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sexta-feira, 28 de junho de 2013


ESTADO DE SÍTIO EM SANTA LUZIA

Staff de operacionais executivos, à ilharga da igreja.

A BIR passou horas junto do seu Mercedes, na Travessa do Pina. Os moradores trancaram-se em casa, imaginando  que se tratava de recolher obrigatório.

Fomos sobressaltados ao fim do dia desta quinta-feira (27): motos da polícia, uma grande carrinha Mercedes da BIR com agentes dentro, movimentações em vários pontos de Santa Luzia... Que se passaria? Forças oficiais ajudando a Extermínio num ataque em força ao diabólico mosquito? Golpe de estado para mandar o chefe ir cuidar dos netos?
Bem: trabalhávamos afincadamente na Redacção quando a nossa agente K34 fez chegar o alerta: na igreja de Santa Luzia e seus arredores há montes de pessoal engravatado e funcionários da Junta Geral; na Travessa do Pina estacionou a carrinha Mercedes da Brigada de Intervenção Rápida, repleta de agentes de prevenção, conforme a explicação arrancada pela nossa K34.
Só tivemos tempo de registar imagens dos locais que aparentavam 'estado de sítio' e de lançar a K8 no encalço dos acontecimentos.
Não se tratava de guerra ao mosquito. Também, não se tratava de golpada palaciana, pelo contrário. O 'cagaçal' de tanta polícia colocada em pontos nevrálgicos só se devia ao facto de 'Meio Chefe' Jardim ter entrado na igreja de Santa Luzia. 
E que fora lá fazer sua excelência? Rezar o terço? Confessar-se e pedir perdão ao Senhor por pecados políticos imperdoáveis? 
Nada disso. Afinal, a diligência estava agendada: ele entrara no templo para assistir ao concerto inaugural do órgão pertencente à referida igreja, devidamente restaurado.
Muita gente assistiu ao concerto. Chefe Jardim, pelo que percebemos, não via a hora de aquilo acabar. Ainda manteve uma postura razoável durante o 'Voluntary para órgão', de John Stanley, e segurou-se no 'Concerto grosso n.º VI', até porque esta obra de António Pereira da Costa era executada em si menor. Mas já se abanava todo, impaciente, ao começar a 'Ária da Suite Orquestral n.º 3', de Johann Sebastian Bach - o que não aconteceria se a música, em vez de Bach, fosse de Bar. À passagem por Vivaldi, Handel e Pachelbel, já o 'peregrino de Bruxelas' espumava ansioso pelo fim de uma sessão que nada tinha a ver com o seu temperamento. 
Quase lhe lemos nos olhos um desejo de que lhe surgisse no templo, mais uma vez, o padre José Luís Rodrigues, de São Roque - porque aí arranjaria pretexto para procurar o ar livre.

Moral da história: será que teremos muitas vezes um aparato policial como este, montado porque sua excelência resolveu mostrar-se um intelectual apreciador de Bach e Vivaldi?
Senhores da companhia chui: vejam lá o preço do combustível. 

O aparato policial não era para proteger este órgão histórico, nem sequer para dar combate ao maldito mosquito. Era, imagine-se, para livrar sua excelência de mais algum 'doloroso' banho de cerveja!



3 comentários:

Vais à Vila disse...

Quem sai de casa com tanto aparato, como diz o outro, está com o respectivo numa pinha.

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Este espalhafato todo é para convencer os laparotos que ainda restam do povo superior de que é importante.

Luís Calisto disse...

Há cabeças para tudo, Caro Coronel.