAM. ISSO QUER DIZER QUE ESTÁ MAIS OU MENOS BEM FEITO E QUE AS CRÍTICAS DO TC AO GOVERNO REGIONAL ESTÃO CERTAS 


À força de querer, à semelhança de MacGyver Guilherme, justificar o injustificável para agradar ao laranjal e conservar a cama do palácio, Ireneu acaba por contrariar o rei das Angústias. É confuso, mas já explicamos






Os cafés da baixa funchalense, embora pouquíssimo concorridos a esta hora da meia tarde, estão em polvorosa. O representante que o Presidente da República um dia mandou para São Lourenço acaba de considerar, depois da passeata que fez a Santa Cruz, que o parecer do Tribunal de Contas à Conta da Região afinal não é tão mau como andam a pintá-lo.
O azedume espalhou-se e se o pobre Ireneu aparece a tomar café por aqueles lados ouvirá das boas.

Ora, interpretemos a declaração do homem com alguma compreensão. Da nossa parte, e para não alimentar a fogueira, não nos custa ler a mensagem desta forma: o homem não diz alarvidade nenhuma ao considerar que o texto do TC "não é tão mau como querem fazê-lo parecer". Pelo contrário, ele está a dizer que o parecer até está bem feito, bem fundamentado. Ele falou do parecer, não das observações que o Tribunal faz à catastrófica Conta da Região.

Depois, há outro pormenor que os maldizentes não devem esconder. O homem da representação confessa que ainda não leu 'porra' nenhuma, passe o termo, do relatório que o presidente do TC Oliveira Martins teve a maçada de lhe enviar, em papel e por correio electrónico. Ou bem andar a ler essas coisadas sobre os 'buracos' do rei das Angústias ou bem andar em passeatas por esses concelhos para aparecer uma vezinha na televisão.


Galeria da brigada do reumático


“Eu vou lê-lo, como faço em relação a tudo o que interessa à Região, mas tanto quanto eu me apercebi das notícias que vi na comunicação social o relatório não é, na minha perspectiva, tão mau como parece que querem fazê-lo”, assim falou o colega de Jardim, do bispo D. António e de Miguel Mendonça na galeria da brigada do reumático.
Evidentemente que o representante não poderia elogiar "os encargos assumidos e não pagos da administração regional directa e indirecta da Madeira", que foram em 2010 de 1.455.7 milhões de euros, valor que deve ser corrigido em alta devido a compromissos não reportados.
Isso sim, não só é tão mau como ainda é pior do que querem fazer parecer!

Mesmo sem 'enxergar um boi' de economia e finanças, cavalheiro Ireneu certamente não iria elogiar uma situação em que a Região ultrapassou o seu limite de endividamento em nada menos de 1.05 mil milhões de euros (leram bem, 1.05 mil milhões!).
O homem deu também uma na ferradura, ao perguntar, quando confrontado com a agressão do governo regional ao limite do endividamento e a omissão de encargos: "Quem é que não fez isso já, quem é que atira a primeira pedra?"
...Saída que até dá uma ideia de inteligente, veja-se.
Obviamente que o representante não se vai meter a falar, em concreto, de uma matéria de que não entende patavina, mais a mais quando precisa de engraxar, à louca, o homem que lhe sustenta o sumptuoso cargo, ou seja, o rei das Angústias. Porque se o chefe desata a dizer mal, o sr. Silva entra em pânico e lá se vai Ireneu do palácio da soberania.
Chefe Jardim, sim, é que diz que o parecer está mal feito, negando a ultrapassagem do endividamento.
Enfim, quando pretendia o efeito inverso, Ireneu contraria o que diz Jardim. Mas até o rei entende o meter os pés pelas mãos do incrível representante.
...Que não acerta uma, portanto.

Quando é que o delegado de Cavaco acaba essa exibição pelos concelhos e desfiles da Flor, para o mandarmos como representante itinerante pelas comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo, em comissão de serviço perpétua?!
Já cá tínhamos jarrões suficientes para que nos mandassem bispos e representantes como os exemplares em apreço.


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