Guerra no CDS-PP

'MOVIMENTO DE INDIGNADOS' PRÓ-BARRETO
ATACA CANDIDATURA DE JOÃO CATANHO

Os apoiantes de Rui Barreto reagiram mal ao anúncio da candidatura de João Catanho, que consideram insensata

Recebemos de um auto-intitulado "movimento de indignados", assumidamente pró-Rui Barreto, um texto que responde à peça que publicámos hoje sobre o lançamento de um outro movimento interno constituído há pouco para lançar a candidatura de João Catanho, centrista oriundo de uma família tradicional do CDS-PP 

"Ganha cada vez mais força este movimento. Altos cargos do partido têm mostrado desagrado pelo que apelidam de falta de sensatez demonstrada na candidatura de João Catanho à presidência do partido. Mais ainda estranham se Ricardo Vieira apoia ou se estará por trás desta movimentação. Até porque este militante que agora manifesta vontade em candidatar-se anda há anos afastado do partido e sempre teve uma postura de alguma irresponsabilidade nos cargos para onde foi sendo eleito, quer internamente no partido, quer na junta de freguesia de Santa Luzia, onde perdeu um mandato por faltas e foi há pouco tempo avisado que estava no limite de perder outro. Se durante os cerca de 30 anos em que Ricardo Vieira teve sempre uma participação ativa no partido e ao longo dos quais ajudou muita gente, porque nunca viu antes no seu cunhado  uma pessoa com capacidade para assumir mais responsabilidades no partido? Aliás, o próprio terá comentado que o cunhado não tinha perfil nem capacidade para exercer tal cargo.

O que preocupa este movimento em formação é o facto de o partido estar a contabilizar nesta altura cerca de 6% dos votos e ainda assim, face à assunção duma candidatura por alguém com créditos firmados como é Rui Barreto, aparecer alguém de credibilidade duvidosa e com intenções ainda mais duvidosas, a pôr-se em bicos de pés a afirmar-se como quase um porta-estandarte do partido, coisa que não é nem nunca foi. Esta candidatura, ou intenção de candidatura é por isso considerada por este movimento, que discute de forma séria as medidas que poderão levar o CDS-PP/M a recuperar o seu eleitorado,  como uma brincadeira de mau gosto ou pior, uma movimentação para manter tudo como sempre esteve ao longo dos últimos 30 anos. Ou seja, um braço de ferro de Ricardo Vieira e José Manuel Rodrigues com Rui Barreto para, nos bastidores, continuarem a decidir e a gerir as finanças e o futuro do partido ou, pelo menos, para obrigarem Rui Barreto a negociar uma posição que lhes seja

favorável, coisa que Rui Barreto já terá afirmado que não fará. Que, sendo presidente do partido, não aceitará estar refém de nenhum interesse instalado. Diz-se que José Manuel Rodrigues se demitiu prontamente na noite das eleições legislativas regionais apenas e unicamente porque teria já acertado com Paulo Portas um lugar numa secretaria de estado mas que, com a atual conjuntura, o presidente demissionário teve que regressar à região e a agarrar-se aos cargos que tinha e que agora quer manter a qualquer custo. 

Quanto aos nomes apontados como apoiantes, um suposto núcleo duro, todos são de pessoas que são militantes há pouco mais de 3 anos e que raramente participam na vida política do partido ou que, quando o fazem, se fazem pagar bem. Foram maus hábitos que se criaram e que são difíceis de deixar.

O movimento engloba vários altos cargos dos orgãos do partido e algumas das concelhias já manifestaram estar em concordância com o que estes indignados defendem. Não é altura para estar com golpes de teatro. É altura do CDS-PP/M assumir que tem que repensar o seu modo de agir e de funcionar. De aumentar a ligação e comunicação entre as suas estruturas. Para que  no menor prazo possível, possa novamente conseguir ser uma alternativa e de novo ser digno da confiança dos eleitores. Os resultados destes saudosismos do tempo de calção curto estão à vista de todos. O CDS já está atrás do BE. E candidaturas deste tipo e com estas intenções, caso se confirme, são a última coisa que o CDS-PP/M precisa nesta altura."

(Do Movimento de Indignados)