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terça-feira, 27 de agosto de 2013

HUMOR PLATÓNICO


ALBUQUERQUE DESTACA GOVERNANTES DA MADEIRA:
SILVESTRE RIBEIRO E ORNELAS CAMACHO

José Silvestre Ribeiro, o mais importante e mais culto governante da Madeira de toda História.


A moda acaba de ser criada por Jardim. 'Meio Chefe' absteve-se por uns momentos dos constantes elogios a si próprio para, na sequência do Dia da Cidade do Funchal, jornada aliás humilhante para si, reconhecer algum mérito aos outros.
A imprensa de referência registou esse desportivismo do actual presidente do governo. O JM, por exemplo, premiou o 'fair play' enchendo uma 3.ª página com parangonas alusivas ao acontecimento, como se vê aqui:



Invocar também o Dr. Fernão de Ornelas seria colocar em perigo a importância do Único Importante, porque a obra do antigo presidente da Câmara, sem dinheiros esmolados no exterior, ainda hoje contrasta com os mamarrachos, os furados e as cotas 500 fantasmas que deprimem a Madeira Nova.
Para evitar mais sombras, Jardim seleccionou como "grande presidente" João Dantas, a quem pôs na rua em 1993 porque o PPD ia perdendo a Câmara do Funchal em 1989. Só não a perdeu mesmo, diante da coligação 'Pelo Nosso Funchal' de Emanuel Jardim Fernandes e Ricardo Vieira, porque a contagem de votos foi o que todos recordam ainda hoje. Aquele presidente de mesa até levou as urnas cheias para casa, entregando-as na manhã seguinte.
Jardim elogia também Virgílio Pereira, a quem foi a Bruxelas buscar para disputar as tais eleições de 1993. E, mesmo com Virgílio na corrida, o socialista André Escórcio criou muitas dores de cabeça. Virgílio Pereira que, com um ano de mandato nessa última passagem pela Câmara, ouviu seu compadre Jardim chamá-lo publicamente de incompetente, por não saber governar o município sem dinheiro. Insulto que levou Virgílio a mandar a Câmara e o compadre à fava.

Nem pelo facto de 'Meio Chefe' não o incluir no lote dos tais 'bons presidentes' propagandeados pelo Jornal da Madeira, Miguel Albuquerque se abstém de também fazer os seus elogios. No caso, destaca aqueles que, a seu ver, deixaram ou deixarão nome na História da governação madeirense.
Interpelado, Miguel aderiu à moda. Espontaneamente, citou o nome de José Silvestre Ribeiro - antigo governador que dá o seu nome à rua que vai pelo Jardim abaixo e desce até à Avenida entre o Centro Infante e o Teatro. 
Silvestre Ribeiro impõe-se, na realidade, como vulto inigualável na História do Arquipélago. Além de escritor e notável linguista, deixou obra de grande utilidade na Madeira, de que um dos emblemas é a Ponte Monumental (Ribeiro Seco). Dirigiu o combate à fome que dizimava gente na Madeira em meados do século XIX; criou e dilatou uma importante rede de escolas; dinamizou a economia insular; estendeu o mapa das levadas (saliência para a do Rabaçal); fundou museus; instalou a iluminação pública; reflorestou as montanhas; e executou muitos mais melhoramentos que a imprensa da sua época e o Elucidário citam - não estamos a inventar.

Quanto a governantes do tempo da Autonomia, de 76 para cá, Miguel Albuquerque nem pestaneja para salientar o vulto que fica para a História como o primeiro presidente de um governo regional da Madeira: o Eng.º Ornelas Camacho.
O presidente da Câmara é sensível a vários méritos de Ornelas Camacho: governou em democracia, a léguas de qualquer coisa que se parecesse com uma ditadura; não guerreou nem tentou fechar jornais, pois respeitava a livre expressão de pensamento na Região; não promoveu depurações e expulsões dentro do seu partido, o PPD; apenas lançou obras que sabia com cabimento orçamental; o seu principal trabalho era governar, não participar em festas diariamente; sempre actuou com discrição, recusando liminarmente a gabarolice; não escondeu dívida pública, até porque a não criou; exerceu o tempo de mandato numa relação firme, porém dialogante, com os centralistas de Lisboa, não lhe passando pela cabeça tratar os primeiros-ministros por 'mafiosos', 'ladrões' ou 'maricas'; respeitava os partidos da Oposição; nunca chamou 'bastardos' aos jornalistas nem 'casa de loucos' ao parlamento; sempre actuou na vida pública com cordialidade, não havendo nos arquivos da imprensa espanhola qualquer artigo a chamá-lo 'rei do insulto'; governou sempre com desprendimento, não se alapando à cadeira do poder, pelo que, ao perceber a ambição louca de outros, saiu com a simplicidade com que entrara.

PS - Para que não haja dúvidas, este artigo é humorístico. As posições de Miguel Albuquerque são fictícias, da lavra do autor da peça. Não nos custa reconhecer que, a falar a sério, Miguel Albuquerque não aludiria aos "grande governantes da Madeira" sem referir os nomes, goste-se deles ou não, do Conde Canavial e de Inocêncio Camacho de Freitas, José Ribeiro da Cunha e Eduardo Sarsfiled, para não falar do 'Cavalo Branco' Braamcamp Sobral. Estes, apesar de não chegarem aos pés dos acima referidos, destacaram-se de todos os outros, mais antigos e mais recentes.  

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