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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Araras com água no bico



ALBUQUERQUE ABRE A CAIXA DE PANDORA
MAS SABE O QUE ESTÁ FAZENDO


Antes que os possíveis consumidores de jornais desatem a praguejar na direcção das Angústias, com palavrões de alto coturno a zurzir o Presidente do Governo, pedimos uns momentos de reflexão. É verdade que 'notícias' como esta de hoje anunciando ter Miguel Albuquerque escrito ao Presidente da República e ao Primeiro-Ministro a pedir atenção ao que se passa na Venezuela, sim, isso é chamar-nos de tontos. Mas o antigo presidente da Câmara do Funchal não dá ponto sem nó. 
Aquilo traz água no bico.
Albuquerque está consciente das tretas que são as 'notícias' desse género. Até nos parece que ele, para não afugentar a caça, já desistiu dos enchidos na opinião do DN - ou então atrasou-se no envio do texto em word. A verdade é que nunca mais vimos tais chouriçadas.
Ele, ao enviar as cartas a Marcelo e a Costa c/c ao DN, sabe perfeitamente o que pensará cada um daqueles dois dignitários, se por acaso os assessores chegarem a abrir as ditas: "Mas esse caramelo das ilhotas toma-me por mentecapto ou quê?! Então é preciso um pianista da Singapura atlântica vir dizer-me para acompanhar de perto a situação na Venezuela?"
De facto, ainda se Albuquerque apresentasse alguma ideia nova para ajudar os portugueses emigrados naqueles lados! Mas nada. Ele não apresenta sinal de solução. Apenas sugere que o assunto seja levado em conta nas reuniões entre Marcelo e António Costa. E depois? Que pode sair daí? Como é que Albuquerque, além de escrever cartas sem dizer nada, entende que a ilhota e o pequeno rectângulo podem ajudar os lusos instalados naquela explosiva e perigosíssima região do Globo? Como acha ele que se pode deitar a mão àqueles que vivem minuto a minuto sob ameaça de assalto ao negócio e à residência. Que sofrem à beira do sequestro, do assassinato gratuito e a sangue frio. Que se atormentam na impossibilidade de transferir dinheiro para Portugal e na iminência de ver o que é seu confiscado pela política popular venezuelana?!
Digam-me, se fazem favor!
Que porra podem fazer uma dúzia de 'marmanjos' políticos, convencidos e desvanecidos, ainda por cima a esta distância geográfica, para safar os compatriotas que dão ao cabedal naquelas inóspitas bandas, para os tirar de baixo da espada de Dâmocles que lhes ameaça permanentemente a cabeça?!

Calma, pois, caros Leitores. O próprio Rei da Tabanca II está ciente do que faz. Ele está consciente de que, além de provocar a ira ao PR, ao PM e a quem lê aquele tipo de "notícia", está de novo a abrir a 'caixa de pandora' no plano diplomático. 
Assim:
Nada tarda para que Paulo Cafôfo venha a terreiro dizer também que é preciso olhar pela Venezuela com um plano à Funchal - nós, pigmeus de 250 mil, a resolvermos problemas de um país com 22 milhões!
Parece que já estamos a ver Cláudia Monteiro de Aguiar dirigir uma pergunta de primeira página ao comissário competente, a perguntar se a UE anda a dormir na forma perante o que se passa nas terras de Bolívar. 
Liliana Rodrigues não ficará para trás e é bem capaz de convidar gente da Madeira, incluindo um cronista habilitado em propaganda, para embelezarem uma qualquer conferência em Bruxelas que mostre o quanto ela, eurodeputada Liliana, vive um dia-a-dia preocupado. Preocupado, claro, à conta das centenas de mortos por cada fim-de-semana nos subúrbios de Caracas e por causa da preferência dos sequestradores de Valência, Barquisimeto e Punto Fijo pelo milhão de portugueses radicados naquele país.
Sérgio Marques até já se adiantou e vem a terreiro também hoje, na mesma página de Albuquerque, com um retumbante comunicado a dizer que a sua Secretaria está preocupada com a situação na Venezuela. Uma diligência diplomática que a esta hora estará seguramente a ser debatida no Palácio de Miraflores.

Caros Leitores! Vejam as notícias compaginadas com estas iniciativas regionais de 'política externa': um agricultor português foi assassinado em Arágua; a poupança decretada pelo governo de Maduro vai obrigar o pessoal a viver mais tempo às escuras no território bolivariano. Viram a conjugação de peças na página. Agora tentem, Leitores, entrar na maquineta cerebral do nosso malandreco Presidente das Angústias: então, perante estas calamidades e ameaças na Venezuela, não está na hora de preparar com toda a urgência nova excursão que leve uma palavra às vítimas da diáspora? 
Ahahah!
Julgavam que Miguel Albuquerque tinha sido atacado pelo vírus da imbecilidade, assim de um momento a outro?
Aquele consórcio das viagens não brinca em serviço!

O problema é que lá se vai o dinheiro público. E os nossos conterrâneos continuarão a padecer o calvário de sempre, como acontece desde as primeiras viagens, há 30 e tal anos, que nenhum resultado trouxeram nem trazem para eles nem para ninguém, pelo contrário.

6 comentários:

Anónimo disse...

Caro Calisto
O outro dizia que "prognósticos só no fim do jogo", para já, você já ganha por 1-0 e tenho a ligeira impressão que vai "acertar na muche".
http://www.dnoticias.pt/actualidade/mundo/586816-claudia-monteiro-de-aguiar-exige-a-europa-que-seja-solidaria-com-povo-venez?utm_source=auto_rss&utm_medium=facebook

Anónimo disse...

e só show off...por parte dos políticos, claro.

Anónimo disse...

O "claro" do comentador das 8 para as 4 é que deixou tudo às claras. Mais um ataque de político para político. "Tenho dito."

Anónimo disse...

Camarada Luís,
Afinal é tudo conversa para o Governo Regional ir a Caracas ajudar os madeirenses emigrados?
Bem visto!!!

Anónimo disse...

bem metida. na mouche.
a advinhacao sobre a europeia liliana é que parece parca nos numeros da entourage.

Anónimo disse...

Calisto,

Não se esqueça do exemplo, de João Fernades Viera libertador de Pernanbuco, um ilustre Madeirense que meteu os Holandeses no sitio. Essa de sermos pequenos.... Não é argumento. Um carrapato preso no meio dos "tomates" de um elefante dá trabalho. Ao elefante claro.