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sábado, 22 de março de 2014

CONSELHO REGIONAL DIFERENTE






MIGUEL DE SOUSA CONTRA JARDIM
NUM FRENTE-A-FRENTE INÉDITO











* Chefe já não se limita a dizer como é... sem ouvir opiniões contrárias

* Disparates atrás de disparates no PPD: 'Não há problemas, arranjam-se."

* Conselheiros jardinistas roubam ao chefe uma oportunidade para se recandidatar, votando contra a proposta de antecipação do congresso



Guardado para Miguel de Sousa estava o maior bocado da intervenção de Jardim no conselho regional deste sábado, no Cema de Santa Quitéria. Tem sido assim desde que, há dias, Miguel criticou a governação regional dos últimos dez anos e apresentou formalmente a sua candidatura à liderança do PPD.
O candidato já esperava o ataque. Daí não se ter sentado, como habitualmente, à esquerda de Jardim, optando por um lugar nas últimas filas dos conselheiros. Era um aviso de Miguel de Sousa, também. Sendo de registar que ninguém ousou ocupar a cadeira na zona da comissão política deixada vaga. Assim, Jardim passou a reunião toda com essa cadeira vazia a seu lado. Sintomático.
Antes de 'tratar' de Miguel de Sousa, Jardim atacou Miguel Albuquerque - no fundo a sua obsessão mais incómoda. Um ataque desta vez à base de 'indirectas', tendo a ver com a teimosia do ex-presidente do Funchal ao insistir na votação (marcada para este sábado) de uma proposta para antecipar o congresso electivo.
Na sua intervenção inicial, Jardim cumpriu o que prometera, sobre as listas para as europeias, contando como o PSD nacional mudou o critério de um candidato elegível, nos 8 primeiros lugares, para uma candidata que satisfizesse as quotas de mulheres.
Confirmou, principalmente, não ter aceite um lugar no Parlamento Europeu que lhe foi oferecido por Passos Coelho, como "saída digna" da política madeirense. Jardim entendeu ser ele próprio a decidir os seus timings, sem dar ouvidos a propostas obscuras com o 'dedo' da maçonaria, do Blandy e até de alguns delfins.

Quando as baterias se voltaram para Miguel de Sousa, a plateia de conselheiros esqueceu-se das broncas que sabia estarem a inquinar os bastidores dos trabalhos. Com dureza, Jardim retomou os ataques dirigidos àquele candidato durante a semana, designadamente na inauguração da nova loja Hyundai, na Cancela. Então, Jardim reagiu com desagrado ao projecto de governo para a Madeira lançado por Miguel nessa mesma manhã de quinta-feira. Desde "aprendiz de feiticeiro" a "cópia de má qualidade", Jardim colou àquele que foi o seu primeiro delfim uns quantos epítetos arrasadores. Para culminar a 'lavagem' ameaçando rebuscar o passado político do "ambicioso" Miguel, sabendo-se, carregou Jardim, que "quanto maior a ambição, maior a asneira".
Já em pleno conselho regional, com Miguel de Sousa presente, Jardim moderou a linguagem, mas não a loquacidade da reprimenda. Numa palavra, chefe não se conforma com o facto de Miguel de Sousa atacar os governos dos últimos tempos, quando foi secretário e vice nos anos anteriores, além de, no parlamento, jamais ter votado contra programas de governo e orçamentos.
Jardim em toada menos bélica do que habitualmente, mas sem conseguir esconder a tensão do seu estado de espírito.


Muitos a falar, uns pró, outros assim-assim

Pelo mesmo diapasão afinaram conselheiros que usaram da palavra durante a manhã. Graça Luís, por exemplo, afirmou respeitar o candidato Miguel de Sousa, mas não os ataques em público da sua autoria contra "quem tanto fez pela Madeira". Nuno Teixeira manteve-se num patamar mais neutro, mas Guilherme Silva não disfarçou o jardinismo a que se converteu há uns anos, já que, de início, emitia opiniões sem primeiro se inteirar do que pensava o chefe.
Armando Abreu, antigo vereador funchalense e veterano da máquina do partido, referiu achar desnecessário apelar para a unidade das bases social-democratas, porque essas estão unidas. O recado para reunificar deve ser dirigido aos barões, observou Armando Abreu.

Fora desta linha manifestou-se Jaime Filipe Ramos. O antigo líder da JSD e mentor da Autonomia XXI sugeriu moderação ao líder, já que discorda dos ataques que ele tem dirigido indiscriminadamente aos candidatos que se perfilam. Assim como não acha bem que as sedes ainda estejam fechadas às candidaturas e que se insista nas queixas ao conselho de jurisdição para expulsar militantes por delito de opinião. 
Jardim respondeu. Sem deixar de notar que, não sabe porquê, Jaime Filipe nunca se deu bem com ele.
Francisco Santos, considerado aríete da candidatura de Cunha e Silva, usou da palavra para marcar espaço. Da sua parte, lembrou que está na pré-reforma e portanto com tempo disponível para dar muito à política e ao PPD.



E agora... Jardim-Miguel de Sousa


O candidato 'na berra', este sábado, começou por desafiar os 'bons costumes', distribuindo material da sua campanha logo de entrada.

No ar pairava o desaguisado latente Miguel de Sousa-Jardim. O pretendente à sucessão estava decidido a defender-se dos ataques do chefe e a explicar os seus pontos de vista enquanto candidato, em matéria de linhas programáticas apresentadas por ele na quinta-feira. As quais foram, como dissemos, contrariadas por Jardim em diversas vertentes. Por exemplo, quanto a tentar arriscar projectos com ou sem revisão constitucional.
Miguel procedeu em termos de não acicatar mais o relacionamento com o chefe. Mostrando não estar contra ele - pois se muitas das suas propostas haviam sido defendidas pelo próprio Jardim, em tempos.
De modo inédito, sucederam-se as intervenções de ambos, com ataques e respostas de parte a parte. Parada e resposta. Um debate 'olhos nos olhos' a que Miguel de Sousa não fugiu. Discutia com a mesma determinação que mostrara ao distribuir propaganda da sua candidatura no início dos trabalhos e ao evitar Jardim, deixando-lhe vaga a cadeira do lado.
Miguel não deixou de manifestar desagrado pelo facto de Jardim o ter vilipendiado numa cerimónia oficial - na Hyundai - encontrando-se ele, Jardim, ainda por cima, no papel de presidente do governo. 
Chefe batia e rebatia, Miguel respondia e argumentava. Até que, para mostrar que o seu propósito não é propriamente combater o líder, disse estar convencido de que Jardim até concordava com as suas ideias. E por que cargas de água estava convencido disso? Pois Miguel puxou de um artigo publicado por Jardim no JM em 14 de Setembro de 2012, pondo-se a ler umas partes aos conselheiros. 
Estas partes do escrito de Jardim: 
"Num importante acto de cidadania e de patriotismo, o Dr. Miguel de Sousa, Vice-Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, ex-Vice-Presidente do Governo Regional e membro da direcção regional do Partido Social Democrata, dirigiu uma carta sobre o Centro Internacional de Negócios da Madeira a mais de mil personalidades nacionais.
O Dr. Miguel de Sousa não ficou à espera de ver como as coisas correm, interveio.
Fê-lo em defesa de todo o Povo Madeirense, ao contrário das habituais mediocridades locais que, subservientes, vão fazer 'queixinhas' a Lisboa sobre os episódios 'de faca e alguidar'.
O Dr. Miguel de Sousa realça o que a também conhecida por Zona Franca da Madeira se revela de oportunidade, ímpar e insubstituível, para o futuro da população do arquipélago."
Depois de um extenso artigo a gabar Miguel, Jardim vai terminar com palavras que o visado também releu ontem ao conselho regional:
"Excelente, este artigo do Dr. Miguel de Sousa.
Fundamental, a proposta do pacto fiscal entre o Estado e a Madeira, que o Governo Regional subscreve.
Exemplar, a atitude de intervenção cívica do Vice-Presidente da Assembleia Legislativa, não só porque trata de coisas essenciais para o Povo Madeirense, mas também porque não fica à espera dos outros. 
Parabéns!"

Percebe-se que Jardim tenha ficado apanhado. Mas também não é novidade que tenha argumentado como sempre, partindo do princípio de que a razão é sempre sua. Disse que não renega ao que pensava na altura em que escreveu aquele artigo, mas que continua crítico relativamente à postura e a princípios programáticos de Miguel. A última intervenção competia a Jardim. Miguel de Sousa ia respondendo do seu lugar, na plateia.
A utilização das sedes na campanha interna também divide os dois políticos. Jardim proíbe a entrada de não militantes. Miguel de Sousa acha que é má decisão, já que quem paga as sedes são os contribuintes todos, através do jackpot. Jardim insiste: não entram.
Sem dúvida que este inédito duelo marcou a sessão do conselho regional.


Conselheiros do sistema boicotam candidatura do chefe


Na sua intervenção inicial, e ao explicar os procedimentos a seguir em Dezembro-Janeiro, quanto a permanecer ou não no governo até Outubro de 2015, Jardim meteu pelo meio uma ameaça: caso os conselheiros resolvessem alterar as datas das eleições internas e do congresso, antecipando tudo, ele sentir-se-ia na obrigação de ir à luta outra vez, recandidatando-se.
Tal ameaça causou troca de olhares entre os conselheiros. Mas a votação da proposta apresentada por Miguel Albuquerque para, na prática, pôr Jardim a marchar mais cedo, acabou por ser chumbada por larguíssima maioria. Apenas 4 dos presentes votaram pela antecipação, entre eles Sara Madruga, Alcino Ferreira e João Francisco Marques (filho de Sérgio Marques).
Poderá dizer-se que Jardim ganhou a batalha? Ou Jardim estará neste momento pesaroso porque os seus amigos conselheiros não perceberam a sua mensagem - votar a favor de Albuquerque para dar-lhe a ele, chefe, motivos para se recandidatar?
Enfim, o homem terá de preparar outra justificação para se meter na corrida.

As broncas continuam naquela casa, a um ritmo diabólico

Quando os conselheiros deram entrada no centro de congressos, por volta das 10 horas, repousavam nas cadeiras papéis contendo as conclusões da reunião... que estava por começar. É uma prática ao estilo da Madeira Nova, que revela uma situação em que os presentes devem debater democraticamente, mas de modo a irem bater às conclusões que o chefe redigiu de véspera.
Tão banalizada está essa incrível prática que o presidente do conselho regional, Cunha e Silva, ao falar aos jornalistas, falou em termos de ser costume as conclusões já chegarem feitas.
Cunha e Silva também falou como se fosse normal a imprensa subordinar-se às ordens dos partidos. Não o fez por mal. É assim mesmo que os políticos pensam.
O caso foi este: com as conclusões ali à balda, por todos os cantos do Cema, algum profissional do Jornal da Madeira não fez mais nada, pegou naquilo e mandou para a redacção. Cumpriu o seu dever. Os leitores precisam de saber as notícias o mais depressa possível, não quando os cabecilhas do poder entendem. 
Deu-se então a bronca: os trabalhos mal tinham começado e as conclusões dos assuntos por debater ainda já estavam disponíveis no 'on line' do JM!
Só aqui.
A peça chegou a ser retirada da página electrónica, mas, perdido por perdido, voltou ao seu lugar.
Claro que deu barraca. O presidente do conselho regional, Cunha e Silva, confrontado pelos jornalistas com tal aberração, pôs-se fora das culpas. O réu era o administrador do JM (Nuno Bazenga Marques) ali presente, tanto assim que já lhe apresentara um protesto.
Vamos a ver:
Primeiro: o administrador está fora de questão, porque não tem que meter o bedelho na área editorial do jornal. 
Segundo: o jornal fez muito bem ao publicar o documento. Se acaso as conclusões fossem mudadas à última hora, era questão de explicar tudo aos leitores, frontalmente.
Que não se dramatize. 'Bronca grelhada' é o prato do dia naquele partido, hoje por hoje.
Não é? Então e o regulamento das eleições internas que foi votado hoje sem que os conselheiros lhe tivessem posto a vista em cima? Jaime Ramos, seu autor, nem se dignou divulgar umas linhas do dito. Aquilo foi votar de cruz. Um par de votos contra, algumas abstenções. De cruz. Não é assim que o secretário-geral faz quando é preciso votar as contas do partido?
Um festival de surrealismo, aquele incrível Laranjal.

18 comentários:

Anónimo disse...

O Filho do Sérgio Marques escreve milhões de comentários no Fénix.

Anónimo disse...

Ao anónimo das 22:54. Não sei se o filho do Sérgio Marques escreve, ou não, milhões de comentários. Mas terá mais tomates que tu, visto que teve a coragem de sozinho sustentar a posição do pai.

Anónimo disse...

O votos de Albuquerque são quatro? Não tem hipotese!

Anónimo disse...

O andar da psiquiatria está cheio?

Anónimo disse...

Anónimo das 00.07. Já tínhamos percebido que o Sérgio estava sózinho, ou com quase,... com os do filho

Anónimo disse...

Sr Calisto,como vai ficar a relação entre o Miguel de Sousa e o Rui Alves? Será que o RA vai ter a mesma atitude que teve com o Albuquerque? E se o "Único importante" der ordens ao RA ele vai acatar?

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

O PDD-Madeira tem de se ver livre dessas figuras em idade de reforma, que pactuaram demasiado tempo com a batota jardinista. Serviram-se dela em proveito próprio. E que proveito!
Esses militantes de longa data já tiveram a sua oportunidade e não a aproveitaram. E agora exibem penachos,coragem serôdia, vestem uma camisa lavada e estão à espera de que o eleitorado acredite neles.
Eu sei que ser contra Jardim é o que está a dar, mas não chega. É preciso ter um passado limpo.

Luís Calisto disse...

Com remendos não se resolve nada, é bem verdade, Caro Coronel.

Anónimo disse...

O Miguel sousa é a maior fraude que se conhece.

sempre escondido em artimanhas, em "noticias" "plantadas".

a sua competência é inversamente proporcional ao poder que tem (30 anos encostado ao poder politico). isto é tem demasiado poder e pouca competência.

só destrói valor na organizações.

não é por acaso que é o melhor aluno.

Anónimo disse...

pensava que a idade da reforma ou próximo dela, era uma idade de sabedoria, de bom senso e de respeito. E na idade da reforma, com o passado e o ensinamento que a vida nos da , não devemos denegrir sem provas...

Anónimo disse...

Ouvi dizer que um assessor de Sérgio Marques (Filipe Santos) já abandonou o barco. Vai enveredar por um Projecto muito grande. Será verdade?

Fernando Vouga disse...

Caro comentador das 14:24

E pensa muito bem: "a idade da reforma ou próximo dela, era uma idade de sabedoria, de bom senso e de respeito." E continua a ser. O que não quer dizer que os reformados sejam os mais capacitados. Caso contrário, continuariam ao serviço até morrerem.
Há que dar lugar aos mais novos, que os há competentes, inovadores, generosos e com estaleca (algo que começa a falhar nos reformados).
No caso vertente, essa gente que esbanjou a sua juventude apenas ao serviço dos seus próprios interesses, deveria fazer um exame de consciência e ir para casa tratar dos netinhos.

Anónimo disse...

O partido só terá dois candidatos com
Condições para Liderança... Albuquerque....e Cunha Silva!

Anónimo disse...

O partido só terá dois candidatos com
Condições para Liderança... Albuquerque....e Cunha Silva!

Anónimo disse...

O Cunha tem medo toda a gente sabe da historia da desistencia quando era puto.. só de pwnsar que pode perder até se borra todo.

Anónimo disse...

Reforma é sinónimo de quê? Deve ser, deve. Esta rapaziada não saiu de casa no domingo?

Anónimo disse...

Há pré-reformados, reformados e idosos. Todos eles têm capacidades diferenciadas. Mas a oposição tem um líder jovem. È aproveitar. Por mim fico-me pela experiência competente e renovadora, que nem esses jovens alguma vez propuseram

Anónimo disse...

Sr. Calisto o independente foi expulso..confirme junto dos seus Kapas...foi dito em alto e bom som no CR. Kverdade