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quarta-feira, 15 de março de 2017



OS TRABALHOS E PREOCUPAÇÕES 
DO SR. DEPUTADO PEREIRA


João Barreto


O Dr. Carlos Pereira, numa das suas meteóricas passagens pelo Funchal, convocou as associações sindicais para, no final da reunião, vir manifestar a sua preocupação com o aumento do salário mínimo regional.
Essa preocupação seria bastante louvável, não fosse o caso de suscitar alguma perplexidade, uma vez que o Dr. Pereira afirmou, com notória veemência, que o Governo Regional não quer aumentar o salário mínimo na Região.
Ora, percorrendo os noticiários dos últimos meses, constata-se que foi o Governo Regional que teve a iniciativa de propor à Assembleia Legislativa Regional o aumento do valor regional do salário mínimo para vigorar desde 1 de Janeiro de 2017. Para além da apressada reunião acima referida (a qual, anota-se, não incluiu as associações de empregadores), não se conhece do PS-Madeira (ao contrário doutros partidos com assento parlamentar como o BE) nenhuma iniciativa nesta matéria. Ora, como o mais destituído é capaz de perceber: quem não quer uma coisa, não a propõe; mas de quem nada propõe já será legítimo pensar que não quer.
O Governo Regional resolveu ouvir os parceiros sociais reunidos no Conselho Económico e da Concertação Social sobre a sua proposta. O Plenário deste Conselho inclui associações sindicais e de empregadores, mas também representantes de ordens profissionais, cooperativas, instituições particulares de solidariedade social, autarquias locais e Universidade da Madeira, os representantes da RAM no Conselho Económico e Social nacional e ainda personalidades de reconhecido mérito nos domínios económico e social. Vemos assim que todos os agentes sociais relevantes tiveram a oportunidade de discutir e expressar os respectivos pontos de vista sobre um tema da política de rendimentos que, pelas suas múltiplas intercorrências e consequências, interessa transversalmente a toda a sociedade. Sabe-se também que na reunião que teve lugar, todos, com excepção voluntária e assumida da UGT-Madeira, transmitiram a sua opinião.
A auscultação dos parceiros sociais foi assim bastante mais abrangente do que o pretendido pelo Dr. Pereira. No entanto – pasme-se – este, refugiado em elaboradas considerações de aparente teor jurídico, considera que se fosse restrito a apenas uma parte dos interlocutores o processo seria muito melhor. Curiosa concepção de democracia e participação…!
Ou será que o Dr. Pereira assentiu, numa curiosa inversão do sentido habitual das “correias de transmissão” entre estruturas sindicais e partidárias, a fazer-se porta-voz das pretensões do líder regional da UGT, o qual, à míngua de real representatividade entre os trabalhadores madeirenses, desespera por palco e atenção?

1 comentário:

Anónimo disse...


Parabéns pelo artigo de opinião.

A UGT na Madeira , sem representatividade expressiva está a tentar ser rebocada para o estrelato através de um líder , cuja base social, está muito longe da concertação social.

A Conselho económico e da Concertação Social , em plenário, debateu e aprovou a proposta do Governo com a emissão de um parecer bem estruturado e fundamentado sobre a evolução do salário mínimo.

O Dirigente do PS que cumula o cargo de representante da delegação da Madeira da UGT saiu da sala porque não queria discutir , comprometer-se, com uma votação para depois instrumentalizar o PS nesta batalha de críticas sem sustentabilidade.

Todos sabemos o papel do dirigente do PS e dirigente da UGT na Madeira.

Nós sabemos a sua ansia de protagonismo político e todos sabemos que o mesmo vive à custa da UGT porque na vida profissional o que é que o senhor fez ou vale?

Tristeza triste de estratégia socialista.