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terça-feira, 24 de julho de 2012

Madeira ao Vivo




CHEFE A FESTEJAR ANOS À HORA DOS INCÊNDIOS





O chefe acordou mais cedo esta terça-feira. Podem os seus obsessivos adversários desvalorizar, mas o homem saía à porta de casa poucos minutos depois das 9 da madrugada.
Debaixo das tipuanas da Rua Pedro José de Ornelas, à sua espera posicionava-se um aparato policial que fez pasmar os transeuntes desprevenidos, por dar a ideia de que se tratava do Obama das Américas a sair da Casa Branca.

Apesar de não haver palestinianos nem terroristas da Al-Qaeda nas redondezas, o chefe local meteu-se rapidamente no 'nosso' carro topo de gama e zarpou a toda a velocidade ao seu destino, antecedido por dois batedores em motos de alta cilindrada e seguido por um pelotão de guarda-costas.

Sem sucessores de Bin Laden ou de Yasser Arafat que o aflijam, o homem lá saberá por que precisa de tantos seguranças quando vai para meio dos que têm votado em si.

Será que o homem acredita mesmo na sua tese que fala da proliferação de terroristas pelos quatro cantos da Madeira?
Se acredita, o que o leva a pensar que há tanta gente descontente e capaz do pior?
Se não acredita, pode dar-se por satisfeito com a sua teoria, que é secundada pelos parolos que lhe fazem a corte.

O homem deve estar a ser recebido a esta hora da manhã, se não com foguetes por causa das coisas, pelo menos em ambientes festivos com bandas, vivas e comes-e-bebes. Ele visita várias povoações assoladas a semana passada pelos incêndios e as populações certamente não se pouparão nos aplausos e abraços a quem dirigiu as operações e resolveu a vaga de fogos "com esta eficácia" - nas palavras do próprio gabarolas das Angústias, claro está.
Aliás, o povo inteiro não vê a hora de agradecer ao vivo quanto fez o chefe nesta saga dos incêndios, e não apenas.


Harpa em acção em casa da 'Laranjinha' enquanto Roma ardia

Houve outra tarefa desgastante naqueles dias de canseiras físicas e psicológicas do mestre. Apesar de atarefadíssimo e farto de ver incêndios (pela televisão), ele teve de deixar o quartel-general na Protecção Civil, sexta-feira 20, ao fim do dia, para ajudar a apagar outros lumes: as velas do bolo de anos da famosa 'Laranjinha', militante que vive numa espécie de casa de bonecas onde não existe cor nenhuma além do laranja.
Lá teve o homem de se deslocar aos Viveiros nessa tarefa partidária oficial em casa da popular militante. Com tapete de flores e tudo, chefe comeu e bebeu acompanhado pelo anunciado candidato PPD à Câmara do Funchal, Bruno Pereira.
Por lá se ficou o chefe a cantar os parabéns na sexta-feira, não se sabe se acompanhado à harpa, enquanto Roma ardia.
Pois: o chefe, cansado de ouvir Jardim Ramos e Neri na Protecção Civil, participava nessa missão partidária, a comer bolo e a tomar um copito, sempre preocupado com os terroristas da caixa de lume, e o Miguel Albuquerque mais o Manuel António e o Cunha e Silva feitos estrelas de TV, a brilhar no teatro de operações incendiárias, na patológica obsessão pelo protagonismo e exibicionismo!
Bruno Pereira é que vai no bom caminho.

3 comentários:

jorge figueira disse...

A eterna confusão entre partido e governo. S.exa abandona funções de governo para cuidar do partido.Conclusão: não cuida de nada!

Luís Calisto disse...

Para não estar sempre a 'dizer mal', reconheço que, nesta promiscuidade governo-partido, desta vez o homem optou pelo mais importante, a festa de aniversário da militante.

jorge figueira disse...

Concordo. Viva a militância! Ainda que mal pergunte: onde ficam os governados que votaram noutros partidos? Que se....danem?