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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Delírios da Madeira Nova






Governo das Angústias enfrenta um dos seus mais difíceis verões




O governo regional, eufemismo geralmente usado para se perceber de quem se fala, defronta-se com uma estação balnear das mais difíceis dos últimos 30 anos. 
Com a falta de incendiários palpáveis que justifiquem as atoardas construídas na Quinta das Angústias para desviar as atenções das culpas dos desgovernantes nos fogos de Julho, sua excelência o presidente parte rumo ao Porto Santo sem um consistente programa de lazer. Os colaboradores não tiveram tempo para inventar assunto diário agendável para o chefe aparecer em todos os telejornais.
Resultado: o que há para já, tendo em vista concentrar os jornalistas ao fim de cada tarde estival à volta do rei, são uns 'acontecimentos' que 'não chegam para aquecer', como diz o povo.
Depois das patuscadas no Bar do Henrique e no Posto Avançado da Democracia, com mergulhos pelo meio para exorcizar transpiração e vapores alcoólicos, o homem participa em lautas almoçaradas na casa dos 20 € por dia, com ementa doméstica. Segue-se uma sesta, ressonar a bem ressonar, para digerir as lapas, os caranguejos, a lagosta e os barris de imperial que o festeiro de cada dia paga. Mas este ano será um incómodo quebra-cabeças a constituição das listas para festeiro do dia. Os ratos fogem do navio mais rapidamente do que se imaginava.
Depois da sesta, chefe precisa de se mostrar à comunicação social. Este ano, sem verbas para obras nenhumas, lá vai ele visitar uns lamaçais, fingir que pega no podão durante a festa das vindimas lá na pequena ilha, inaugurar mais uma feira local - enfim, o que se pode dizer um programa de fretes que não desejamos a ninguém, nem a ele.

Outra dificuldade está nos encontros forçados que o grande chefe terá com o rebelde Miguel Albuquerque. Há poucos dias estiveram juntos na caravela argentina. Ninguém enjoou porque o comandante do navio era bom conversador e, percebendo a rivalidade entre os visitantes a bordo, distraiu a cerimónia falando no populista Juan Peron, seu antigo compatriota, até para esquecer Videla, e o potencial incidente ultrapassou-se aos poucos sem novidade.
Mas vem aí a festa do Monte. Chefe Jardim mais Albuquerque juntos lá em cima, ainda por cima com o Bispo António por lá - pleonástica presença, uma vez que está lá Jardim. 
Se por acaso correrem meia dúzia de vinhos depois da missa, nunca se sabe o que pode sair dali.
Que a segurança policial se mantenha muito atenta.

Segue-se o Dia da Cidade. A Câmara já mandou convite, que remédio!, e o chefe deve agarrá-lo com unhas e dentes, por falta da tal agenda  recheada de outros tempos. Haverá cocktail no salão nobre, depois das discursatas contra Lisboa, bombeiros, maçonaria e jornalistas?

Finalmente, virá o Dia da Lagoa, a 9 de Setembro: os dois inimigos do mesmo PPD perto um do outro no palco da Herdade, com o espectro das 'facadas nas costas' sobre as azoadas cabeças...
Este Verão promete.

Conceição Estudante, se efectuar tarefas caseiras durante as férias, trabalhará mais do que quando ao seviço do Turismo e Transportes, o que se nos afigura injusto.
Manuel António também parece em dificuldades para arranjar agenda mediática, porque não há festas da anona, do limão, da castanha e do tabaibo todo o ano.

Entretanto, apalpa-se grossa tensão no seio do governo regional a propósito da ocupação das dachas no Porto Santo. O tema do dia gira à volta de uma incógnita chamada Jaime Freitas. Cunha e Silva liberta a sua casa, lá na pequena cidade, no dia 17. Será que o novo secretário da Educação irá para lá, depois dessa data, receber as mordomias que lhe cabem enquanto desgovernante?
Há quem diga que sim, há quem diga que não. Correm apostas na Junta Geral.
Em nosso entender, Jaime tem todo o direito à dacha. As suas barracadas em tão pouco tempo de activo, como por exemplo as grandes broncas no desporto, nada ficam a dever às incompetências dos seus colegas que rebentam a Madeira de há décadas para cá, com saliência nítida para o chefe máximo.

Um Verão bem quente, pois, este que faz transpirar os membros do desgoverno regional.

2 comentários:

Anónimo disse...

A propósito da raiva do grande chefe relativamente ao rebelde municipal, confidenciaram-nos que da Quinta das Angústias chegou à edilidade de São Vicente a seguinte mensagem: “Se Albuquerque participa na homenagem ao Sérgio Borges, a dita será cancelada!” Isso mesmo foi confirmado por Jorge Romeira ao filho do cantor.
Sua Excelência e acólitos andam mesmo muito baralhados!

jorge figueira disse...

O circo está montado ao mais ínfimo pormenor. Festas em todas as freguesias com abundantes foguetes e música (única coisa em que não verberam contra os hábitos da "Madeira Velha"),promoção das férias internas, futebol a arrancar com os vários campeonatos. Assim,julga, quem manda,que se aplica a máxima: tudo como dantes quartel em Abrantes. O TEMPO DIRÁ SE O ANESTESISTA TEM RAZÃO.