Powered By Blogger

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Economia/Finanças







- Pelo Dr. Eduardo Abreu

Está na ordem do dia falar no "Spread". Muitos, ou quase todos, falam do Spread sem saberem ao certo do que falam ou opinam. Cá para mim, que nunca fui dado a intrigas, sempre associei o termo Spread ao nome do cão da minha vizinha; invariavelmente, ouvi-a chamar, em altos gritos, "Spread, vem cá". E lá ia o Spread, rafeiro por excelência e sem pedigree, cabisbaixo e rabo encolhido, porque a dona não era para brincadeiras. Mal sabia ele (o rafeiro) que o seu nome seria das palavras mais badaladas e pronunciadas por gente ilustre, incluindo banqueiros, ministros, empresários e também gente do povo, que utilizando o nome, não pretendiam fazer qualquer maldade ao animal, mas tão só tentavam compreender o comportamento desta variável e resolver os seus problemas financeiros. E assim foi, Spread para aqui, Spread para ali, constituiu-se um novo fenómeno, que adicionado à taxa de juro do mercado passou a constituir a margem de ganho para os bancos. Claro que estes, imediatamente, se sobrepuseram ao dito rafeiro, usurparam o seu nome e mandaram a minha vizinha às urtigas. Agora sim, os bancos desempenham efectivamente a sua vocação canina, pregam cada dentada que até dói e não há forma de largar o osso. E o nosso Governo, que rapidamente acode a banca e se esquece das pessoas, das pequenas e médias empresas e de toda a economia real é incapaz de chamar e fazer sentar o Spread. Ai que saudades da minha vizinha! Ao menos, com ela, o cão obedecia e metia o rabo entre as pernas; agora, com estes, está mais que visto que não vamos a lado nenhum. É caso para dizer, "deita-te Spread".


Nota séria:

O chamado spread bancário é um valor percentual definido pela diferença entre a taxa de juro que a instituição paga na captação do dinheiro e a que cobra aos clientes.No caso de um empréstimo, um indexante como a Euribor traduz o custo do financiamento dos bancos no mercado internacional e o banco acresce o spread, que será a sua margem de lucro na concessão do crédito.Se queremos estimular a economia, aqui está um bom exemplo de como pode o Governo começar a intervir, reduzindo ou tomando medidas para reduzir o spread, que em alguns casos é um autêntico escândalo, para não falar nas famigeradas comissões, o que significava que o custo do capital seria mais barato, incentivando-se o investimento, sobretudo o privado. Haja vontade, determinação e, sobretudo, não ter receio de enfrentar os lobbies poderosos, como é o caso do mercado financeiro. Mas, neste aspecto, pouco ou nada tenho visto do nosso Governo; é forte com os fracos e fraco com os fortes.

Como curiosidade, refira-se que a alcunha do neto de Mário Monti, Primeiro Ministro Italiano é… Spread!

Sem comentários: