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terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Por falar em trail...















ALBUQUERQUE E CAFÔFO
NA 'ROTA PARA O FUTURO'




Recebemos um texto da adepta do trail running Fabiana Coelho com algumas explicações sobre as envolventes e os atalhos da florescente modalidade cá na Tabanca. Não percebíamos rigorosamente nada do assunto. E, quanto a regras das provas no terreno, continuamos na mesma. Mas ao nível de micro e macro-trail, uma pessoa que leia Fabiana sai com umas incandescentes luzes sobre o assunto.
Eis o texto:


ATENTADO AO TRAIL RUNNING NA R.A.M.
Sou uma adepta incondicional do trail running e, apesar do boom de participantes e provas organizadas na ilha da Madeira, com muita tristeza minha constato que a modalidade está a ser usada (e abusada) pela Empresa do Diário de Notícias Lda., com a conivência do poder governamental e municipal (Funchal) para sacar dinheiros públicos de forma leviana e injustificada, diria mesmo criminosa.
Os contratos que vou expor não são recentes, mas convém reavivar a (curta) memória dos nossos dirigentes políticos, os mesmos que em tempos se insurgiam e acusavam os seus antecessores de injustificados despesismos públicos, agora também, promovem algumas negociatas suspeitas…
  1. O senhor presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, assinou aos 11/04/15, um protocolo com a Empresa do Diário de Notícias Lda., atribuindo um apoio anual de 15 mil euros para cobrir os custos com a logística e a organização da prova “Eco Trail do Funchal”. O protocolo assinado contempla uma prova anual entre os anos 2015 e 2017.
  1. O senhor presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, enquanto presidente do conselho executivo da AMRAM, assinou aos 14/06/15, um contrato de aquisição de serviços (por ajuste direto) com a Empresa do Diário de Notícias Lda. para, pasme-se, a realização do Madeira Trail Series (10 provas, excetuando a cidade do Funchal, que já estava contemplada no protocolo anterior) e Madeira Trail Camps (12 eventos) nos municípios integrados na AMRAM. O preço contratual ascendeu a 165.000,00 € + IVA… Sim, leram bem, cento e sessenta e cinco mil euros, acrescidos de IVA!
  1. Por outro lado, o Governo de Miguel Albuquerque, através da Resolução n.º 1141/2015 (JORAM, 11/12/15), autoriza a celebração de um contrato-programa no âmbito da dinamização de atividades de promoção e animação turísticas, com o Diário de Noticias da Madeira, tendo em vista execução do projeto denominado "Madeira Trail Experiencies", que será executado entre 2015 e 2016. Para a prossecução do projeto previsto no número anterior, concede ao Diário de Noticias da Madeira, uma comparticipação financeira que não excederá os 60.000,00 € (sessenta mil euros) de acordo com a seguinte programação financeira: - Ano de 2015 - 30.000,00 € (trinta mil euros) - Ano de 2016 - 30.000,00 € (trinta mil euros).
Escusado será dizer qual é o denominador comum…
As contas, essas, são fáceis de fazer: 165.000,00 + IVA (22%) + 60.000,00 + 45.000,00 = 306.300,00 €. E se adicionarmos os patrocínios e espaços publicitários que o DN cobra (de forma legítima, é certo), então, não será difícil chegar aos 400.000,00 €… Uma média a rondar os 40.000,00 € por cada evento do Madeira Trail Series…
Confrangedor e eticamente reprovável, ainda mais quando se sabe que existem clubes e associações de caráter sociocultural, com objeto social bem definido e com provas dadas nesta área, e que pese embora as dificuldades de ordem orçamental que atravessam, continuam a organizar eventos de qualidade indesmentível e a dar o seu melhor em prol do interesse público, mas que, quando solicitam legitimamente algum apoio público, das duas uma: ou levam uma nega monumental fundamentada na crise ou então, beneficiam de uma esmolinha… Conheço grande parte dos membros organizativos das verdadeiras grandes provas internacionais de trail running na Madeira e posso afirmar de forma perentória que os mesmos sempre pautaram a sua atuação por uma grande verticalidade e transparência e sempre acreditaram na mais-valia destes eventos, elegendo neste tipo de eventos o interesse público regional como primeira prioridade, investindo e hipotecando grande parte da sua disponibilidade nestes projetos, sem sequer ambicionar a proveitos próprios, antes pelo contrário, com avultadíssimos prejuízos a nível pessoal e profissional.
Como é possível o Governo, a CMF e a AMRAM atribuírem estes apoios a uma entidade cujo objeto social não é imiscuir-se na organização de eventos desportivos nem de animação turística, e sem provas dadas a nível de organização de eventos de trail running? E o DN faz o quê, em concreto, de interesse público, que outros não consigam desenvolver? Que mais-valias tem trazido o DN para a modalidade? Que retorno têm estes eventos organizados pelo DN para a região, que justifiquem estes valores exorbitantes, e logo no primeiro ano em que decidem lançar-se nesta área?
Estou cada vez mais convencida que a nossa cidade está reduzida a um mero espaço de negócios onde um número cada vez mais pequeno de grupos económicos tem cada vez mais oportunidades e acesso a generosas regalias municipais/governamentais…!!! Um negócio que acentua a promiscuidade entre o interesse público e o interesse privado… que subordina o primeiro às prioridades do segundo… que submete a organização de eventos socio desportivos, aos critérios de natureza empresarial e do lucro máximo…. A verdade é que não são razões intrínsecas aos serviços que justificam estes contratos. O que sobressai é que para esta empresa do Diário de Notícias, o trail running, mais do que uma modalidade na moda, é simplesmente mais uma mercadoria, pronta para ser comercializada e gerar lucros e a celebração destes contratos a forma mais expedita de encaixar dinheiro, retribuindo, depois, com excelentes propagandas político-eleitoralistas…
Ah, e de que forma honra o DN os seus compromissos contratuais neste negócio? Muito simples: subadjudicando as organizações àqueles organizadores desportivos que, por teta e meia (2.000,00 €) e de forma equivocada, se sujeitam a estas propostas indecentes. É a cereja em cima do bolo, uma jogada de mestre, convenhamos. O DN não suja as mãos, entrega os troféus e fica bem na fotografia e com os bolsos cheios!
Caros leitores, por tudo isto não estaremos perante uma postura lamentável de lesa-pátria, um caso a merecer uma investigação do MP?
De uma coisa podem estar certos… tudo farei o que estiver ao meu alcance para denunciar e repor acima de tudo a ética e a transparência. E se outros não se dão ao respeito, eu tenho-me em boa conta.
Com os melhores cumprimentos.
Fabiana Coelho

17 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem Fabiana! É de facto uma aberração o que se passa nesta terra. Desta feita usam o trail, em outras ocasiões o dia da criança no parque de Sta. Catarina, peças de teatro, etc. Tudo vale para comprar a propaganda política no DN...Apenas uma pequena correção nas contas da Fabiana: o valor pago pela CMF não acresce IVA porque os chocos espertos da autarquia vão pagando todos estes serviços como subsídios para fugirem aos impostos (IVA) e a outras formalidades exigidas

Anónimo disse...

Tudo para o Dnoticias ficar caladinho em relação ao Jornal da Madeira.
Tudo para o Dnoticias levar este governo e camara ao colinho.
Grande isenção. Não há vergonha nesta terra.

Anónimo disse...

Querem fazer trails muito bem. Nem os clubes, nem as empresas têm direto a esta mama. Porque no fim pagamos todos nós. Se há adeptos, eles que paguem. Qualquer um dos trails é pago facilmente com as inscrições, pois a maioria do staff são voluntários. Quando ao diário faz-me lembrar os esquemas dos jogos da aventura e do descobrir a madeira.

Anónimo disse...

Podem também juntar o suplemento escolas que custa mais um balurdio dos nossos impostos e que o trabalho e todo feito pelos alunos e professores. Os efeitos também aqui e o colinho a que a SRE e levada. Ora se não fosse isso muito se saberia como as carencias de tudo nas escolas a começar pela falta de informações e de nos sabermos quem percebe dos assuntos.

Anónimo disse...

Mas o Diário é uma empresa de ralis que faz informação a troco de publicidade ou um projeto jornalístico independente?

Anónimo disse...

De facto já me tinha apercebido que eram Trail's em cima de Trail's: "Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vêm" ...

Anónimo disse...

Podem me chamar de louco, mas penso que se o Blandy pudesse comprar o JM, comprava.
Por outro lado, já se interrogaram sobre os valores pagos pela CMF ( Iglesias e companhia) ao DN para dar destaques ao Cafofo.
Sei por fonte segura de dentro do DN que so em 6 meses, a CMF já gastou 300 Mil.
Agora desafio o Senhor Calisto e outros entendidos na matéria, a puxar os cordelinhos e irem ao fundo da questão.
Se eu, um simples empregado de mesa, ouvi isto num jantar dos senhores da CMF, de certeza que voçês com as vossas fontes conseguem ir mais além.

Miss Take disse...

Vergonhoso, como se o Trail precisasse da propaganda do DN, quem precisa é o Governo e a CMF, daí estes valores escandalosos!!
As organizações põem as provas no terreno à custa de muita carolice e voluntarismo para os canalh...s do Diário levar os apoios. Depois de anos a ser subsidiado pelo PS e CDS, agora é a CMF e GR, o diário é uma farsa!

Anónimo disse...

E porque não falar dos textos e fotos que são pedidos aos técnicos de vários órganismos governamentais,que depois são publicados como sendo da autoria "jornalistas" do DN.

Antero Gerardes disse...


O Diário quanto é que recebe por baixo da mesa do Governo Regional e indirectamente através de entidades públicas e privadas que estão metidas nesta geringonça de gamanço permanente e ocultado? Quanto é que recebem de comissão os directores do Diário com estes trabalhos comerciais? Que mordomias - cartões crédito, cartões de refeição, estacionamento, carro, salários de 4 a 6 mil euros mensais, etc - recebem estes senhores? Porque razão o Diário nunca dedicou uma linha ao escândalo do telexfree na Madeira? Qual foi o director do Diário que andou na Camacha e na Venezuela a enganar pessoas e a mete-las no telexfree fazendo-as perder milhares de euros e nada lhe aconteceu? Sr, Calisto, ponha-se no terreno e investigue. Cheira-me a sofá a mais

Anónimo disse...

Vejam Quem tem publicado assiduamente as noticias do Cafofo...vejam se nao é sempre o mesmo....logo....
Quem ? Camacheiro?

Luís Calisto disse...

Senhores
O facto de não publicar muitos dos comentários não significa que eles, comentários, não tenham cabimento, na sua essência. Peço apenas que os reformulem de modo a não confundir o conteúdo com o insulto ao visado ou aos visados. Não custa nada.
Obrigado

Anónimo disse...

Agora já percebo porque razão a bandalheira que se vê na Câmara do Funchal não passa cá para fora. Este Cafofo é um bluff, vive à custa dos escritos de pura propaganda do Miguel Silva e do Agostinho. Mas que jornalismo independente é este?

Duarte Lucas disse...

Será que tamos a assistir ao prinçipio de morte do trail na Madeira??Por favor,nao facam isso ... deixei nos correr livres!!!Onde a politica se mete estraga tudo infelizmente :(

Anónimo disse...

Sol de Inverno

Mas afinal quem é que faz um presidente nesta ilha de bonecos ?

Daaaaaaaaaaaaaaaaa

Miguel disse...

Muito bem dito, onde aparece a politica estraga tudo... deixem o trail para quem quer participar e em primeiro lugar para quem sabe organizar com a experiencia de já terem participaçoes internacionais para verem como se faz tambem lá fora!!!!!

Anónimo disse...

Triste ...como tudo é tratado...só pensando no interesse próprio.