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sábado, 12 de janeiro de 2013

Eleições autárquicas





JOSÉ MANUEL RODRIGUES INICIOU
"VIAGEM RUMO À CÂMARA DO FUNCHAL"
 
 
O líder do PP lança-se a um desafio que o pode levar à glória ou a perder muitos pontos amealhados até à data. A coragem de arriscar.


O presidente do PP-Madeira acaba de apresentar oficialmente a sua candidatura à presidência da Câmara do Funchal, com vista às eleições de finais do ano. Fá-lo precisamente oito dias depois de termos avançado com essa novidade aqui na 'Fénix'.
A notícia troou como uma bomba na vida política regional. Porque, constituindo grande risco para o candidato e para o seu partido, o maior da oposição, veio autenticamente baralhar o processo eleitoral, obrigando a pensar tanto a maioria laranja como os outros partidos da oposição, a contas com a delicada constituição de uma aliança eleitoral capaz de ganhar a Câmara.

José Manuel Rodrigues acaba de justificar a sua candidatura: é uma resposta aos cidadãos que exigem a mudança política, àqueles que "não se resignam perante uma política que os procura dividir, excluir e amedrontar".
O acto político-partidário decorreu no Forte Santiago, baluarte da Zona Velha da Cidade de onde José Manuel Rodrigues é oriundo. O discurso começou pelas suas origens.
Reproduzimos na íntegra as palavras do candidato.

 
 
 
"Caros concidadãos

Funchalenses

Começo por agradecer a todos os que vieram ao berço da cidade para começarmos esta viagem rumo aos Paços do Concelho do Funchal.

Estamos aqui para responder ao apelo de milhares de funchalenses que exigem uma mudança política na sua terra e que não se resignam perante uma política que os procura dividir, excluir e amedrontar.

Estamos aqui porque acreditamos que a coragem pode vencer o medo; que a esperança deve substituir o desespero e que a união é sempre mais frutuosa que a divisão. Todos nós temos razões para empreender esta viagem, mas permitam-me que vos diga como cheguei até aqui.

Nasci neste bocado de terra e de mar onde o Funchal nasceu, local onde se cruzavam senhores da terra e pescadores, bomboteiros e bordadeiras, comerciantes e contrabandistas, mães de família e mulheres de má sorte, poetas e jogadores, artistas e braçais, turistas e emigrantes, visionários e pobres, patrões e trabalhadores. Em certa medida também, sou um produto desta comunidade que deu ao Funchal alguns dos seus cidadãos mais conhecidos. Foi aqui que vi a dureza da vida, que conheci as diferenças sociais e que ganhei  a consciência da cidadania.

Mas, também, foi aqui que aprendi os valores do trabalho, da persistência e da coragem.

Daqui, formado e criado, parti para a aventura do jornalismo e das notícias e conheci a ilha e os seus horizontes. Vivi em várias zonas da cidade, meti-me pelos caminhos da política, abracei Lisboa em prol dos Madeirenses, regressei à Avenida do Mar e às tricas parlamentares, mas é aqui, a Santa Maria Maior, que retorno para apresentar a minha candidatura à Presidência da Câmara do Funchal.




Reconheço que há neste anúncio uma certa audácia, alguns escreveram mesmo ser uma jogada de alto risco. A esses, a todos, quero garantir que me candidato por um imperativo de consciência. Quando um Governo afronta a Cidade, ignora as decisões da sua vereação legitimamente eleita, desrespeita o seu Presidente, expropria o património do Funchal, a minha resposta não poderia ser outra senão um SIM a mais um combate pela defesa dos interesses dos funchalenses.

Estamos num Forte de nome São Tiago, padroeiro do Funchal, que várias vezes ao longo da história foi o reduto que permitiu repelir os ataques externos à cidade e é a partir daqui que proclamamos o nosso empenho e a nossa coragem para voltar a defender os direitos e interesses do povo da cidade face ás intenções e ameaças internas do senhor, da Quinta Vigia.

O Funchal com 500 anos, a primeira cidade construída por europeus fora da Europa, plataforma dos Descobrimentos Portugueses, terra de Zarco e de Colombo, ponto de encontro de culturas e civilizações, construída por pessoas de coragem e revolta, que sempre, antes e depois da Autonomia, se bateram pelos seus direitos e legitimas aspirações, não se vergará, não se renderá a quem quer que seja e muito menos a quem pretende dominar e  governamentalizar o Funchal.

Nas próximas eleições  não podemos entregar a Cidade a quem traiu o actual Presidente da Câmara; não podemos entregar o concelho ao candidato da Quinta Vigia. Não podemos reclamar mais Autonomia a Lisboa, e depois, internamente, centralizar poderes e competências no Governo Regional, desrespeitando a Autonomia do Poder Local.

A história, e recordemos a mais recente, indica-nos que o Município do Funchal, em ditadura ou em Democracia, sempre foi um local de Liberdade e que muitos dos seus Presidentes como Fernão de Ornelas, Fernando Couto ou Miguel Albuquerque, souberam resistir aos apetites centralistas do Terreiro do Paço ou da Quinta Vigia, defendendo os poderes e competências da Câmara e afirmando os direitos e interesses do povo da Cidade. É esse legado que assumo e quero prosseguir, honrando o trabalho e mérito de gerações passadas e mobilizando vontades e saberes das novas gerações em prol do presente e futuro do Funchal.

Caros concidadãos

Os tempos que vivemos são de grandes privações e sacrifícios. Faltam empregos, salários, comida, felicidade em muitas casas da cidade e das nossas ilhas. Os dinheiros públicos escasseiam e as receitas do Município não chegam para as despesas e para os investimentos necessários. Quero falar  verdade: durante muitos anos vamos continuar a viver com dificuldades. É por isso que a única coisa que vos prometo é criatividade, empenho e trabalho. Mas tenho quereres, desejos, projectos, ambições e sonhos que gostaria de partilhar convosco.

Quero uma cidade solidária, em que as pessoas não sejam apenas números e onde com o apoio das Instituições Particulares de Solidariedade Social se cuide do acesso das crianças à educação e se trate os mais velhos com respeito, a começar desde logo, pelas suas condições de mobilidade no Funchal.

Desejo uma cidade com bairros sociais requalificados com espaços verdes e desportivos, geridos e mantidos pelos seus moradores, incentivando o espírito comunitário e a coesão social.

Projecto a reabilitação urbana da zona histórica e com o seu repovoamento por jovens, potenciar a dinâmica recente da iniciativa privada e dos agentes culturais.

Ambiciono levar a cidade a todos os recantos do concelho, lançando as bases de um Plano de Requalificação das Zonas Altas do Funchal melhorando as acessibilidades e as condições de vida.

Quero uma cidade gerida em função das pessoas e não consoante o número de carros, numa política que deve passar pelo incremento e melhoria do uso dos transportes públicos e por novas regras disciplinadoras do transito e do estacionamento.

Desejo uma cidade com melhor urbanismo que respeite a memória arquitectónica e a identidade cultural das zonas históricas do Funchal.

Ambiciono uma cidade segura, ambientalmente sustentável, com recuperação da paisagem, humanizada, e que devolva o mar aos funchalenses.

Sonho com uma cidade de flores e ainda mais verde com um centro histórico pedonal, com comércio pujante e com arte e cultura nas ruas e nos passeios públicos.

Quero uma Câmara que se assuma como um parceiro do desenvolvimento económico, nomeadamente no Turismo, fazendo do Funchal um pólo de atracção para o Investimento Privado, para gerar mais emprego e mais riqueza.

Desejo uma Câmara interveniente e que em diálogo com os outros parceiros institucionais, tenha uma palavra decisiva em toda a gestão do porto e da costa marítima do Funchal.

Projecto uma Câmara que promova a descentralização de serviços para as Juntas de Freguesia, numa política de proximidade que facilite a vida dos cidadãos.

Sonho com uma Câmara que prepare a candidatura do Funchal a património da Humanidade, pois foi a partir da nossa cidade que se abriram novos Mundos ao Mundo.

Quero uma Câmara que cumpra e faça cumprir os Planos Directores aprovados, e que faça prevalecer o bem comum sobre os interesses particulares.

Desejo uma Câmara ágil e rápida na apreciação de licenças e projectos, com o objectivo de termos mais investimento privado e criação de postos de trabalho.

Projecto uma Câmara que mobilize o seu excelente quadro técnico e os seus trabalhadores para as tarefas de crescimento e de qualidade de vida da cidade.

Sonho com uma Câmara que se abra à opinião e à participação dos cidadãos e respeite a divergência e o pluralismo de todos os eleitos.

Caros concidadãos,

Esta não é apenas a minha tarefa, a minha campanha. Este é um trabalho que temos que fazer juntos. Esta eleição tem que ser uma oportunidade para a concretização das nossas esperanças e dos nossos sonhos. O vosso tempo, a vossa energia, o vosso conselho vão ser decisivos para me incentivar a seguir em frente quando estiver no bom caminho e para alertar quando me desviar do rumo traçado. Esta campanha tem que servir para recuperarmos o dever da cidadania, restaurarmos o sentido do bem comum e dar expressão política aos milhares de funchalenses que clamam por Mudança.

Este é o desafio que temos que ganhar em nome do Funchal e da nossa cidade!

José Manuel Rodrigues"

3 comentários:

Anónimo disse...

Com tanta preocupação social acabou no partido errado! O CDS é um partido conservador e contra o estado social desde o 25 de Abril tal como o PSD.

paulo disse...

Muintos desejos e sonhos, e a realidade ? Sera que o povo ainda vai ir nesta Linda lenga lenga, aos profissionais da politica, tudo e permitido, para tentar enganar o povo, quase podia jurar que teve ajuda Do Portas, para escrever este texto, so faltou os reformados. Pura Demagogia!

Rocha disse...

Caro Calisto,

o Funchal não precisa do José Manuel Rodrigues, nem de qualquer outro membro dos actuais partidos.

A mudança tem de começar nas próximas autarquicas com uma candidatura independente, formada por pessoas integras e desligadas dos actuais partidos, que tenham o sentido de missão e dever.

São poucas as pessoas com esses predicados, mas existem.

Só assim eu e decerto muitas outras pessoas iremos votar, pois caso contrário será apenas mudar as moscas.