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domingo, 10 de novembro de 2013

Conselho Regional do PSD-M



JARDIM PREPARA-SE 
PARA EXPULSAR ALBUQUERQUE


A situação no PSD-M corre dominada pela questão estatutária sobre a legitimidade de algum militante exigir a antecipação do congresso electivo. Para Jardim, não há essa legitimidade. Portanto, se algum militante aparecer com as 300 assinaturas é por estar interessado em desunir o partido. A punição é conhecida: expulsão. Isto é com Albuquerque, o candidato à liderança que já recolhe assinaturas. 



PSD-M em conselho regional. (JM-arquivo)


* Jardim magoado: sente que o querem escorraçar do partido, depois de 35 anos de trabalho

* Sérgio Marques fez uma intervenção de candidato e não afinou pelo diapasão do chefe, que deixou transparecer algum desagrado


* Miguel de Sousa também interveio, assumindo o desejo que já formulou, a favor da antecipação do congresso


* Anciãos jardinistas como Guilherme e Jaime ainda estrebucham para convencer Jardim a novo mandato 




O mais recente candidato à liderança do PSD-M, Sérgio Marques, descreveu o momento que o partido vive como "talvez o mais difícil" da sua história. A prova está na "marca menos confiável e menos credível" como a linha laranja foi vista pelo povo nas últimas eleições.
Alberto João Jardim, presente na reunião do conselho regional deste sábado, em Santa Quitéria, assistiu à frontalidade revelada pelo antigo eurodeputado sem grande entusiasmo. Pelo contrário, os conselheiros perceberam-lhe o desconforto provocado pela projecção do próximo congresso feita por Sérgio, na perspectiva de uma querela estatutária iminente. 
Miguel Albuquerque encetou o processo de recolha das 300 assinaturas necessárias para propor ao partido um congresso electivo para o Verão de 2014. As opiniões dividem-se na interpretação dos Estatutos. O Artigo 12.º diz que pode haver congresso extraordinário a pedido do conselho regional, da comissão política ou de 300 filiados. Mas o Artigo 21.º especifica: em caso de congresso extraordinário, o conselho regional decidirá da justificação, ou não, da referida eleição (da comissão política).
Na prática, Miguel Albuquerque apresenta as 300 assinaturas e depois o conselho regional decidirá se deve haver eleições para os órgãos do partido ou não. Como Jardim manda no conselho...
Esta é uma leitura, como há outras. Jardim, por exemplo, objectiva com o seu sentido prático, como fez este sábado na reunião do conselho regional. Numa altura destas, aparecer um militante com assinaturas para fazer guerras internas significa agitação para desunir o partido. Logo, esse militante deve ser afastado. Palavras do chefe.
Ora, na sua intervenção, Sérgio Marques desviou-se da posição do líder, assumindo que "os estatutos não são claros". E que "a questão é controvertida", havendo "argumentos válidos para ambos os lados".
Na mesma onda falou Miguel de Sousa, ao repetir frontalmente o que vem defendendo, a antecipação do congresso, de modo a que o próximo líder, já no papel de presidente do governo, tome a seu cargo a elaboração do Orçamento da Região para 2015.
Jardim não encaixou as posições de um e de outro, conforme notaram os conselheiros. Que ouviriam mais motivos de agastamento por parte do chefe.

Toque a escorraçar

O ainda líder, ao usar da palavra, declarou-se magoado com a forma como internamente estão a tratar de o colocar fora de cena. Aceitaria - garantiu - que fossem falar com ele, explicando-lhe que o seu tempo acabou, e que, portanto, era preciso atalhar o processo de substituição. Não aconteceu. Não lhe falaram. E agora nota que os seus companheiros tentam escorraçá-lo do partido e do governo. Daí o seu finca-pé para continuar até ao fim.
Dos seus lugares, conforme nos confidenciaram depois, vários conselheiros pensaram consigo próprios: o problema é que ele não sai se tentarmos escorraçá-lo e não sai se não tentarmos escorraçá-lo.
A mensagem de Jardim foi no sentido de o processo da sucessão decorrer em espírito de união. Podendo aparecer os candidatos que se acharem capazes. Mas evitando a chicana na praça pública.
A sua contribuição para esse efeito é não se meter no processo. Ele, que faz do combate a Miguel Albuquerque o objectivo da sua vida, desde há certo tempo. Diz agora que não se mete no processo apesar de ter indicado meses atrás o candidato que merecerá o seu apoio, Manuel António Correia, secretário do Ambiente. Hoje, diz que não se mete e que já disse o que tinha a dizer sobre a sua preferência. Mas não é apanhado a repetir o nome de Manuel António. Mudou de opinião? Por causa da sopa de lapas no Norte?


Guilherme e Jaime agarrados à bóia Jardim

Da sua parte, acabou-se a carreira, garantiu Jardim. Insistiu nisso mesmo depois de assistir aos momentos mais bizarros da reunião do conselho regional. 
Quando há candidatos no terreno e outros a chegar, eis que soldados tarimbeiros da brigada jardinista se chegaram ao púlpito com propostas perfeitamente absurdas. 
Guilherme Silva anunciou uma 'novidade' que nunca partilhara com ninguém e que aproveitava para colocar ao conselho regional. 
Que 'novidade'? 
Que Jardim devia candidatar-se outra vez ao congresso, para um período de transição. Seguir-se-ia depois, em momento a determinar, a escolha de um presidente do governo pela nova comissão política, eleita nas internas.
Vê-se a 'novidade': uma fórmula que o próprio Jardim enunciou várias vezes na sua carreira, como táctica para se ir perpetuando no poder. Táctica que Guilherme desejaria ver reeditada, para seu conforto.
O interessante foi ouvir Jaime Ramos, que passou a reunião num espalhafatoso entra-e-sai, apresentar uma arenga apontando na mesma direcção. O importante, disse ele, era Jardim continuar - vá lá saber-se por mais quantos anos. Uma posição ridícula, no ver de vários conselheiros.  
No folclore actual, Jaime até fez aprovar o orçamento do partido de que apresentou umas linhas... mas sem que fosse distribuído documento algum! Os conselheiros aprovaram sem ver.
Mais curioso ainda, no tocante à sucessão e à teoria da brigada: foi preciso o próprio chefe saltar a terreiro ordenando fim de festa àqueles que pretendem desesperadamente segurar-se ao líder, a quem tanto devem e de quem precisam ainda. Numa palavra, Jardim garantiu que aquilo que já disse é para valer: não se candidata mais, só fica até às eleições internas de 19 de Dezembro de 2014. Mas também não sai antes.
Na sua adoração espiritual ao jardinismo, os proponentes da eternização do chefe nem se lembraram que, para continuar no poder e passar o testemunho a um sucessor eleito pela comissão política, Jardim teria de vencer os adversários que lhe surgissem pela frente, nas internas. Pelo menos, Sérgio Marques, Miguel Albuquerque e, quem sabe, Miguel de Sousa.
Jardim teimou que vai mudar de vida e os momentos quase hilariantes protagonizados pela gasta brigada esfumaram-se na sala do conselho regional. Onde, já agora, se gerou uma contestação silenciosa à tentação de Jardim de expulsar Albuquerque, quando as 300 assinaturas forem entregues. Há conselheiros indignados. Então os estatutos são aplicados apenas nos artigos que interessam ao chefe? Os estatutos permitem a qualquer militante munir-se de 300 assinaturas para propor um congresso extraordinário. Isso não configura qualquer falta. Não se pode descer do plano estatutário para o plano arbitrário.


Sérgio: "Desunião, azedume, ressentimento"

Jardim não tem quorum na sua ideia de que o calendário de eleições e congresso está estipulado e que quem o tentar subverter está a dividir o partido, logo deve ser afastado.
Sérgio Marques não lhe deu razão nisso, antes admitiu dúvidas nos Estatutos. Mas o candidato propagou as suas críticas a outros destinatários. Sérgio falou no colectivo, mas Miguel Albuquerque, e até Jardim, eram atingidos. A propósito dos maus resultados eleitorais, referiu: "Não soubemos ajustar o leme aos novos tempos. Não soubemos sarar as feridas abertas pela primeira disputa competitiva da liderança. O partido ficou minado pela desunião, azedume, ressentimento."
Ora, tal situação teve "repercussões gravosas no resultado das autárquicas. Que situação? O azedume Jardim-Miguel, que cresceu quando da "primeira disputa competitiva da liderança".
Pior do que isso é que o futuro não se afigura melhor. "Este ambiente negativo", avisou Sérgio Marques, "permanece inalterado e corre mesmo o risco de agravar-se com a aproximação do próximo congresso." Sem "unidade na diversidade" o PSD estará em risco. Urge, pois, ultrapassar questões menores como teimar no congresso em Dezembro, em Setembro ou em Junho. Está decidido: "Não participarei nesta querela." 
O PSD não deve fechar-se, não deve "continuar uma guerra de trincheiras", pelo contrário, "tem de abrir-se à sociedade, às pessoas, à cidadania". Apelo do candidato.


O risco de eleições antecipadas

Prudente, o ex-eurodeputado alerta para os riscos de se insistir no congresso em Junho, com eleições regionais a seguir. Num caso desses, as eleições ocorreriam "no pico da tendência crescente da oposição". Recado para Miguel Albuquerque. 
"Não tenhamos ilusões, o PS pretende surfar uma onda que se formou com as autárquicas e que poderá engrossar nas eleições europeias de Maio e continuar a crescer à conta do mais austero Orçamento do Estado como é o de 2014" - é Sérgio ainda a tocar as campainhas.
A questão não é "ter medo de eleições", a questão é de "sensatez", de não se ser "anjinhos", esclarece o candidato.
Para Sérgio Marques, o importante é relançar o PSD na confiança do povo, e é para esse "enorme desafio" que pretende contribuir com a sua candidatura.

Reduzir tudo a cacos e desandar

Sérgio e demais candidatos à sucessão vão deparar-se com uma tarefa muito mais complicada do que alguma vez imaginaram. Alarga-se o número de barões social-democratas que desconfiam da disposição do chefe de reduzir o partido a cacos antes de partir. Todos os dias há tomadas de posição públicas que desacreditam o que resta do velho PPD/PSD-Madeira. Um ataque desenfreado às câmaras que mudaram de cor, a indomável aversão à comunicação social menos dócil. E aquela obsessão impressionante pela expulsão de militantes. Ainda por cima, com dois pesos e duas medidas.
No Porto Santo, por exemplo, dirigentes locais dizem que só serão expulsos aqueles que voluntariamente assinaram a favor do candidato Ruas, dissidente laranja. Aqueles que assinaram por Ruas a pedido do próprio PSD, na mira de dividir o eleitorado PS, esses não sofrerão castigo.


Zé Pedro, deputado de Jardim

Há o caso de José Pedro Pereira, que levanta interrogações de quadros outrora importantes no partido. O jovem deputado tornou-se independente na Assembleia Legislativa. Quis abandonar igualmente o PSD. Eis que, em vez de ajudar a empurrá-lo para fora, apareceu o próprio Jardim, fanático pelas expulsões, a pedir-lhe que continuasse no partido. Mais: Jardim já deixou escapar que Zé Pedro saiu de "deputado do PSD", mas ficou "deputado do Alberto João".
Original.
Se estas práticas todas reflectem um desejo de deixar o partido de pé...
Jardim lamenta-se de o quererem escorraçar. Mas, de facto, já não está no partido, onde ninguém o escuta. Nem está no governo. A sua agenda é risível. O JM, num noticiário que mais parece uma secção humorística, refere as "agendas intensas" do chefe do governo. Vejamos o último caso de "preenchida agenda" para o final da semana passada: quinta-feira, reunião de governo (para distribuir louvores e magicar patifarias às câmaras adversas); sexta-feira, sessão de abertura das V Jornadas do Médico Interno, recepção ao embaixador coreano e apresentação de um livro no Museu de Arte Sacra.
É tudo. Eis a preenchida agenda do presidente de um governo! Para não falar no tipo de trabalho dos secretários. Anedótico.
De facto, um adeus que é um descalabro. Notícias falsas sobre 200 expulsos. Críticas e acusações ao governo de Lisboa, atribuindo-lhe a causa de todos os males, e depois votos a favor do Orçamento do Estado da parte dos deputados PSD-Madeira - com o azar da comparação com a coerência e a coragem do popular Rui Barreto. 

Aproveitem a deixa e marquem audiência nas Angústias

Se pretendesse deixar o partido inteiro e a Madeira com alguma esperança no futuro, obviamente que Jardim zarpava e deixava trabalhar os que chegam. Que é que o prende ali? Por que teima em tornar-se o 'empata da Madeira Nova'? Esta fase de transição está a ser penosa e prejudicial para o PSD e para a Madeira. Para ele. Ninguém lhe consegue dizer isso? Peguem na deixa deste conselho regional e vão lá propor-lhe que abrevie a dolorosa agonia. Mesmo que ele chame traidores e faquistas aos que lá forem. Pelo menos, passarão a dormir descansados.

14 comentários:

Anónimo disse...

Sérgio Marques azedou o Meio Chefe e Jaime Ramos que proferiu um discurso violento contra ele. Sem dúvida fez o melhor e mais verdadeiro discurso. Força Sérgio.

Anónimo disse...

O Meio Chefe devia agradecer a antecipação do congresso e andar qto antes. Mas como ele faz sempre ao contrário, irá até o fim, destruindo-se na crise que ele abriu no seu partido. Até Fidel Castro soube sair...So este UI ainda não viu que a porta está cada vez mais estreita.

Anónimo disse...

Sei que daqui a pouco vem a Grande Família da Casa ameaçar (com erros graves no português) e violentar-se contra os pequenos. Daí-lhes um pouco de caridade porque eles necessitam de trabalho. Eu percebo o Júnior Account!

Anónimo disse...

Sobre verdade era bom ler a analise curricular feita pelo António Fontes...

Anónimo disse...

E ainda dizem que Sérgio está com o Alberto, esses individuos só podem ser os aziados que nao consguindo convencer as pessoas pelas ideias tentam por outras vias tipicas das pessoas que têm rabos de palha!

Anónimo disse...

Meio Chefe devia ter saído oito anos atrás e saia pela porta larga, agora aqueles que lhe dão palmadinhas nas costas para ficar são os que lhe querem ver fora da quinta das Angústias o mais rápido possível os patas rapadas agradecem um novo líder para os destinos da Madeira.

Anónimo disse...

Sérgio não se pode libertar facilmente dos lobbies políticos e económicos onde evoluiu política e financeiramente...A política é assim! Mas se Sergio não esta' com Alberto que peça a demissão da Comissão Política que alimenta o UI...e as aguas serão mais transparentes. Coragem e ruptura rumo ao futuro...

Anónimo disse...

O Tó Fontes estava tão encomendado que nem se lembrou de falar na Élia . Pela primeira vez em anos. Ele que vá ver quem é que pagou as quotas aos apoiantes do "Santana Lopes Madeirense" na últimas eleições. Diz que foi o homem que ficou raivoso ontem contra o Sérgio.

Anónimo disse...

O Tó Fontes não sabe o que fazer à vida tadinhoo só que desta vez disparou em cima de uma pessoa querida da sociedade madeirense ou seja queimou-se.. estou a imaginá-lo a cantar o vila morena ao Albuquerque num jantar romantico na quinta das rosas!

Anónimo disse...

Tanto comentário de pessoas que querem mudar alguma coisa para que fique tudo na mesma, especialmente os seus tachinhos!!!

amsf

Anónimo disse...

Quem é o candidato supostamente rebelde que tem ligações à AFA? E ao Jaime Ramos? E que teve ligações ao grupo Sá, tendo inclusivamente um vereador a meio tempo para "dar uma perninha" nos falidos supermercados? Grande independência deste senhor. É o Santana Lopes da Madeira.

Anónimo disse...

Ora o Jaiminho está sempre pronto a pagar as cotas aos militantes de Albuquerque!É este o PSD que o partido quer? Que mudança é que Albuquerque apresenta? a continuação de interesses instalados da familia Ramos!? Porque não desmente publicamente? ai ai Buquerquinho..

Anónimo disse...

Sergio estás a demonstrar fazer uma campanha séria e desligada de qualquer tipo de interesses economicos gostava de ver Albuquerque a vir defender a ligação do armas? Pelos vistos foi Albuquerque que trabalhou para os Sousa.

Anónimo disse...

AJJ anda a copiar o Passos

Passos já limpou o sebo a 500 e quer limpar o sebo ao seu maior adversário politico na altura que ele chegou a líder do Psd ( Rangel)