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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

MEDIA



OUTRA VEZ A RÁDIO PÚBLICA!



Pedimos às pessoas que nos telefonaram quarta de manhã perguntando pela cobertura TV e rádio da sessão na Câmara: liguem para a Levada do Cavalo 

Pedimos a compreensão do alto responsável do grupo RTP-RDP que teve a gentileza de nos rebater a crítica do 'Fénix' feita à prestação da rádio pública durante os recentes incêndios. Aceitamos alguns dos argumentos que o nosso interlocutor apresentou para justificar o que considerámos ser uma clamorosa ausência de serviço público nos trágicos dias. Mas persiste a questão de fundo. Que é o centro regional exigir de Lisboa uma definição muito clara: quer a Administração, sim ou não, cumprir também na Madeira a legislação que obriga à existência de uma rádio estatal vocacionada para esse serviço público? 
A partir daí, actuar: ou acabar com a farsa da rádio serviço público, entregando a chave ao centralismo alfacinha; ou dispor efectivamente dos meios para cumprir a lei.
Aqui na Madeira, os chefes entendem que já estão a travar essa luta. Desculpem a frontalidade, mas... como assim, com os resultados que estão à vista?


Um dia depois dessa troca de ideias, eis que a RDP-Madeira opta por uma postura editorial de bradar aos céus. Claro que nos custa voltar outra vez, e tão cedo, a condenar os critérios dos cavalheiros que lá mandam, nossos amigos... quando não se está a falar de serviço nem dos interesses da Madeira.

Custa, mas não podemos ignorar o atentado à noção mais básica de rádio, e até de televisão. Já lá vamos.


Ontem, quarta-feira, 21 de Agosto, celebrava-se um Dia da Cidade do Funchal muito especial. Tratava-se da última sessão do género com Miguel Albuquerque na qualidade de presidente da Câmara, cargo que ocupa há 20 anos e que por obrigação legal, e não apenas, abandona este ano. Avaliando pelo que Jardim apregoa, este seria também o último Dia da Cidade com a sua presença.

Vá lá que a rádio oficial achasse que, apesar desses ingredientes, não havia ali interesse editorial. Aceitaríamos. A missão de uma rádio não consiste em cobrir acontecimentos político-sociais, aclamações, despedidas.
Dava-se o caso, porém, que o encontro do anfitrião Miguel Albuquerque com Jardim se daria num ambiente de notável crispação, depois de uma longa série de acontecimentos do domínio público. Havia notícia, forçosamente. O atrito entre ambos os rivais, em matéria de liderança do maioritário PPD, seria notório durante as cerimónias e lá estava a rádio para relatar em directo, como deve ser. Ou então esse atrito seria tacticamente camuflado e nada de especial aconteceria... o que também constituía notícia, dadas as circunstâncias.
Mas, sejamos práticos, havia motivos subjacentes a este caso central que não poderiam deixar de resultar em faísca. Costa Neves, expulso do PPD, já recusou publicamente cumprimentar o seu antigo chefe Jardim. O vereador Gil Canha, do PND, fê-lo no ano passado. Como seria desta vez?
Ainda por cima, uma semana atrás, no Monte, Jardim evitou cumprimentar os vereadores do Funchal, o que não foi outra coisa senão declarar que a guerra continua.
Depois, ultimamente há quase sempre manifestações populares de desagrado nos actos públicos em que Jardim intervém.
Pergunta-se: não havia aqui razões poderosas para considerar este 21 de Agosto um dia para fazer jornalismo? 
Não vamos dizer que a RTP-M fizesse a transmissão em directo. Já desistimos de ter esperança, enquanto a situação actual se mantiver. Não nos atrevemos a pedir que ponham o Iveco ou o Mercedes na rua, que é para directos que eles existem. O próprio SNG (o que custou para o 'sacar' a Lisboa!) poderia fazer com mobilidade simples o directo da sessão na Câmara - 3 câmaras resolviam o problema. Mas vão falar no preço do satélite e não há pachorra para contas de mercearia.
Portanto, transmissões pela TV são um luxo, a não ser umas tristezas actualmente no ar que por decoro não vamos citar agora. 
Mas a rádio! Que através de um telemóvel permite directos! Vá lá, era simples. Pois se gastam dinheiro em cursos na Suiça para aprender a usar o I phone na TV!

Uma sugestão: por que não se pega no dinheiro gasto com chefões importados na Levada do Cavalo, que não acrescentam nada nem sequer igualam as competências dos profissionais da casa - por que não se pega nesse dinheiro e se produz o trabalho sem o qual é melhor fechar as portas.
Adoramos futebol, mas a sessão em causa revestia-se de maior importância do que muito relatos que têm saído dos estádios pela RDP.

PS - 1. A minha eterna solidariedade aos colegas que estão na Casa para fazerem televisão e rádio.
2. Que desculpem os directores, mas devemos tecer estas críticas. As quais não anulam o mérito de algumas produções da RTP-M.

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