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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Incêndios




GOVERNO REGIONAL USA TRAGÉDIA PARA ESPEZINHAR ADVERSÁRIOS



Comunicado feito por Jardim, cheio de banalidades, exclui dos louvores os autarcas que andaram nos fogos


Albuquerque esteve na coordenação do combate aos fogos no Funchal. Para evitar que o governo tivesse de o louvar, os outros autarcas que andaram no terreno ficaram fora do comunicado - quando há elogios para todos, da proa à popa.


Sem cura. Depois de calar os adversários com a denúncia de que eles queriam utilizar "a desgraça dos outros" para fazer política, é o chefe Jardim a não conseguir acabar com o indecoroso hábito de, ele sim, usar as tragédias para 'bater' nos 'inimigos da Madeira'.

Banalidades. As mesmas, sempre. Comunicado vazio a dizer que a dispersão dos fogos convenceu o governo de que há "terrorismo incendiário" na Madeira.
Assim, se o caso é realmente de terrorismo, quiçá com ligações à ETA, Frente Polisário e Brigadas Vermelhas, como pode alguém atrever-se a insinuar que o governo da Região é que é composto por uma cambada de incompetentes, a começar pelo chefe, que nada fazem durante o ano em matéria de prevenção de incêndios para depois, durante as calamidades, aparecerem na TV a dizer as as asneiras que se lhes ouvem?

Podem continuar a falhar criminosamente nesse capítulo porque foram eleitos e o povo é capaz de repetir o voto...


Graxa à discrição mas de maneira a 'esconder' Albuquerque

O comunicado, naquele Português marroquino do chefe,  prossegue então com uma repelente corredeira de elogios hipocritamente traçados. A graxa vai desde "a coragem pessoal das populações afectadas" aos membros de todas as corporações de bombeiros - os tais vadios patas rapadas que passam a vida a sornar nos quartéis, onde ganham a vida sem nada para fazer e ainda por cima em número excedentário, como diz o chefe quando lhes nega salários.
E os louvores abrangem a PSP, a Zona Militar da Madeira, o Ministério da Administração Interna, empresas privadas e Protecção Civil.
Uma palavra ainda para "a disponibilidade e o empenho manifestados pelos funcionários da Administração Pública regional e municipal".

Só funcionários?! E os autarcas eleitos que andaram no terreno? Como não louvar o presidente calhetense Manuel Baeta, José Alberto Gonçalves, de Santa Cruz, Ismael Fernandes, da Ribeira Brava, Valter Correia, do Porto Moniz, por exemplo?
Qual nada! Isso implicaria louvar o rebelde Miguel Albuquerque, o presidente do Funchal que coordenou no terreno as operações para debelar os incêndios no concelho. Era o que faltava!

Quem é que usa a tragédia, a desgraça da população, para fazer política baixa?

O que não falta no comunicado produzido na tabanca é o auto-elogio, a gabarolice com tudo o que o governo fez - tudo bem, ao estilo da Coreia do Norte. O que não falta é o menoscabo às consequências da tragédia para madeirenses que viram a morte à frente e ficaram sem nada. Com este governo, nunca há grandes catástrofes, como na política chinesa.


GR arrasa quem lhe fez o jogo! Bem feita, RTP!

Depois, o comunicado pega no chicote porque é hora de aproveitar estes dias de incêndios para linchar meia dúzia de pessoas e instituições perigosas. Como na medieva caça às bruxas.
Que excelente ocasião para voltar o povo contra os jornalistas (os verdadeiros, não os comissários). Fogo sobre "aqueles meios de comunicação social que falharam totalmente no rigor informativo que se lhes exigia criando assim alarmismo prejudicial com notícias falsas, dentro e fora da Região Autónoma"!
Para fundamentar esta crítica, digamos que... Ora, não precisa. Jardim diz que é assim, facto consumado.
Aproveitando a tragédia - anuncia o comunicado oficial -, sua excelência decreta um pedido de inquérito à RTP-RDP/Madeira, junto do Ministério da tutela e do conselho de administração da RTP nacional.

Bom: inquérito para saber por que passou parte do tempo a RTP/M a 'cortar o pio' aos telespectadores que indiciavam indisposição contra o governo, sim, talvez se justificasse.
Mas, no cômputo geral, e depois do indesculpável atraso no ataque à reportagem na primeira noite de incêndios e depois dessa iníqua defesa do governo pela emissão adiante, a prestação equilibrou-se. Achamos que a televisão da Levada do Cavalo recuperou pergaminhos. Jornalistas e operadores lançaram-se ao trabalho e mostraram serviço.

O ódio que o chefe, utilizando o PPD, semeou na Madeira 35 anos atrás, para reinar enquanto conterrâneos se batem contra conterrâneos, ainda existe em grandes quantidades nas catacumbas das Angústias. É só polvilhar o ambiente, de vez em quando.

Não se sabe se por distração ou propositadamente, do comunicado governamental apresentado à comunicação social esta tarde de sexta-feira pelo vice Cunha e Silva não consta qualquer lista de recriminações ao próprio governo, sem dúvida o grande culpado desta tragédia e de outras como a do 20 de Fevereiro.  



- Quem precisar de se autopenitenciar ou for vítima de um ataque de masoquismo, tem na íntegra o comunicado jardineirista aqui abaixo, em ler mais.






1. O Conselho de Governo, hoje reunido, esteve a tomar as decisões face à tragédia incendiária que ocorreu na Madeira.
Dada a dispersão de pontos em que os incêndios iam sucessivamente ocorrendo, numa multiplicação de locais nunca antes vista, obrigando tecnicamente a uma dispersão de meios, os quais a Região dispõe para situações de catástrofe, mas nunca para uma impensada multiplicidade desta natureza.
O Governo Regional está assim convencido de que se está perante um terrorismo incendiário, que espera que as autoridades competentes do Estado saibam averiguar, descobrir e punir.


2. O Governo Regional louva, enaltece e agradece a atitude cívica e de grande coragem pessoal das populações afectadas, as quais às vezes mesmo sob a eminência de perigo grave, souberam enfrentar as circunstâncias adversas e se coordenar com as instruções que iam sendo difundidas pelas entidades competentes.

3. O Governo Regional louva todos os Membros de todas as Corporações de Bombeiros, empenhados exaustivamente durante estes dias, num esforço verdadeiramente sobre humano.
O Governo determina a publicação nominal deste Louvor no Jornal Oficial da Região, conforme as listas de pessoal envolvido que cada corporação fornecerá.


4. O Governo Regional louva também publicamente o trabalho da Polícia de Segurança Pública, cuja acção foi decisiva e prefeita para o controlo da situação nas várias frentes que surpreendentemente surgiram.
O Governo Regional agradece toda a disponibilidade e acção com que, em pessoal e meios, a Zona Militar da Madeira, participou no enfrentar de vários problemas relacionados com este sinistro.
O Governo Regional agradece a pronta disponibilidade do Ministério da Administração Interna, bem como o reforço com pessoal do dispositivo da Madeira, pessoal ao qual o Governo Regional exprime o seu reconhecimento.
O Governo Regional realça a solidariedade e responsabilidades sociais das Empresas Privadas que acorreram voluntariamente com meios importantes.
O Governo Regional enaltece a disponibilidade e empenho manifestadas pelos funcionários pela Administração Pública Regional e Municipal, bem como, das Empresas e Instituições públicas mobilizadas.


5. O Governo Regional louva os responsáveis e os operacionais do Serviço de Protecção Civil, cuja formação técnica, prontidão e dedicação foram absolutamente decisivas no enfrentar da catástrofe.

6. Todos os meios necessários sob tutela do Governo Regional da Madeira, foram mobilizados permanentemente para combater a vaga de incêndios dispersos e sequênciados, numa situação de calamidades simultâneas, impossíveis de acorrer.
Assim, foi providenciada toda a quantidade de água, a qual, nalguns pontos e nos próximos dias poderá faltar em termos de rega. Apela-se para as pessoas, nos seus domicílios, ou locais de trabalho fazerem o mínimo de consumo possível.
Decorre a limpeza das estradas e a verificação da respectiva segurança, pelo que, nos próximos dias terá de suceder eventuais fechos de alguns troços.


7. Para além da pronta e imediata resposta dos serviços de Saúde e Segurança Social, inclusive sob o terreno, e da disponibilidade do aquartelamento do Regimento de Infantaria, não há vítimas a lamentar, nem há qualquer pessoa em perigo de vida.
Foram deslocadas algumas famílias e pessoas, temporariamente para a unidade militar ou para instalações sob tutela do Governo Regional, voltando imediatamente aos respectivos domicílios todos os que se encontrem em situação para tal permitida, dispondo o Governo Regional já de habitações para os casos de casas irrecuperáveis e antes habitadas.
No âmbito do Turismo, mantêm-se uma campanha de esclarecimento em todos os mercados sobre a realidade de se manterem íntegros tudo o que constitui equipamento hoteleiro e turístico, bem como as habituais condições excepcionais que o arquipélago oferece.


8. Em termos de informação, o Governo Regional condena aqueles meios de comunicação social que falharam totalmente no rigor informativo que se lhes exigia criando assim alarmismo prejudicial com notícias falsas, dentro e fora da Região Autónoma. Assim, o Governo Regional decidiu pedir um inquérito à RTP-RDP/Madeira, quer ao Ministério da tutela, quer aos respectivo Conselho de Administração.

9. O Governo Regional mantém a sua posição de sempre de que o direito à informação não se sobrepõe ao Bem Comum, nem está dispensado do rigor e da objectividade que se exigem, pelo que certo tipo de incêndios devem efectivamente ser noticiados, mas é absolutamente perigosa a divulgação exaustiva das imagens.
O Governo Regional torna a insistir que as pessoas não podem deixar crescer vegetação, vulgo mato, nas suas propriedades, que ponha em causa a segurança das populações do local. As pessoas devem recorrer à participação aos serviços públicos, quando considerem que na respectiva proximidade exista uma situação que se lhes pode tornar perigosa.
Estes incêndios demonstraram mais uma vez que a combustão operou-se mais em matos e lixos, ou arvoredo não endógeno, e muito menos no que é efectivamente floresta.


10. Infelizmente, enquanto decorre o presente Conselho de Governo existem ainda fogos por enquanto não controlados, nas Freguesias da Camacha, Gaula e Achadas da Cruz e ainda na Fonte do Bispo, onde o fogo surgiu surpreendentemente.
De resto, prosseguem o rescaldo nas múltiplas zonas afectadas para o qual se pede a colaboração possível das populações.


11. O Conselho de Governo autorizou cada um dos seus membros ao âmbito da respectiva tutela a:
a) Manter mobilizados todos os meios ao seu dispôr enquanto não for dada por terminada a situação actual.
b) Recorrer aos apoios nacionais e europeus previstos ou possíveis para serem enfrentadas as novas situações de dificuldade que infelizmente se prevêem.
c) Ao âmbito do respectivo orçamento, proceder às transferências de verbas devidamente articuladas com a Secretaria Regional do Plano e Finanças.
d) Ao âmbito dos respectivos serviços continuar a inventariação das medidas urgentes e possíveis.

1 comentário:

lata disse...

Sr. Luís Calisto. Não foi só AJJ que acusou a oposição de se aproveitar da "desgraça dos outros", igualmente um Jornalista do DN, nomeadamente o Sr. Filipe Sousa, também o fez no seu blog, com acesso através do DN.
Gostaria de saber a opinião do mesmo perante esta troca de esclarecimentos entre CMF e Governo Regional, situação, esta sim, de aproveitamento da desgraça alheia, porque tem como objetivo a sucessão no PSD-M.