Powered By Blogger

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015


LAGOA DO SANTO DA SERRA
ANTES E DEPOIS DAS MILIONÁRIAS IMPERMEABILIZAÇÕES

Por RAIMUNDO QUINTAL

01 - Lagoa do Santo da Serra antes das duas híper caras e ineficazes impermeabilizações 
10.07.1983 (Foto - Manuel Nicolau)

A Lagoa do Santo da Serra é a cratera dum pequeno vulcão (extinto ou adormecido?), que na década de sessenta do século XX começou a ser usada no armazenamento das águas sobrantes da Levada da Serra do Faial durante o Inverno.
Como é possível comprovar na fotografia 1,  que ilustrou o artigo “Santo da Serra: que futuro?”, que escrevi no suplemento “Cidade.Campo” do Diário de Notícias, de 10 de Julho de 1983, antes das híper caras e ineficazes impermeabilizações, a lagoa ainda conservava água no mês de Julho. A análise da vegetação permite verificar a altura que a água costumava atingir no interior da caldeira vulcânica, que durante mais de duas décadas foi responsável pela recarga de nascentes preciosas na irrigação de terras agrícolas no Santo da Serra e em Santa Cruz.
Com os fartos dinheiros da Europa o governo regional resolveu impermeabilizar a cratera, com o objetivo de irrigar os relvados do ampliado campo de golfe do Santo da Serra e reforçar o regadio da agricultura. Um embuste!
A primeira impermeabilização foi feita na década de oitenta, se a memória não me atraiçoa, quando era secretário regional da agricultura o Dr. Rui Fontes e diretor dos serviços hidroagrícolas o eng. Ricardo Ramos, o grande mentor e defensor da obra, que custou mais de um milhão de contos (5 milhões de euros).
Após vários anos a esconder o fiasco e a intoxicar a opinião pública com histórias mal contadas, o governo regional avançou para uma segunda obra de impermeabilização da depressão criada pela natureza. Mais uma vez com muito dinheiro da Europa, as obras arrancaram a toda a força. A 28 de Agosto de 2011 a situação era a que se pode ver nas fotografias 02, 03, 04 e 05.
A 07 de Outubro de 2011, durante a campanha para as eleições regionais, o grande timoneiro inaugurou a obra da responsabilidade da Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, através da IGA (Investimentos e Gestão da Água, S.A.), que representou “um investimento público da ordem dos 5,5 milhões de euros co-financiado pela União Europeia ao abrigo do PRODERAM – Programa de Desenvolvimento Rural para a Região Autónoma da Madeira”.
Ainda, segundo o site oficial da SRA, “os trabalhos realizados na Lagoa do Santo da Serra, permitiram, na prática, que no local fosse construída uma nova lagoa, destinada ao armazenamento e disponibilização de água de rega, totalizando um volume de cerca de 640 mil metros cúbicos, que beneficiará, directamente, cerca de 2.195 hectares de área regada, nos concelhos de Santa Cruz e Machico, mas com benefícios indirectos nos concelhos limítrofes”.
A natureza espreguiçou-se, rasgou as telas e escangalhou mais um monumento da Madeira Nova. Quatro anos após a pomposa inauguração da segunda obra de impermeabilização a Lagoa do Santo da Serra tem menos água (foto 06) do que em Julho de 1983, antes do primeiro simulacro de impermeabilização.
Uma cratera vulcânica que armazenava água, transformou-se num sumidouro de mais de dez milhões de euros.
         Quem foram os responsáveis?
O Governo Regional da Madeira tem o dever de contar toda a verdade.

 02  – Obras da segunda impermeabilização da Lagoa do Santo da Serra 
28.08.2011 (Foto - Raimundo Quintal)

 03 – Obras da segunda impermeabilização da Lagoa do Santo da Serra 
28.08.2011 (Foto - Raimundo Quintal)

04 – Obras da segunda impermeabilização da Lagoa do Santo da Serra 
28.08.2011 (Foto - Raimundo Quintal)

 05 – Obras da segunda impermeabilização da Lagoa do Santo da Serra 
28.08.2011 (Foto - Raimundo Quintal)


06 - Lagoa do Santo da Serra quase vazia   (Diário de Notícias – 09.12.2015)



                Funchal, 10 de Dezembro de 2015

6 comentários:

Anónimo disse...

Se a atual Secretária disse na Assembleia, por alturas da apresentação do programa de governo, que não foram feitos estudos prévios à construção, outro destino não era de esperar de mais uma obra dos nossos saudosos Manelinho António e Pimentinha de França. A falta de planeamento em tempo de vacas gordas nesta terra foi uma coisa do outro mundo. Isso explica o nosso endividamento. Torrar o dinheiro dos outros sem critério! E ainda deram o tacho no LREC para o Pimentinha! No meu entender mais vale tapar aquilo de vez, em vez de estarmos a enterrar dinheiro como foi feito na marina do Lugar de Baixo. Talvez usar a zona para vazadouro de terras, em vez de as colocarmos na serra como lá em cima nas Carreiras! O que já lá foi gasto não volta para trás, mas podemos evitar mais gastos!

Anónimo disse...

Excelente alternativa para banhos ...para o Albertinho, família, e amigos do cuba livre,é colocar umas espraguiçadeiras
e uma tasca de apoio.!Viva o Povo Superior!.

Anónimo disse...

Isto é que foi gastar sem precisão!

Anónimo disse...

O nome desse bandido que enriqueceu à tripa forra com a lagoa do santo da serra está dito neste artigo. Procurem o filho da p**** no Porto da Cruz!!
Cabrão de merd*** que ainda hoje goza de todos de nós!!!

Anónimo disse...

Digamos que havia uma lagoa e agora há um cesto.
Daqui a uns dias aquilo passa para a Secretaria da Agricultura do Humberto, que cheia de milhões, vai mandar outras telas de milhões "de buracos".
O governo pode estar em contenção, mas o secretário anuncia milhões para tudo e para todos.
Vamos lá pessoal. É só se candidatar a jovem agricultor, adulto agricultor ou sénior agricultor. Plantar batatas, kiwis ou seja lá o que fôr.
Ele anuncia milhões e mais milhões, que fartura!
Sr, Calisto do que espera?
Já candidatou o blogue a apoios da agricultura?

Luís Calisto disse...

Caro Comentador
Pensando bem, julgo que podemos candidatar o blogue aos apoios do Humberto. Não temos aqui um latifúndio, mas temos poios de nabais a dar muita nabice e andamos também à batatada, porque faz parte. De maneira que é de pensar numa candidatura aos milhões do desgoverno. Temos a certeza de que Amigo Humberto aprovaria tudo. Até porque, à semelhança do que faz com os agricultores, ele depois não manda milhão nenhum.