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quarta-feira, 20 de junho de 2012






RTP-MADEIRA CONTINUA A ESPETAR CÂMARAS NAS COSTAS DA OPOSIÇÃO














O licenciado Jardim das Angústias queixa-se das facadas que, segundo afirma frequentemente, ex-'homens de confiança' lhe andarão a espetar no costado.
Pois os políticos da Oposição bem podem denunciar as imagens que a RTP-Madeira lhes pespega pelas costas há tantos anos, no parlamento.






    O tema já foi abordado, até pela 'Fénix'. Nada de novo. A curiosidade está na falta de sensibilidade que também afecta os novos crânios da Levada do Cavalo e que lhes permite continuar com esse atentado à essência e às normas do fenómeno televisão. Nenhuma estação pode arrogar-se o direito de enxovalhar deputados mostrando-os aos telespectadores constantemente de costas. Mas a regional insiste em ser excepção.

A imagem do parlamento regional pode não ser a melhor - e não é, longe disso. Mas os deputados sentam-se lá por mandato popular. E nem sequer pode alguém alegar que uns deputados são mais importantes do que outros. Todos são eleitos pelos números de votos estipulados por lei, através do método de Hondt. E se ninguém pode atribuir mais importância a este do que àquele, muito menos a RTP-Madeira, centro regional da televisão pública portuguesa e que custa um balúrdio de fazer dores de cabeça, tem prerrogativas que lhe permitam mostrar invariavelmente os rostos da maioria e as nucas dos eleitos pela Oposição.


A Oposição deve tomar medidas para acabar com esse escândalo 

Não temos jeito nenhum para activista político, muito menos para deputado. Mas se, por absurdo, vestíssemos a pele com as cores de algum partido oposicionista, garantimos que a RTP-M nos apresentaria, quando achasse dever fazê-lo, numa imagem normal, como procede com a maioria laranja, que aliás serve muito bem. Teríamos um pequeno problema se nos fizessem o que fazem em todas as sessões com os adversários do laranjal. 

Atenção que a indecente atitude não é imputável aos trabalhadores da casa - nem jornalistas de ecran nem jornalistas de imagem. Se aqueles altos crânios aceitaram dirigir uma televisão sem saberem distinguir um feixe de um satélite ou uma panorâmica de um travelling, pois perguntem aos operacionais da casa, que eles explicam.  
Ao menos os chefes novatos, todos 'maçaricos' nas andanças, devem saber que os apresentadores de TV, como os actores de teatro fazem com a plateia, nunca se põem de costas para a câmara que está no ar.  Pois é preciso não perder esse princípio de vista quando se passam outros actores ao ecran. Metê-los de costas em alguns planos para efeito de estética da cobertura é uma coisa. Meter um político de costas uma intervenção inteira é outra, sem classificação possível.

O que se passa é a desculpa do costume - a contenção de verbas - para que uma só câmara seja montada na sala de plenários. Por acaso, a câmara resvala para uma posição que apanha os deputados como dissemos: mesa, maioria e governo (quando lá vai) de frente. Oposição, de costas. Irra, que coincidência!
Só há meios e verba para uma câmara e pronto, está explicado o porquê de as minorias apanharem com a câmara nas 'arcas' em todas as sessões.


Vamos rever o filme pelas costas

O assunto só vem à baila quando esporadicamente passamos pelo '2'. Caso do telejornal desta terça-feira.
Pedimos aos leitores que nos acompanhem em mais uma vergonhosa cobertura (referimo-nos à câmara) dos trabalhos parlamentares desse dia.


A sessão prometia, já que o governo surpreendentemente compareceu, através de Manuel António. A RTP, muito bem, deu imagens da inesperada chegada do secretário.


Edgar Silva, da CDU, saudou a novidade, mas o telespectador só ouvia o que ele dizia. O deputado só por fracções de segundo aparecia num quase perfil.


Lopes da Fonseca, do PP, quando não olhava para o secretário a quem se dirigia, era captado pela solitária câmara da RTP em perfil completo. Vá lá.


Mas um benefício que não bafejou o deputado e líder do PTP. José Manuel Coelho falou directamente para Manuel António, dizendo que a presença ali do secretário do Ambiente se destinava a não ser ultrapassado pelo rival Miguel Albuquerque. O telespectador não via o rosto do interveniente...

...A não ser quando ele se voltava para o plenário, mas ainda assim... muito pouco.

Victor Freitas, presidente do PS, aparecia de costas nas casas dos contribuintes, como sempre...

...E enquanto ele falava sem que a TV lhe mostrasse a cara, eram os barões do PSD quem os telespectadores viam de frente .

Em relação a Manuel António, a câmara estava em posição de o mostrar em qualquer plano - médio, grande, americano...



Fortuna que se propagava aos deputados de Jaime Ramos, desde Coito Pita...


...Aos maçados Emanuel Gomes e Savino Correia.


Os planos de corte apanhavam o PP assim-assim.


Muito melhor fazia a câmara, claro, com as intervenções do PSD, como a de Vicente Pestana.


Do lado da oposição é que só as legendas orientavam o telespectador, tanto no caso de Roberto Vieira, do MPT...

...Como com Rubina Sequeira, do PND...



...E Rui Almeida, do PAN.


Pronuncie-se pois o Leitor: admitiria que a sua imagem fosse tratada desta maneira?
Escandaloso.
[E se, por acaso, alguém murmura neste momento que 'ele esteve lá na RTP e não mudou isso', esclareço que, pelo contrário, colocar duas câmaras no parlamento foi uma das primeiras medidas da estrutura que tomou posse naquele centro em Maio de 2003. Depois voltaram à situação antiga, que se mantém.]

A TV-Golfe lá vai consumindo os dias e os milhões de euros do orçamento com transmissões do quilate que ainda terça-feira se televiu. Insiste na repetição do TJ uma escassa hora depois do genérico final da emissão directa, argumentando eles que é por ter maior audiência pelas 11 da noite (se o das 9 ainda tem menos do que a repetição das 11, então estamos perto do fim).
Insistem com a Madeira sentada no ecran desde a abertura de emissão ao precoce encerramento do alinhamento.
Mantêm uma selecção de apresentadores que marginaliza profissionais com provas mais do que dadas, em proveito de gente nova com muita rodagem por fazer.

E a RTP-M vai consumindo os dias sem que nada aconteça.

Ou será que a casa está toda concentrada no enchido de documentários sobre a Autonomia, logo numa altura em que o fenómeno autonómico se esfuma? A Autonomia faz 25 anos? 30? 50? Não, faz 36. Quando fizer 37!...

Passar a tarde inteira do 1.º de Julho à frente do televisor assistindo a uma xaropada de programas uns a seguir aos outros, tudo sobre o mesmo tema - quantos espectadores aguentam isso, em qualquer parte do mundo?
Poupem-nos.

Pois, com essas políticas de (des)fazer televisão, alguém anda a querer fechar o centro regional, provavelmente para o reabrir sob nova gerência, talvez a dos 5%.

Mas aí conhecerão o que é contestação a valer, estamos certos.


2 comentários:

Anónimo disse...

Gastaram-se fortunas na renovação da Assembleia regional e até o PND queria um edificio de raiz para a Assembleia e a RTP/M não consegue fazer melhor? A paciência tem limites....

Anónimo disse...

Porque razão o Calisto não se queixa directamente à RTP? Por ventura tratar-se-há de uma relação laboral mal resolvida? Deixemos o novo subdirector, seu colega de profissão, mostrar aquilo que vale!