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sexta-feira, 6 de junho de 2014

NOVELA MEXICANA NOS STATES



















BACK TO MASSACHUSETTS










Conceição Estudante está prestes a voltar a Massachusetts. Não vai sozinha. Pode parecer estranho, mas essa nova visita, prevista lá para Julho-Agosto, já cria engulhos em New Bedford e é criticada no dia em que Cristiano Ronaldo se senta na bancada para ver o Portugal-México, lá bem perto de New Bedford. Atentemos na crónica do nosso K-Sam, num despacho acabado de chegar dos States.



K-Sam em Boston - Adeptos provenientes de vários Estados norte-americanos continuam a chegar a Massachusetts a fim de assistirem logo à noite ao jogo de preparação para o Mundial-2014 entre Portugal e o México. Esses largos milhares vão juntar-se a outros tantos que em Boston, capital estadual, mas também em Fall River, East Providence e New Bedford, enchem as bagageiras dos automóveis com comes e bebes para os piqueniques à beira do Gillette Stadium, onde ocorrerá o jogo entre uma selecção mexicana recém-derrotada pela Bósnia (0-1) e a congénere lusitana desfalcada do super-craque Ronaldo.
Os açorianos são a grande maioria dos portugueses radicados nesta parte dos USA. Eles são cerca de 60 mil - nascidos nas ilhas, sem contar com a descendência de naturalidade americana. E um pormenor interessante é que quase todos são benfiquistas sem alguma vez terem pisado calçada lisboeta e muito menos terem entrado na Luz.  Há portanto forte representação açoriana hoje pelas ruas, cruzando-se as bandeiras e os cachecóis verde-encarnados com os largos sombreros dos entusiastas mexicanos.
Enchem as bagageiras com comes e bebes? Sim, é hábito quando há futebol nestas paragens. Umas grades de cerveja, sandes de chouriço, frangos e bifanas. Dentro do estádio, uma cerveja custa 7,5 dólares; um cachorro quente, 4 dólares. Então, cada carro paga 50 dólares para estacionar num dos parques que servem o campo, mas com direito a montar arraial com fogareiro, churrasco e tudo. Antes e depois do jogo. É também a melhor maneira para fugir às longas filas de trânsito à chegada e à saída do soccer. Um carro com 4 pessoas, divide-se o custo do parqueamento, sai em conta.


4 pessoas a viajar: Conceição Estudante e Nuno Santos

Esta sexta-feira, nas conversas em dia de Selecção de Portugal, que se depara com um teste importante frente ao México, e que se calhar precisa de se habituar à ideia de não contar  com Cristiano Ronaldo no Mundial - o diabo seja surdo -, registámos nessas conversas um mal-estar qualquer relacionado com as Festas do Santíssimo, em New Bedford.
Parece não haver relação nenhuma, já que as festas são mais à frente, no pico estival, mas a presença de Ronaldo puxa outra notícia. É que a comunidade lusa já sabe de outra visita madeirense que não a do craque. Trata-se de uma comitiva regional já anunciada cá nos States, com 4 pessoas: Conceição Estudante e Nuno Santos.
Como 4 pessoas? Sim, faltam duas. E os lusos não se fazem rogados para resmungar: esse Nuno vem sempre acompanhado e a secretária do Turismo desta vez traz o marido.
Fizemos duas ou três perguntas, por não encontrarmos nenhum fenómeno na situação.
Vieram as respostas.
Que chefe Jardim recebeu o convite para vir às Festas do Clube Madeirense Santíssimo Sacramento (não confundir com o Club Sport Madeirense, da mesma cidade) e que, não podendo fazer a deslocação na data própria, respondeu informando que em seu lugar viria Conceição Estudante.
A zanga dos madeirenses que residem cá não tem a ver com a 'tampa' de Jardim. Antes resulta de saberem que a organização das festas - este ano a comemorar o centenário - não paga nada aos visitantes oficiais, a não ser uma bucha e um copo de vinho no principal dia da festa, que tradicionalmente se estende pela primeira semana de Agosto. 
Se a organização não cobre despesas, entram os explorados contribuintes madeirenses com a violenta despesa - condena-se aqui. Ora, tratando-se de pelo menos 4 pessoas, avaliando pelo que ouvi hoje mesmo em New Bedford e em Boston, já que a secretária traria o marido e Nuno Santos 'costuma viajar acompanhado', imagine-se os números a 'queimar' naqueles cartões de crédito do governo regional, para pagar um hotel '5 estrelas' e o resto que é preciso, em Providence ou cidade que o valha!
Um madeirense que diz ser contribuinte na Região Autónoma desabafou-nos logo de manhã, bem perto do Madeira Field, grande espaço onde se realizam as festas: "O governo do Alberto João não tem dinheiro para arranjar os caminhos do Porto da Cruz rebentados pelas enxurradas nem para as casas que se incendiaram no Monte, mas tem dinheiro para essa gente vir aqui à grande e à francesa! O Alberto tem que ir para a rua, que é para os que andaram sempre à sombra dele, a gastar o que é das nossas famílias, também irem de c..."
As festas, segundo nos confidenciaram organizadores com experiência, rendem bom dinheiro. O ano passado, registou-se um movimento de 800 mil dólares e para este Verão prevê-se um milhão. Ficam mais de 300 mil dólares livres, de lucro para o clube. Como se sabe, todos os anos seguem mil dólares para a Aldeia da Paz, oferta baseada naquelas receitas. Mas dinheiro para custear despesas de convidados oficiais da Madeira, nem pensar.
O que a organização custeia, logicamente, é a deslocação dos animadores das festas, como acontecerá este ano com os Banda d'Além, agrupamento insular dos mais apropriados para o efeito.
Para animar, também chegarão do Funchal 30 barris de Vinho Madeira, já que os 25 do ano passado não chegaram para as encomendas. Sabemos que esta é a única exportação de 'Madeira' embarrilado. Normalmente, sai tudo engarrafado. A prática dos barris resulta de um acordo estabelecido pelo próprio Jardim há mais de 25 anos com o falecido José Fernandes, a pedido do grande empresário norte-americano de origem madeirense.
Soubemos há pouco desenvolverem-se esforços tendentes a garantir nestas festas anuais uma representação do Engenho da Calheta, com a sua aguardente e bolo de mel, estando previstas conversações com o nosso amigo Sérgio, responsável pelo Engenho.


Gesto da Federação com a comunidade luso-americana é... "caça ao dólar"


O agastamento que sentimos aqui não é dedicado apenas à despesa impressionante da 'embaixada' madeirense que estará nas Festas do Santíssimo. Há conterrâneos nossos que também não compraram bilhete para o Portugal-México. Não é por isso que o Gillette Stadium registará clareiras nas bancadas. Os 65 mil lugares estão todos vendidos. Desde os mais baratos, a 90 dólares, aos que custam 140 e mais dólares. É melhor ficar a ver pela TV do que embarcar no 'privilégio' da Federação Portuguesa que é trazer um jogo particular para cá. O que os dirigentes fazem - ouvimos o protesto - não é homenagear os portugueses que vivem longe da Pátria, mas arrecadar receitas que cubram as despesas no Brasil.  
"Eles vêm aqui à caça de dólares para gastarem no Mundial, não fazem um jogo para nos sentirmos portugueses", atirou um adepto ressalvando considerar-se tão ou mais português do que os que integram a comitiva da Selecção. 
"O dólar americano é rei e senhor no Brasil, como sabe. E o jogo com a Irlanda, terça-feira em New Jersey, vai na mesma lógica. Mas pronto, os 60 e tal mil bilhetes também já estão vendidos para esse dia, ainda bem para eles. O importante é que tenham sorte no Brasil."
A muitos madeirenses, aqui em Boston e em cidades limítrofes, ouvimos nas últimas horas um desabafo comum, em jeito de suspiro: "Agora que de certeza o Ronaldo não joga contra os mexicanos, bendita televisão!"
Em todo o caso, a festa para este Portugal-México já começou. Nos automóveis que vencem as estradas para o Gillette Stadium esvoaçam as nossas cores e adereços mexicanos. 
De 31 de Julho a 3 de Agosto há mais nos states, com turismo de primeira falado em pronúncia madeirense. Como cantarolavam os Bee Gees no tempo das flores, das ervas e do make love not war, "sinto-me voltar a Massachusetts".

7 comentários:

Anónimo disse...

Fenix Internacional. Sempre atenta e sobre a hora.
K Sam no momento certo.

Anónimo disse...

É claro que com qualquer outro partidozeco e outros politiqueiros as coisas serão diferentes...

Luís Calisto disse...

Como vêem, caros Leitores, temos aí uma visão estilo Tiririca ao contrário: se votar Tiririca, melhor não fica.
Ou seja, continuemos mais cem anos com os barões da Madeira Nova a fazer como na novela mexicana. Nada de perder votos com "partidozecos e politiqueiros", ou seja, todos os que não sejam PPD.
Resta escolher: vamos para partido único ou mantemos os partidozecos para dar à Europa uma ideia de democracia cá na Tabanca do Grande Meio Chefe?

Anónimo disse...

Realmente AJJ já nem sabe fazer escolhas. Na verdade nunca formou um governo tão mau como o atual como manda em sua representação essas duas vergonhas.

Anónimo disse...

Então as ajudas de custo que que o governo quer aumentar via Assembleia, sempre dão um jeitinho para pagar umas despesas aos acompanhantes... e durante uma semana. E o Gonçalo vai sempre nessas comitivas para quê? E o Teixeira dos states que organiza tudo, tb recebe?
E o Gonçalo bem instalado na Quinta Vila Passos, faz o quÊ? Organiza viagens , e mais? Só para sabermos...

Anónimo disse...

E até sugere condecorações...e consegue. Ah lobbies!

Antero Peixoto (funcionário bancário) disse...

Esta Conchita e o marido é que sabem. Do MDP passaram para lambe-botas do regime e vive, à grande colocando as filhinhas e genros em tachos do governo.Isso é que é trabalhar. Chulismo q.b (pode retirar esta palavra se entender sr. Calisto)