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segunda-feira, 29 de maio de 2017


Terrorismo e pena de morte:
desafio aos Leitores

O senhor professor doutor André Ventura termina a sua crónica na edição de hoje do Correio da Manhã com uma pergunta que levanta todas as interrogações, pelo menos para quem pensa o Mundo: deve ser restaurada a pena de morte para os terroristas? 

A questão é  séria e merece muito mais do que a análise sumária que, geralmente, é  dedicada a este e outros temas pelas redes sociais e pelos media que alinham pelas opiniões dominantes. 

Numa primeira abordagem direi que sou contra a pena de morte, como sempre fui, desde o primeiro dealbar de consciência cívica. No entanto, porque incondicional da liberdade, admito que as actuais circunstâncias do mundo em que vivemos, possam permitir uma nova reflexão. 

Deixo-vos o desafio. 

João Cristiano Loja


Texto do professor André Ventura

O mundo pós-Manchester Mais cedo ou mais tarde, este terrorismo horrífico vai-nos obrigar a discutir a pena de morte.

Ler mais: http://www.cmjornal.pt/opiniao/colunistas/andre-ventura/detalhe/o-mundo-pos-manchester?ref=andre-ventura_destaque


18 comentários:

Raghnar disse...

Excelente reflexão do Professor Ventura, concordemos com ela, ou não. E bom apontamento sobre os sistemas prisionais, pois em certos países europeus, a maioria da população prisional é já islâmica. E começam a surgir denúncias da evangelização FORÇADA dos outros presos não-muçulmanos, que caso não se convertam sofrem duras represálias.


Não podemos permitir que os instrumentos em que assentam a civilização ocidental sejam os mesmos que permitam a sua subversão. E é nisto que apostam os radicais islâmicos que vêm nessa tolerância sinais de fraqueza e não de elevação...

Anónimo disse...

Diz-me que jornal les ....dirte-ei quem és...

João Barreto disse...

Para quem acredita na liberdade, todos os jornais devem ser lidos e todos criticados. Às claras e sem máscaras, de preferência. O certo é que no jornal mais lido em Portugal, um professor universitário lançou a questão. Vai o anónimo desconsiderar só porque foi escrita no Correio da Manhã. Espero estar enganado, mas cheira-ne a snobice da pior espécie:a ignorante preconceituosa só porque ouviu alguém dizer que parecia mal.Esoero que demonstre o contrário, expressando a sua opinião sobre o tema e assinando por baixo (nem que seja com um pseudónimo que o individualize da multidão de anónimos).

Anónimo disse...

Parei de ler na parte Correio da Manha(ã).

amsf disse...

O "professor" (A)Ventura não parece ser diferente, nas suas reflexões, daqueles que opinam nas redes sociais sem que alguma vez tenham "investido" um minuto a pensar no assunto.
O "professor" antes de mais terá que definir o que é terrorismo, e de preferência tecnicamente e não politicamente e assumir as consequências dessa definição.
O terrorismo terá que ser combatido através da polícia e dos serviços secretos e não através da força aérea. Sim, porque há quem não se importe de aproveitar um pretexto para impor a sua agenda e os seus interesses usando falsos pretextos.
Eu se massacrassem a minha família,a minha tribo, o meu grupo religioso (se tivesse religião o que não é caso)o meu país também aliar-me-ia àqueles que tecnicamente/politicamente/religiosamente me facilitassem a vingança! Há quem esteja a criar terroristas não por inépcia mas de forma intencional. A história é escrita pelos vencedores em determinado tempo e lugar e nós pertencemos a um lugar e um tempo específico e a história que conhecemos é a história que nos permitem conhecer. Quando a nossa comunicação social de referência colabora na criação de uma determinada narrativa(a do lado contrário faz o mesmo)estamos perante uma tragédia cujo desfecho é técnico (vencerá o mais forte)e não moral (deus não intervém na história humana como uns mais do que outros pensam).
Quem defende a pena de morte é porque não conhece a história...É que tudo isto, para quem conhece a história humana é uma mera repetição.
Claro que depois faremos filmes sobre o carácter humano do personagem sujeito à escravatura, o índio selvagem que afinal tinha as suas razões, a mulher que afinal tinha condições para usufruir dos mesmos direitos que o homem, o negro que afinal além de ter alma era também um ser humano, o homossexual que afinal não era um depravado e um pecador, etc, etc. Será que o ser humano moderno não consegue perceber que os seus antepassados que aceitaram e apoiaram estas monstruosidades não eram especialmente maus mas que eram manipulados pela ignorância e pelas elites que usando razões supostamente socialmente válidas apenas defendiam os seus interesses pessoais?!


amsf

Anónimo disse...

De que servirá a pena de morte quando eles próprios se explodem na esperança de encontrar as virgens no além??? Para os intelectuais reflectirem

Paulo Vieira disse...

Acho o autor deste artigo, o André Ventura, tão cretino, tão cretino, que me recuso a ler um artigo escrito por ele, mas isso não me impede de dar a minha opinião sobre um assunto que considero bastante oportuno.
Aplicar a pena de morte a gente com tão pouco apego à vida terrena como são os jihadistas, nem me parece motivo para grandes reflexões, acho que devemos, sem grande publicidade, ajudá-los a atingir o Paraíso.
Temos a todo custo de defender o mundo civilizado desta corja de fanáticos religiosos que nos quer chacinar e que espalha o pânico por toda a parte. Temos o direito de viver em paz e de proteger as nossas famílias e para atingir esse objectivo devemos usar todos os meios ao nosso alcance, mesmo a pena de morte, com a qual, em circunstâncias normais, discordo profundamente.

Anónimo disse...

A forca é sempre um grande espectáculo. Ai as saudades que eu tenho de ver um tipo pendurado na forca! E um fuzilamento? Aquilo é rata-ta-ta-ta-ta-ta-ta e está o mundo mais risonho de repente. Pena de morte, já. Quero sangue.

Anónimo disse...

Haverão sempre uns patetas com soluções milagrosas para grandes males! A diferença é apenas no estilo: se fôr um bardamerdas, não passa de um vendedor de banha-da-cobra; se fôr um letrado já prescreve mediante receita, um placebo! Ir às causas profundas dos problemas é que é mais complexo e menos espaventoso do que apresentar uma solução milagrosa, tipo pena de morte para terroristas-suicidas! Faz isto algum sentido? Se o Mundo Ocidental, no seu permanente estado neo-imperialista não alimentasse regimes tirânicos e guerras em troco de gás e petróleo grátis, talvez a miséria que alimenta fanatismos religiosos não degenerasse em tantos fanáticos prontos a serem manipulados! Mas isso implicava menos lucros para os sistemas financeiros e para as indústria bélicas (russa, chinesa, europeia, israelita e norte-americana) e petrolíferas!

Luís Oliveira

Fernando Vouga disse...

Que me desculpem o atrevimento de ir contra a corrente, mas penso que tal solução é um sofisma. Porque parte da premissa errada de que, para aquela gente, a morte é um castigo. E todos sabemos que não é. Pelo contrário, é desejada.

Raghnar disse...

O discurso do "imperialismo" cai por terra quando se analisam as estatísticas da incidência do terrorismo islâmico, que faz mais vítimas entre os muçulmanos moderados do que entre os "imperialistas".

Mas dá muito jeito à tendência de atribuição de culpa ao Ocidente por todos os males mundiais. E não me parece que o móbil da medida seja a punição, mas a constatação de que em tempos de guerra não se limpam armas.
Não estando necessariamente de acordo com a medida, muito mais complexa que o sim ou não, considero a reflexão é pertinente...

amsf disse...

Raghnar

Podia-me definir terrorismo?

Podia-me explicar como se distinguem os muçulmanos moderados dos outros?

Responda e verá que as suas respostas não são técnicas mas políticas porque visam dar cobertura "ideológica" a um certo status quo e a um ceto modus operandi.

Nem todos os muçulmanos são terroristas mas se usar uma certa definição de terrorismo acabará por criar a ideia de que todo o terrorismo é muçulmano e dai extrair a ideia de que todos os muçulmanos são terroristas.

Todos os dias somos bombardeados por meias verdades e a nossa opinião que tem origem nessas verdades não muda mesmo depois de nos apercebermos de que estávamos a ser enganados. Faz parte da natureza humana não mudarmos de opinião mesmo que se descubra posteriormente que os factos que nos levaram a determinada opinião não são verdadeiros. O investimento emocional raramente nos permite voltar atrás pois tal mudança levaria a uma incoerência interna que poucos conseguem suportar. A maioria não percebe que, como nos filmes, o herói só o é porque a câmara filma a partir da sua perspetiva dando enfase a determinadas coisas e ocultando outras.

amsf disse...

Raghnar

Durante a expansão do império romano as maiores mortandades davam-se entre as tribos conquistadas e as a conquistar por uma razão muito simples o colonizador é sempre em menor número mas tecnicamente mais evoluído e conta na sua ação com os agentes locais sem falar que a luta não se dá na metrópole mas na zona a conquistar. Aliás lamentamo-nos muito mas a verdade é que a Al-Qaida e Estado Islâmico, apesar de tudo, não tem sido muito eficiente na radicalização dos seus potenciais seguidores nas sociedades europeias e americanas.
O que acontece é que deste lado se aproveita a oportunidade para lançar o pânico para assim justificar certas medidas internas e externas e certos orçamentos militares e securitários.
Tendo em conta as carnificinas mútuas e provocadas pelos Ocidente no mundo muçulmano e da informação alternativa que é a internet que consegue contornar a informação censurada da comunicação social de referência considero que o Ocidente tem sido feliz nesta suposta guerra ao terrorismo. Temos muitos mortos e bem poucos atentados e esse escalar de mortos é proporcional à vontade de vingar os mortos que acontecem lá longe e que nos são ocultados. Nos anos 70 e 80 houve mais terrorismo na Europa (mas com menos mortos)e com intervenientes diretos mais minoritários do que os muçulmanos (ETA, IRA, Brigadas Vermelhas, Ação Direta, Baader Meinhof, Fração do Exército Vermelho, Anarquistas gregos, algum terrorismo palestiniano (OLP, FPLP, etc) e também terrorismo de direita na Itália, etc). Até nós tivemos terrorismo de direita (MDLP) e de esquerda (LUAR, FP-25A). Sem falar na nossa FLAMA...

Raghnar disse...

Não tem sido eficiente, mas tem sido bastante eficaz. Não tanto nas sociedades americanas, mas na Europa sim e a tendência é para crescer. Definições existem muitas, mas considero que são actos violentos premeditados que têm como alvo primordial populações civis e que visam o maior impacto mediático possível.

O radicalismo islâmico é predominante, princpalmente, no wahabismo e entre os sunitas, escolas islâmicas particularmente fundamentalistas, dadas às interpretações literais dos "ensinamentos". Não quer dizer que esteja ausente entre as outras correntes, mas a predominância dos radicais entre estes é indesmentível.

E a falha principal da argumentação do "imperialismo ocidental" (cuja actuação não é exemplar, mas também não é a origem de todos os males mundiais) é, então, qual a razão de o número de atentados suicidas à bomba terem maior incidência entre os próprios países islâmicos. Com vítimas entre as correntes moderadas do Islão, como os xiitas que não são considerados "verdadeiros muçulmanos" entre os radicais.

O terrorismo que fala não usava bombistas suicidas, uma inovação significativa e muito preocupante, sendo que o objectivo desta gente é provocar o mais número de mortes entre civis "inocentes", estratégia que a maioria desses grupos normalmente repudiava, pelo menos publicamente. Mas é um facto para o qual ainda não ouvi uma explicação convincente, a razão pela qual a maioria dos mortos provocados pelo radicalismo islâmico são muçulmanos e a maioria dos atentados em países muçulmanos. Não é pelo "imperialismo" do Iémen, da Somália ou da República Centro-Africana, certamente...

amsf disse...

Raghnar

Pela sua resposta vejo que sabe do assunto no entanto põe algumas questões cujas respostas podem ser simples.
Suicidas por incapacidade técnica de o fazer de outra forma e como forma de confrontar a restante comunidade muçulmana apática. Ainda hoje se toca na tecla de Jesus Cristo ter dado a vida por nós. Os monges budistas também imolavam-se pelo fogo como forma de manifestação contra a guerra do Vietname. Na história do cristianismo o mártir também é usado como forma de propaganda emocional.
Os alvos civis ocidentais também são fruto de incapacidade técnica, não podendo atingir alvos políticos e militares atingem os alvos moles.
É natural que os muçulmanos sejam as maiores vítimas pois as guerras são lá e por serem guerras civis e religiosas é natural que assim seja.
Os casos do Iémen, Somália, República Centro Africana, Nigéria, Filipinas, Indonésia, Mali, a actual Líbia só são notícia, e mais alguns episódios no Norte de África, porque mediaticamente vêm reforçar o perigo do terrorismo islâmico. Sem Al-Qaeda ou Estado Islâmico estes focos existiriam mas não seriam notícia.
Resumindo: a melhor forma de combater o terrorismo é via serviços secretos internacionais mas se está a ser feita desta forma é porque serve outros interesses que não o combate ao terrorismo proclamado de forma sonora. Estamos a criar terroristas e a conseguir que tenham aceitação em certos meios e não é por inépcia.

Jorge Figueira disse...

Em nenhuma circunstância me parece legítima a pena de morte. Vai sendo tempo da Humanidade sair da barbárie, ainda que os tempos sejam difíceis.

João Barreto disse...

O debate está interessante como se pretendia. No próximo fim de semana tentarei fazer uma síntese e relançar o tema. Todos os contributos são bem vindos.

Raghnar disse...

Notem que eu também não estou a "defender" a instituição da pena de morte, até por não ter uma posição formada sobre o tema. Mas não a excluo a priori, posição que parece ser minoritária.

Agradeço também ao autor da "posta" ter trazido este pertinente tema à liça e aguardo desenvolvimentos. Normalmente os temas que suscitam mais debates são as pequenas tricas político-partidárias para as quais não tenho saco...