Powered By Blogger

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015


PAINÉIS PUBLICITÁRIOS 
E COMENTADORES ANÓNIMOS

Painel publicitário na área de proteção do Palácio de São Lourenço (01.02.2009)

No passado Domingo difundi na minha página no Facebook e por e-mail uma nota intitulada "PUBLICITANDO HISTÓRIA, MOLESTANDO O PATRIMÓNIO HISTÓRICO", manifestando indignação pela implantação dum “MUPI” à beira da estátua em homenagem a João Gonçalves Zarco.
Escrevi e repito que aquela peça de mobiliário urbano, que ostenta publicidade do “Madeira Story Centre”, não é boa vizinhança para o monumento inaugurado em Maio de 1934 e interfere negativamente na visualização do edifício do Banco de Portugal.
       Afirmei e repito, que, para além de molestar o património histórico, o novo “MUPI” é mais um obstáculo para os invisuais.
Por detrás da abominável máscara do anonimato, surgiram reações de indefetíveis adeptos da atual gestão camarária, acusando-me de não ter tido a mesma abordagem crítica em relação ao grande painel publicitário localizado entre a estátua de Zarco e o Palácio de São Lourenço, porque tinha sido colocado quando eu era vereador da Câmara Municipal do Funchal e porque sou “albuquerquista”.
Acontece que terminei o meu mandato em Janeiro de 2002 e o tal painel foi instalado em Janeiro de 2009.
Acontece, ainda, que no dia 01 de Fevereiro de 2009, quando o Dr. Miguel Albuquerque era presidente da Câmara do Funchal, escrevi e difundi através da minha rede de e-mails o seguinte protesto:

“O Palácio de São Lourenço é o mais importante elemento da arquitectura civil e militar madeirense, sendo mesmo ‘considerado um dos melhores exemplares conservados e idealizados da fortificação portuguesa dos séculos XVI e XVIII’ (Guia dos Monumentos do Funchal).
       Em Agosto de 1943 foi classificado como Monumento Nacional.
Em Janeiro de 2009, revelando falta de respeito pelo direito dos cidadãos desfrutarem do património histórico, uma empresa de publicidade instalou um enorme painel electrónico na Avenida Arriaga, que fere gravemente a paisagem do núcleo urbano onde se integra o Palácio de São Lourenço e o Largo da Restauração.
Apelo a todos os funchalenses com sensibilidade cultural para que exijam à Câmara (cmf@cm-funchal.pt) a retirada imediata daquele espantalho e que proceda à desmontagem do quiosque da estilista Fátima Lopes, que se mantém encostado ao Palácio, quase um mês após o fim das comemorações dos 500 Anos da cidade do Funchal.”

No dia 07 de Fevereiro de 2009, no programa “CIDADANIA” na RDP – Madeira, voltei a manifestar a minha indignação, tendo defendido que a localização do referido painel violava a Lei nº 107 / 2001, segundo a qual, os monumentos nacionais “beneficiarão automaticamente de uma zona geral de protecção de 50 m, contados a partir dos seus limites exteriores, cujo regime é fixado por lei” (Artº. 43) e nenhumas intervenções relevantes “podem alterar a especificidade arquitectónica da zona ou perturbar significativamente a perspectiva ou contemplação do bem” (Artº 52).
Infelizmente o Tribunal Administrativo do Funchal teve uma interpretação diferente e a Câmara do Funchal manteve a licença de localização do monstruoso painel publicitário, que continua a ferir a paisagem da Avenida Arriaga, entre a estátua de Zarco e o Palácio de São Lourenço.

A atual administração camarária ao invés de intervir no sentido de erradicar o inestético e tecnicamente ultrapassado painel localizado rente à Praça da Restauração, autorizou a implantação de mais uma peça de mobiliário urbano, que interfere negativamente na qualidade estética daquela zona nobre da cidade e constitui um novo obstáculo para os invisuais.  
  
O FUNCHAL MERECE MAIS SENSIBILIDADE!

Painel publicitário na área de proteção do Palácio de São Lourenço (04.01.2015)

MUPI junto à estátua de João Gonçalves Zarco (04.01.2015)

MUPI junto à estátua de João Gonçalves Zarco.
Nem a calçada foi respeitada (04.01.2015).

Texto e fotos: Raimundo Quintal

2 comentários:

Anónimo disse...

Anónimo e tudo, mas... é da Mudança, não é?!

Anónimo disse...

Resumindo e concluindo: o cumprimento da Lei é só para alguns.