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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Mais Kultura


Caros Leitores, Fénix tem a honra de veicular mais uma deliciosa e ultra-culta prosa do nosso K-Kultura. O autor das linhas abaixo nota que são aos montes as recauchutagens diárias no sector e deixa no ar a grande questão: quem recauchuta - ou chuta de vez - o 'grandecíssimo' recauchutador? Divirtam-se aprendendo, Leitores.


RECAUCHUTAGEM


E prontos:  lá vieram os “cadernos” impressos com o balancete do novo GR, Ano I.
Quem olha para aqueles “sumários" oriundos dos gabinetes de “comunicação” governamental, pode ser levado a pensar que a História da Madeira é uma coisa que, a bem dizer, começa agora. Tal como na História Universal, também nesta pérola atlântica - por sinal bastante embaciada pelo trabalho mercenário de sabujos e arrivistas de última extração - o novo "tempo da Sissi" vai contar-se de uma forma diferente: Ano I, Ano II, e assim sucessivamente... até acabar e desaparecer de vez (por força do labor inexorável da Grande Ceifeira) a holding do verdadeiro poder (o único, o do vil metal) que governa e governará a ilha por mais duas décadas, pelo menos… e que tem o seu “escritório operacional” na Fernão de Ornelas: dois “cadernos" de 24 páginas, viram? e os outros, “ temáticos”, por Secretaria? e as páginas diárias de “ lava+branco”? Essa rua ficará conhecida, lá muito adiante no futuro, rasurado que estará o século XX, como a Rua da CIA (Central da Intoxicação Azul).

Mas voltando ao caderninho das 24 páginas: muitos buscaram com avidez o sumário da cultura, uma das renovadíssimas bandeiras. E o que viram? Como diria o Jô Soares, um espanto! Cultura, muita cooltura: a renovação, a inovação, o arrojo de pensar em grande, a energia criativa, a qualidade tridimensional servida de bandeja a indígenas e visitantes, afinal traduzia-se em quê? Muito simples: pura operação de recauchutagem!
“Pneus” gastos e usados, o que fazer? Recauchutagem! Há zonas em que, com tanto dar a ver fotos e sítios mirrados pelo uso, já do tempo da velha senhora, mais os archotes acesos para se enxergarcapelas ao luar, mais baús de arte arrastados - qual “grande marcha” maoísta - em descentralização revolucionária até à Calheta… enfim, com tanta cultura empacotada que escapou à traça e de repente entrou em rally paper no frenesim azul, ficou no ar um cheiro a borracha queimada que até faz agonia. Só pode ser da recauchutagem! Eventos e inventos, mais que muitos. E no meio da turba atónita (a mesma dúzia de sempre, mas agora devota do novo poder reciclado) que rodopiava em vaidade e salamaleques pelas muitas inaugurações cool (sem espetada nem vinho seco) dos novos “eventos", só uma pergunta aflorava às melhores cabecinhas pensadoras: mas quem recauchuta - ou chuta de vez - o grande, grandecíssimo recauchutador? É que não há património que resista a tanta recauchutagem: semanal, mensal, quase diária na “lavagem de cérebro”, insistente, arrogante, verborreica - é borracha e gordura queimada a mais, porra!

Mas, o que foi mesmo empolgante de se ler, naquele sumário de um ano de cultura e que não tresandava a borracha queimada, foi aquela do “acolhimento" à Delegação dos Amigos do Museu Nacional de Arte Antiga: que evento sensacional e inovador. Como é que jamais, outrora, em tempo algum, ninguém se lembrou de encher relatórios com “eventos” destes?
Calma, ainda têm mais 3 anos para dar a ver muita coisa. Usem o património do senhorio, mas com menos intoxicação e, se possível, menos recauchutagem. É que agora é tudo "podre de chique", como convém a viscondes e barões, mas o olfacto da vilhoada já não aguenta...

6 comentários:

Eu, o Santo disse...

Será que o documento de 24 páginas está disponível online?
Quem é o grande recuchutador?

Anónimo disse...

Genial

Anónimo disse...



Esclarecendo o Santo:

O documento de 24 páginas disponível on line? Só perguntando ao Diário...
Quem é o grande Recauchutador? É só estar atento á informação/propaganda diária e ver quem é o "pai & mãe" de quase todos os "eventos" de que aí se fala, inaugurados com aquela finesse aonde gostam de aparecer cidadãos e cidadonas, e mesmo outras espécies animais!
Mas está bem assim, o que é preciso é marcar a agenda, ou seja, encher o chouriço cultural!

Anónimo disse...

a recauchutada diretora anda a conspirar num facebook secreto de discussão política, alguém sabe disto?

Anónimo disse...

O escrevinhador certamente apreciava mais os tempos do João Carlos Abreu, que recebia os seus amigos italianos e fazia das suas recepções eventos culturais. Ai bambinos culturais...

Anónimo disse...

O grande Festival Literário, qual catwalk, financiado por condenados pela justiça italiana, e que fogem a pagar impostos na economia portuguesa deve ser mais a seu gosto sr Calisto