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sábado, 20 de julho de 2013

Crise


COMUNICAÇÃO DE CAVACO AO PAÍS AMANHÃ


Julgamos que alguém já informou o Presidente de que o país está praticamente sem governo 


Os 3 estarolas do 'arco do poder' a puxar pela cabeça em Lisboa e o Presidente longe, na brincadeira, como se fosse um pequeno!



O Chefe do Estado reservou tempo de antena amanhã nas televisões para se dirigir aos portugueses. Ou nos enganamos muito ou a diligência presidencial não se destina desta vez a protestar contra uma tentativa qualquer do parlamento açoriano para mexer nos poderes de Belém. Teria mais lógica se o discurso em directo consistisse num balanço à visita que Cavaco fez às Selvagens, com a descrição das sensações de anilhar uma cagarra, perceber a questão da postura dos calcamares-fêmeas ou confirmar o hastear da bandeira portuguesa na Selvagem Pequena antes que Jardim conseguisse lá enfiar a bandeira regional. 
Mas não nos parece.
Não acreditamos que a nutrida assessoria de Belém ainda não tenha informado o patrão de que Portugal está praticamente sem governo. Que a lusa nau anda mais à deriva do que nunca. Que o projecto de entendimento entre os 3 partidos do 'arco do poder' não saiu da casca, mau grado 3 ou 4 noites de muitos cafés e cigarros nas sedes do PS, do PSD e do PP (se os malandros não aproveitaram para um pokerzinho ao cêntimo). 
A esta hora, o PR está com certeza ciente da explosão à mesa das conversações. Mesmo!...
Cavaco Silva, ele próprio, não podia esperar outro desenlace. Então, como supremo magistrado da Nação, deu ordem aos 3 partidos que se revezam no tachismo nacional para que acabassem com a bagunça da crise! E, passado o recado, lá vai ele todo lampeiro juntar-se ao Jardim das Angústias para 2 dias de boémia nas ilhotas atlânticas mais a sul!
Cavaco não conhece as 'prendas' que convocou para encontrarem a 'salvação nacional'? Evidentemente que, ao sentirem-se livres da pressão presidencial, já que Cavaco, em vez de estar no posto de comando belenense, mandou-se em barulhenta excursão, trocaram um diálogo do género:
Portas - Ouça! Nós aqui a darmos a cara e o turista repimpado, nas lapas, nos caramujos e na cerveja, às piadas brejeiras com o pacóvio das ilhas!
Passos - O Ângelo Correia que tenha paciência, mas também não estou para continua a ser assobiado por todo o lado.
Seguro - Deixem comigo. Rebentamos esta m... e eu arranjo discurso a justificar as incompatibilidades entre nós.
Representante de Cavaco (acordando) - Já assinaram o acordo?

E pronto, agora é com Cavaco. Mas também não haverá problema para o homem tomar a grande decisão. Ou diz que não pode fazer rebentar a bomba atómica, ou seja, demitir o governo, porque o governo não depende dele e sim do parlamento - deixando tudo na mesma.

Ou, se ainda estiver ressacado das noitadas nas Selvagens com Jardim, põe aquilo tudo na rua e convoca eleições, argumentando que, se não houve golpe de Estado, quem manda nesta coisada ainda é ele.

Apostamos em quê?
Apostamos no baralhar de cartas para ficar tudo na mesma, com Passos-Portas prisioneiros no calvário, que é para aprenderem.
Cavaco não é burro. Enquanto houver gente daquela para ser assobiada de Norte a Sul, folga ele, Cavaco.
Aguardemos até amanhã, pois.

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