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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

INCÊNDIOS


MAIS UM EPISÓDIO DUMA LONGA TRAGÉDIA



01 - Excerto do artigo “Serviço Cívico de Defesa e Enriquecimento da Floresta” - Diário de Notícias - 03.05.92
Os incêndios, que nos últimos dias mais uma vez colocaram a Madeira nas bocas do mundo, são, infelizmente, apenas mais um episódio duma longa tragédia ecológica e social. Destruição do património florestal, fractura de rochas por termoclastia, desabamentos, casas ardidas e vidas perdidas são ingredientes recorrentes do denso guião.
A leitura de reportagens de jornais e relatos desde a primeira metade do século XIX revela de forma cruel como as causas dos fogos, as áreas ardidas, os impactes paisagísticos, os gritos e a curta memória se repetem.
Contra a corrente, nos últimos dois séculos foram surgindo medidas para inverter o processo de desertificação apresentadas por cidadãos inconformados, como por exemplo, o cartógrafo Paulo Dias de Almeida (Descrição da Ilha da Madeira de 1817 / 1827), o Conselheiro José Silvestre Ribeiro (governador civil da Madeira entre 1847 e 1852), o engenheiro silvicultor Cecílio Gomes da Silva (1923 – 2005) e, nas últimas três décadas, este ecologista fundamentalista, que na sequência do incêndio de 17 e 18 de Abril de 1992, que atingiu sensivelmente as mesmas áreas e também ameaçou o Hospital dos Marmeleiros, escreveu os artigos  “Catástrofe Ecológica” (DN-19.04.1992) e “Serviço Cívico de Defesa e Enriquecimento da Floresta” (DN-03.05.1992).
Nenhum desses textos continha soluções mágicas para combater fogos. Equacionavam as causas e apontavam medidas preventivas. Acreditava há 21 anos e continuo a acreditar, que sem uma enraizada cultura de prevenção o lume continuará, a um ritmo cada vez mais acelerado, a calcinar áreas suburbanas onde convivem espécies pirófilas (acácias, eucaliptos, pinheiros, silvados, canas-vieira) e seres pirómanos, com o consentimento negligente das populações.
Fogo a queimar matas, foguetes a ribombar e comícios alucinados, em simultâneo, são indícios preocupantes duma tragédia. Da decadência pimba da Madeira Nova!
       
                Saudações ecológicas,
         Raimundo Quintal

02 - Excerto do artigo “Catástrofe Ecológica” - Diário de Notícias - 19.04.92

03 – Primeira página do DN – 19.04.92

04 – Página 12 do DN – 19.04.92

3 comentários:

jorge figueira disse...

Governar circunscrito a ideia de que tudo se reduz, no periodo entre duas eleicoes, a anestesiar eleitores para que garantam fidelidade de votos deu nisto: habitacoes feitas esquives. Jorge Figueira

Luís Calisto disse...

O povo gosta de ser anestesiado.

Anónimo disse...

O Povo vendeu a alma ao diabo de um posso e mando e o mais importante da Ilha por uma espetada e um copo de vinho.
Esquecem-se que esse petisco foi envenenado já lá vai trinta e tal anos, agora sofrem as consequências, cada um tem o que merece.