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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Politicando



ALÔ ESQUERDINHAS! ALÔ COLABORACIONISTAS!



Afinal de que lado estamos? Estaremos com os 40 mil que vão à serra defender corajosamente a Madeira do comunismo, acompanhando Quim Barreiros, Jardim e Galáxia nas guerras do bacalhau e da garagem da vizinha? Ou estaremos com os 220 mil traidores e cobardes que ficam estendidos ao sol no calhau a ouvir candidamente pela rádio o relato da batalha?


Jardim, chefe do governo regional e da Igreja, endereça esta quarta-feira no JM um lancinante apelo aos traidores recuperáveis para que metam a mão na consciência e subam domingo à serra, tomando parte na única cruzada onde ainda se pode alcançar a salvação da Madeira.

Apesar das facadas nas costas da parte de companheiros de partido a quem tanto ajudou na vida e das investidas execrandas ensaiadas tanto pela horda de comunistas como pelos saudosistas da Madeira Velha fascista, contra a qual tanto lutou antes do 25 de Abril o promissor democrata da acção psicológica, apesar dessas safadezas todas a que tem sido sujeito, o líder da tabanca reúne as útlimas forças para estender a mão aos que o têm açoitado e vilipendiado na penosa subida ao Calvário.

Nenhum bom chefe de família pode perder esse artigo que ficará para os anais do jornalismo de intervenção, arrancado à pena com patriotismo e passado às heróicas páginas do JM em caligrafia traçada com sangue madeirense.
Ao lado, outro articulista faz a segunda voz, lembrando aos ingratos que, não fora o regime jardinista que nos protege de troikas, maçonarias, marxistas e de Obama, ainda hoje os madeirenses andavam de corsa, cozinhavam a lenha, iam 'arriba de pés' a meio da fazenda para satisfazer as suas necessidades e conversavam depois das avé-marias à sumida luz do candeeiro a petróleo.

Perante estas obras-primas retóricas, a fazer lembrar os melhores momentos de um Cícero ou de um Sócrates (o filósofo), como pode alguém negar os ouvidos aos apelos?

É que, meus senhores, só há duas atitudes possíveis:

1 - A dos que se assumem, como escreve o chefe das Angústias. A dos que pressentem as ameaças e responsavelmente se equipam com armadura, bronzeador e mochila com águas, vinho, umas sanduiches e um autocolante do PPD. Raciocinemos: como é possível, perante os perigos anti-Madeira que se avolumam em terras hostis, ficar na praia em lugar de ir ao planalto para tomar parte na comprovadamente única forma de luta capaz de travar o invasor?
O desemprego é o que é, a juventude não tem futuro, a emigração voltou, a pobreza tomou conta da sociedade, entregam-se casas e carros ao banco... e então a pessoa não se mete na camioneta do partido, mesmo de borla, porque ninguém dá um mísero euro, a fim de ir lá acima resolver essas calamidades todas?

2 - E a atitude dos que não se assumem. Os ingratos que vêem placidamente a Região afundar debaixo de pés cubanos e recusam dar as mãos aos gloriosos laranjeiros e mamadeiros na Herdade. Os que não se assumem, esses comunas de m... que só dizem mal do que sua excelência faz, que criticam as suas viagens luxuosas, mais as de Conceição Estudante, que não largam a porcaria da corrupção e do compadrio, que vêem dívidas ocultas por todos os lados, enfim, uns c... de c... que dão recados a toda hora relatando a vida desafogada dos protagonistas da Madeira Nova, só porque contribuem com uma miséria de carga fiscal.

Amigos, o momento é de grandes decisões. A Madeira está dividida em duas. Os que vão à Herdade e os que não vão.

Senhores! Querem fazer parte dos 40 mil verdadeiros madeirenses ou preferem integrar a corja de 220 mil traidores que, ficando em casa, ajudam os de fora nos ataques à Madeira?

Os primeiros, que vão aos comes-e-bebes serranos, como sentencia rei das Angústias no artigo de hoje, "são os melhores que a Madeira tem", os que tudo farão para ir ouvir o Quim Barreiros "desde que a saúde ou outro motivo forte não os impeça".

Os segundos, que não vão, são os "canídeos" contra o nosso torrão pátrio, "lançados para atacar, trair e se aproveitar" - esclarece o chefe no artigo.



Nota: Aceitamos a crítica do Leitor: este nosso artigalho panfletário enquadrava-se melhor no 'Madeira Livre' do Jaime. Porém, uma pessoa, logo de manhã, lê no JM uma peça épica daquelas e há qualquer coisa que nos galvaniza e puxa para os ares serranos.
Não nos esqueçamos também de que os leitores ainda estão aturdidos com aquele autêntico sermão de Guilherme Silva no mesmo JM, há dois dias. Onde o embaixador de Jardim em Lisboa desmonstrava por A+B ser impossível resistir às cobras e lagartos emboscados algures no caminho da Madeira sem ir à festa da Herdade.


3 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Pelo que nos diz, João Santos, que não tenho a honra de conhecer, é uma pessoa séria e competente.
Porém, quer-me parecer que, pela dita seriedade e competência, vai ser um corpo estranho no jardinal.
Será que vai durar muito tempo no cargo?

Luís Calisto disse...

O prof. João Santos não tem sido propriamente uma pessoa desligada do aparelho maioritário, mas tem a seu favor, de facto, a competência reconhecida pelos seus pares... o que lhe pode realmente causar dissabores.

Anónimo disse...

Depois das trocas e baldrocas da nomeacao do novo Diretor Regional ainda alguem acha que iria ser nomeado alguem que viesse lutar contra todos os interesses instalados ? Por mim nao acredito.