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sexta-feira, 24 de julho de 2015

ZOOM AO CALOR


RTP-M: PRIVATIZAR PARA QUÊ?


Por mais conselhos de administração e de opinião que venham às ilhotas, o descalabro na Levada do Cavalo teima em continuar de pedra e cal. Moral da história: senhores conselhos de administração e de opinião, façam as vossas passeatas pelo Algarve e pela Costa, porque aqui já vos tirámos o retrato

Anda por aí um Conselho de Opinião a tomar umas notas sobre o trabalho da televisão na Madeira. Conselho que por intermédio de um dos seus membros, segundo nos chamaram a atenção, esclareceu no TJ de ontem que aqui na Região não haverá privatização nenhuma do canal. Que a RTP nacional é pública e que não será diferente cá nas ilhotas.
Julgamos que esse órgão consultivo - que tem um certo poder - não deve ter entrado bem na realidade regional. É que a RTP-M não precisa de ser privatizada. Porque na prática já é. Com uma originalidade: o grupo económico que a adquiriu não aplicou um cêntimo na operação. E assim, sem gastar puto, manda naquilo tudo há meia dúzia de anos. Portanto, se perguntarem a Luís Miguel de Sousa se acha bem que se vá para uma privatização a sério (ele também é qualquer coisa num conselho da RTP-M que fizeram para aí), o homem dos navios será o primeiro a dizer para não mexerem no que está quieto.
Aliás, há uma semana e qualquer coisa, estiveram aí dois membros do CA da RTP, o próprio presidente Gonçalo Reis, que fez uns mandatos no consulado de Almerindo sem abrir a boca uma vez que fosse, e a vogal para as ilhas Cristina Tomé. Eles visitaram as instalações da Levada do Cavalo numa sexta-feira em que o director de conteúdos Miguel Cunha não apareceu na casa, com receio que eles lhe perguntassem que raio de queixas são essas que se fazem diariamente sobre o clima de tensão que vai lá pelos corredores.
E fez bem Miguel, cá para nós, porque se Almerindo se gabava de ser presidente do conselho de administração da RTP sem saber pegar no comando de um televisor, este actual presidente só lá está pelas agradáveis mordomias do cargo. Há uns anos, era o homem vogal do CA, apareceu na Madeira para uma cerimónia qualquer e ficou atónito porque o director do centro regional da altura - sei o que digo - não apareceu nessa cerimónia para fazer umas vénias ao sr. vogal de Lisboa. Pois, ficou a falar sozinho e não escondeu a raiva pelo atrevimento do ilheuzinho. Chatice! De maneira que Miguel Cunha não faz mal nenhum em evitar salamaleques àquela gente.
Isso é uma coisa.
Outra é o ambiente que anda lá no Centro envolvendo o próprio Miguel. Os profissionais, além do clima de gritaria pelos corredores, anda desgostoso por ver que, sem necessidade imperiosa, a casa gasta balúrdios contratando colaboradores externos que chegam a executar programas integralmente como se de qualificados efectivos da empresa se tratasse. Quando um repórter de câmara dos quadros pode ganhar uns 1200 euros limpos por mês, há operadores de fora que se não fizerem 2500, 3000 euros não é mês não é nada.
Que é isto, Miguel? Que é isto, dr. Martim?!
Lembro-me de que no tempo em que este cavalheiro Gonçalo Reis andava à sombra de Almerindo Marques, todos os dias a Madeira era massacrada por causa de mais duas horas extras que apareceram registadas, dois elementos da manutenção que ainda não tinham ido para casa e sovinices do género. Agora, gasta-se dinheiro a rodos e os alfacinhas da Marechal Gomes da Costa até parece gostarem. Um bom argumento para usar quando lhes apetecer fechar a delegação.
Se é que ainda não fechou. Miguel Cunha deve estar admirado com a ausência de críticas neste espaço, e a explicação é essa: fui perdendo o hábito de ligar para lá e hoje não sei como vai aquilo. Se fosse católico praticante, rezava um terço todos os dias para que Miguel desse aos profissionais da casa a possibilidade de "fazer televisão". Porque "encher televisão" é diferente de "fazer televisão". Mas o meu especial Amigo Miguel é teimoso e prefere andar a fazer figuras nos directos de rua e a mandar bitaites em grelhas e produção/realização de programas sem ver boi do assunto...
A Direcção da RTP-Açores já foi mudada e Miguel Cunha diz que isso é lá, porque aqui ninguém vai mandar lá dentro senão ele. Moral elevado é o que se pede, porém não é de ter confiança quando à frente das administrações nacionais estão sujeitos, marionetas dos políticos, que o que querem é o 'seu', independentemente do produto apresentado, até porque não distinguem o orçamento de uma casa de televisão do de uma cervejeira.
Enfim, lá foi Gonçalo, depois de uma passeata pelos corredores com o outro director, Martim, ao beija-mão a Miguel Albuquerque. A pretexto de que seria bom, na esteira de manter a RTP-M na área pública, começar-se a engendrar umas parcerias da televisão com o governo regional, no âmbito, por exemplo, das comemorações dos 600 anos da descoberta.
Desconhecemos o que Miguel Albuquerque possa ter respondido aos executivos da capital. Só sabemos que o chefe do governo não é de tremer muito diante dos mecos do 'pá'. De modo que Albuquerque, que sabemos estar a par dos delírios que revolvem as entranhas da Levada do Cavalo, vai exigir a Gonçalo Reis que meta aquilo nos eixos.
Não queremos arriscar o que não dominamos a 100%, mas Albuquerque é bem capaz de exigir também um serviço público independente que o seja na prática, e não uma televisão privada encapotada e paga por nós todos.

3 comentários:

Anónimo disse...

E Cunha lá pediu à sua amiguinha Carolina que escrevesse uma cartinha do leitor no Diario para elogiá-lo, para amenizar esse mau ambiente interno onde os funcionários fazem horas a fio sem ganhar extras, senão ....berros e..!

Anónimo disse...

Nada mais verdade. Se não há privatização como é que os empregados do.grupo Sousa ainda continuam lá. E já agora para o dn o arauto da verdade na Madeira não se passa nada de snormal no Reino do Cunha e dos seus berros? Natural porque se viram livre daquele sabe tudo...



Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.