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sábado, 27 de outubro de 2012

Política das Angústias / SÁBADO



EX-JM MARGINALIZA 2 GOVERNANTES

Ou será chefe Jardim a indiciar remodelação?
 
Primeira Página do Jornal da Madeira
 
Sentimos hoje a inalienável obrigação de confrontar com algumas dúvidas os comissários destacados no antigo 'Jornal da Madeira', transformado em 'jornal de campanha' de chefe das Angústias.
Vamos directamente ao assunto, supondo, numa primeira abordagem, que sua excelência não deu atenção cabal ao serviço na redacção, ontem.
Falamos na condição de accionista da empresa, contribuinte que somos com os impostos em dia.
 
Senhores comissários do PPD no ex-JM: que primeira página é esta que nos apresentam neste sábado? É que o governo está quase todo escarrapachado ali com fotografias e tudo.
Grande chefe aparece em vários títulos.
O vice Cunha e Silva lá está, sorridente, relevando a 'qualidade' em que o governo apostou (e que não se vê, pelo menos a olho nu).
Conceição Estudante, com ar sério, refere qualquer coisa do 'dengue', embora jamais tenha ouvido falar dessa fantasia.
Ventura Garcês, o único titular do mundo de uma pasta de finanças proibido de mexer em dinheiro, aparece em manchete na sua tradicional pose de fluente orador, a garantir que 'o Plano [de Ajustamento] está a ser cumprido", julgando nós que ali está uma pequena gralha - puseram lá 'cumprido' em vez de 'comprido'.
Manuel António Correia não falta, numa foto dominada por ele e pelo seu chefe.
É aqui que, enquanto accionista, confrontamos os comissários do ex-JM: que critério é esse de se encher uma primeira página com o chefe do desgoverno, o vice, a secretária do Turismo, o secretário das Finanças e o secretário do Ambiente? Onde estão Jardim Ramos e Jaime Freitas, da Saúde e da Educação?
Os senhores discriminam, queimando uns e promovendo outros, e depois atacam os analistas que especulam sobre a sucessão!
 
Isto a considerar que sua excelência se baldou um pouco ao serviço da redacção, a pretexto de um compromisso oficial, esta sexta-feira.
Conforme a devida divulgação, chefe deslocou-se ontem ao Caniço, onde acusou a classe política nacional de recear dar "saltos audaciosos". Uma crítica pertinente sobretudo pelo exemplo que o homem dava na ocasião, inaugurando audaciosamente um poio para fruta e flores na simpática localidade.
Agora, se estamos enganados e afinal o chefe regressou ao Funchal a tempo (a idade não permite aquelas boémias das antigas inaugurações com pousada marcada para curar a ressaca), se o homem veio trabalhar na edição para hoje, o alcance daquela primeira página, sendo idealizada por ele, é mais profundo, tem um peso a ponderar.
Reservar três títulos para si próprio na frente nada tem de especial, porque se tornou corriqueiro. É questão de se variar - como hoje. Um título fala em 'Jardim', outro no 'líder do PSD-M' e o terceiro no 'presidente do governo'.
Já dirigir o foco para o vice e alguns secretários, deixando fora Jardim Ramos e Jaime Freitas, pode constituir um sinal para que ambos os marginalizados se preparem para a remodelação do mês que vem, se o chefe conseguir vencer Albuquerque no Dia dos Fiéis e dos Infiéis Defuntos.
 
A edição de hoje do ex-JM acaba por resultar também numa lição para Jaime Ramos, que no 'Madeira Livre' é um custo para falar em nomes do partido. Aquilo são notícias de Jardim e do próprio secretário-geral, e os outros que se contentem se crescer espaço.
O ex-JM deste sábado é essa lição porque, além da primeira página em que só entra desgoverno, a página 2 mete militantes numa sala em diálogo com o líder. Recorde-se que, no PPD, dialogar com Jardim é ouvi-lo falar.
Na página 3, há uma relativa mudança de actores, já que o chefe aparece de novo nas peças de cima a baixo, com 2 fotos, mas na qualidade de presidente do governo.
As páginas 4 e 5, normalmente ocupadas por aqueles enchidos sacados ao frigorífico para mostrar serviço, vão outra vez para a seita da maioria - Conceição e TSD na 4, Manuel António e Jaime Freitas (aleluia!) na 5, com o contrapeso Rui Moisés, de Santana, a dizer que precisa de falar com a ministra Assunção Cristas (esperemos que a espevitada moça do PP leia o ex-JM).
6 e 7, secção de opinião, dominada evidentemente pelo folhetim eleitoral do chefe, já no episódio n.º 27. Uma história de cordel insultando e apontando defeitos a tudo e todos que o homem escreve, pomos o pescoço no picadeiro, à frente do espelho.
Na página 8 aparece então Jaime Freitas, a solo, referindo-se também a uma invisível "Educação de qualidade". Página essa em que o MPT se manifesta em meia dúzia de linhas a uma coluna e Jaime Leandro do PS é esmagado ao fundo, sob o peso do enorme espaço oferecido ao secretário da Educação.
Folheamos a caminho da 9, e damos de caras com vice João, nosso Amigo pessoal, a dar ênfase às jornadas da Qualidade, o que acende um farol de esperança pelo menos a metade dos sem-abrigo funchalenses, desempregados e pobres que crescem a galope nesta fase da crise.
Nem de propósito a pegar na deixa, surge-nos na página 11 o das 4 Fontes a pregar 'optimismo na evangelização', o que dá muito alento à outra metade dos que apontámos atrás. Mas é página para virar a todo o vapor, por causa do cheiro a incenso deteriorado e pegajoso.
 
Seguem-se, em mais esta bem-aventurada edição, o Desporto, os anúncios a preços da troika e os funerais.
Mais páginas para trás e chega-se à  penúltima, que os criativos do ex-JM chamam 'penúltima'. Neste caso, umas fotos sociais com os intérpretes da câmara laranja de Câmara de Lobos.
Para fecho com chave de ouro, o jornal apresenta Garcês na última página em conferência de imprensa, acusando o 'cumprimento' das medidas do Plano - nova gralha, porque se trata de 'comprimento', como já dissemos.
A surpresa agradável aparece nas duas derradeiras colunas: uma fotografia da primeira figura da Autonomia (agora que a estátua foi jogada no parque de máquinas do desgoverno), ou seja, o Dr. Miguel Mendonça, recebendo o embaixador da Geórgia.
Segundo a prosa do ex-JM, o diplomata estrangeiro "elogiou o parlamento e a Autonomia da Madeira".
O homem devia inteirar-se da realidade dos locais que visita, para evitar ridículos tão gritantes.
 
Não passamos de um só accionista do ex-JM, sem mandato dos outros contribuintes que pagam os 11 mil euros diários para manter o gratuito de 10 cêntimos. Mas achámos de deixar aqui um reparo à forma como os comissários e o próprio rei das Angústias fazem cada edição.
Se querem aumento, digam. Mas trabalhem de maneira a não dividir ainda mais o covil de víboras dos Netos e das Angústias.
 
AVISO - As páginas que reproduzimos a seguir não são recomendáveis a pessoas de estômago débil. Só as reproduzimos porque muitos cidadãos que se recusam a pegar no ex-JM nos acusam de delirar quando contamos o que vem naquelas edições. Aí fica tudo devidamente documentado. 
 
 
Página 2 - Tratamento igual aos dois candidatos no PPD, com a cobertura à campanha do grande chefe e uma pancada dos bonecos em Albuquerque para compensar a falta de meios de cobertura à campanha do pretendente.

Página 3 - Jardim exige mudanças em Bragança e Vila Viçosa, para resolver os problemas dos esfomeados sem-abrigo, desempregados e pobres da sua Madeira Nova.

Página 4 - Sumo de laranja bichosa por todos os lados.

Página 7 - Chefe confunde-se com o PPD, como se confunde com a Madeira. Depois de tantas tentativas de tratamento, é melhor não contrariar.

Página 8 - Jaime Freitas é recambiado para o interior, misturado com a oposição. Hum...

Vice João é raro sair do gabinete, mas, quando sai, é com qualidade, ao contrário da realidade que o rodeia.

Página 11 - Quanto mais depressa virar a folha de frei 4 Fontes, melhor.

Representação autárquica laranja na edição de hoje, fora Albuquerque no 'boca pequena'.

Quando começávamos a gostar da edição...
 

1 comentário:

Anónimo disse...

de facto, esta gente anda descuidada. Na edição anterior, deram relevo de página 3 a uma iniciativa maçónica (Oliveira Dias, o tal ex-chefe de gabinete do Humberto de S. Vicente, e o seu Portugraal). Será que o JM está contaminado pelo avental? Ou terão sido ordens das araras????