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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Não me agarrem, se não eu fujo




TRAPALHADAS MAL BRANQUEADAS



Ah valente!


De enxada na mão, Miguel Albuquerque falava na Festa do Pêro, domingo na Ponta do Pargo, para que o presidente da Calheta Carlos Teles, de aguador em punho, mais os convivas e sobretudo os jornalistas ouvissem bem: "Quero deixar claro que, independentemente dos jogos de palavras e da retórica que seja introduzida relativamente ao aumento fiscal que potencialmente vai ocorrer na República, nós aqui na Madeira, relativamente ao imobiliário, não vamos acompanhar!"
O presidente do governo reagia aos propósitos da geringonça lisboeta de carregar nos impostos sobre quem tem casas caras. 
Como toda a gente viu, a comunicação social embandeirou em arco e pegou na valentia daquelas declarações 'de peito cheio', desatando aos panegíricos de primeira página e títulos interiores, promovendo Albuquerque ao pedestal de 'figura da jornada', - 'cagaçal' que começou ontem no DN e ecoa ainda hoje no JM.
Autonomia é isto! - resumiu quem leu e ouviu as notícias sobre o 'levantamento de rancho' do chefe do governo regional para Lisboa saber o que é bom para a tosse.
Ora, vai-se assistir ao TJ da RTP-M ontem às 9 e que é que se ouve, pela voz do jornalista de serviço? Que, um dia depois de ter desafiado a capital para a pancada, Albuquerque recuou claramente, mudando o discurso para as negociações que é preciso fazer com o governo alfacinha. Logo, até ver há aumentos, se forem decididos lá.
Isto é que é Autonomia! - continua a dizer-se hoje na campanha pública de branqueamento para salvar a face do novo sua excelência, para disfarçar que ele se encolheu. Mal sucedida campanha, diga-se. Esta é mais uma das trapalhadas de Miguel Albuquerque a que o povo já sabe a que atribuir: à falta de qualidade deste governo. Por mais que dourem a tal.
Então um presidente vai fanfarronar a plenos pulmões que com ele é assim mesmo, que avisa com toda a clareza, que vai fazer e acontecer... para no dia seguinte aparecer com olhar de cordeirinho arrependido a confessar que afinal não pode ser assim, que o que haverá a fazer é usar "expedientes" e levar o assunto à ALM que tem poderes para adaptar leis...
Então a ALM tem poderes para mudar as leis nacionais que quiser? Era bom, era.
Trapalhada em cima de trapalhada.
O mais interessante é a preocupação que vemos por aí de não deixar magoar o nosso chefe do Blue Establishment e seu governo. Enquanto ele metia os pés pelas mãos - mas jornalisticamente denunciado pela TV -, há quem trate de dar a volta para disfarçar a trapalhada, mas também metendo as mãos pelos pés.
O JM ainda hoje elogia a 'coragem' de Miguel, ao 'vetar' o novo imposto na Madeira: "Ainda bem que na Região não se vai entrar nesses ajustes", escreve o jornal, com uma desactualização espertalhona. O DN hoje põe nas gordas que "Expedientes" da Autonomia "afastam novo IMI" para, nas pequenas, mostrar Albuquerque a choramingar, que o que fará será "na medida do possível" e que tentará "suster esse aumento". Mas, para que conste, lê-se ainda no artigo - não assinado - que o rei vai pôr os 3 mosqueteiros em S. Bento a fazer barulho. Importante, o País já treme. 
Estas trapalhadas por falta de qualidade não são o pior. O pior é estarmos sujeitos a elas mais 2 anos, se o povo continuar adormecido. 
Retórica!

10 comentários:

Anónimo disse...

Desde que, via PAEF, deixámos de ter autonomia a coisa é assim. Meter o rabo entre as pernas.
Mandam-se umas papaias para impressionar incautos e fazer manchetes, e depois, nos dias seguintes vem-se explicar que a coisa não é bem assim e que se vai negociar, tentando que esta segunda leva passe despercebida na controlada comunicação social.
Mas, raios, então a RTP-M vem com a verdade escarrapachada ? Isto não se faz.
O que será que o Luís Miguel Sousa quer agora do governo?
Até o "outro" já está a deixar saudades. Ao que isto chegou !

Anónimo disse...

Albuquerque de vez em quando respira um ar rarefeito que lhe enche os pulmões e até fala grosso mas depois e na falta desse ar, volta à triste realidade.
O outro, agora virado para a ficção, parecia desequilibrado mas andava no fio da navalha e não caía, este, nem num caminho real se "aguenta de pé".

Anónimo disse...

Tal como as casas do P. Santo que eram para vender, afinal, havia ali uns imbróglios e não puderam ser vendidas.
O ferry vinha mesmo, custasse o que custasse, mas afinal já empurraram as culpas para Lisboa. O hospital é culpa de Lisboa. O subsídio de mobilidade é culpa de Lisboa. Se chamassem cubanos aos de Lisboa, iria jurar que não houve nenhuma renovação...
Está mais que visto que só interessa parecer competente. Fazer de conta que se governa. A pobreza está na mesma. O desemprego igual ou pior. Os impostos continuam iguais. Fizeram-se mais festas, para se poder falar em números grandes de ocupação hoteleira. Mas o comércio está na mesma amrgura de outrora. Dão-se casas com o dinheiro de todos nós para calar as vítimas da incompetência na defesa contra o fogo.

Anónimo disse...

Este ainda vai ter que comer muitas batatinhas para chegar ao nível do AJJ. Isto de dizer toda a porcaria que vem a cabeça sem pensar vai ser o seu fim político, isto claro se este governo de gente que não sabe o que está a fazer sobreviver a tanta burrada.

Anónimo disse...


O que se passa no Turismo é uma vergonha.

A receita aumenta e os lucros dos empresários do turismo também mas ninguém aceita que a classe trabalhadora possa ter atualização nos seus vencimentos.

Vergonha

No verão é ver os estagiários a trabalhar de borla - sim sem remuneração - porque os estágios não são pagos e são OBRIGATÓRIOS e a faturação do empresário nunca se reflete nos trabalhador.

Isto acontece nos hotéis der cinco estrela até aos com menos.

Disto ninguém fala.

Anónimo disse...

Pelo que percebi, há boas notícias para os números do desemprego: passaram a ser contabilizados por serviços regionais!

Anónimo disse...

O que se passa no Turismo é uma vergonha, Hotéis cada vez mais cheios e com mais receitas e o CCT não avança e os trabalhadores continuam a ser explorados e sem aumentos.

Anónimo disse...

É com total devaneio que vimos Miguel Albuquerque discursar, no passado domingo, mas o facto é que quem sofre é o povo! Temos um Governo Regional que não aplica às famílias carenciadas a devida isenção de IMI, contudo vem defender os "ricos" que tem um património de milhões. Haja paciência para tanta trapalhada.
Caro Calistro parabéns pelo excelente texto. Já é tempo de alguém abrir os olhos do povo.

Jorge Figueira disse...

Como poderão comprovar lendo abaixo, em 2015, eu escrevi que a herança que o actual GR receberia era muito mais difícil de gerir do que aquela que a "Madeira Velha" deixara.Esses tempos, em 1978, no discurso da tomada de posse, foram adjectivados de "procela". A badalada, nunca seriamente tratada, Autonomia, com um discurso de ferrabrás, endividou-nos.
Os tempos mudaram e, hoje, discursos desse jaez não tratarão bons resultados. A minha avó, em casos destes dizia: uns comem os figos a outros rebentam os lábios. Expliquem, direitinho, ao POVO: não há dinheiro, estamos endividados até a raiz dos cabelos. Não fazendo isso sujeitam-se a que lhe colem à pele a irresponsabilidade anterior.
https://funchalnoticias.net/2015/04/09/e-agora/

Anónimo disse...

Este Miguel Albuquerque é uma vergonha. Diz uma coisa hoje e amanhã já diz outra. É só bazófia!! Ele faz as promessas e a seguir culpa o Continente pelas promessas que não pôde cumprir.