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quarta-feira, 18 de outubro de 2017




ANTÓNIO COSTA, A 106.ª VÍTIMA


A principal responsabilidade política é agora concretizar em medidas as conclusões e recomendações da Comissão Técnica Independente" ¹. Ouvi e fiquei incrédulo. Como é possível que um político que “considera que vai entrar para a História” ², e que se auto-elogia “por o PS ter protagonizado a “liderança da esquerda” ², diz que vai seguir as recomendações de uma comissão técnica quando o que se espera de um primeiro-ministro é que as suas decisões sejam de natureza política?
As suas declarações na residência oficial, na sequência dos incêndios do passado domingo, são confrangedoras e reveladoras do seu crepúsculo como líder da geringonça. Quando um líder político se cola, acefalamente, a propostas técnicas, debitando frases como “este não é um tempo de demissões, é um tempo de soluções” ¹ está tudo dito. António Costa não tem a mínima ideia das políticas a aplicar para resolver o inferno dos incêndios que vitimou mais de uma centena de portugueses. Por outras palavras, António Costa assume a sua total incapacidade política quando desabafa que “os portugueses sabem bem que os governos não têm varinhas mágicas para resolver os problemas” ³. Revelando a mesma incapacidade política, o Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, vem defender que "têm de ser as próprias comunidades a ser proativas e não ficarmos todos à espera que apareçam os nossos bombeiros e aviões para nos resolver os problemas. Temos de nos autoproteger ⁴. 
Na verdade, tanto Jorge Gomes como Constança Urbano de Sousa não têm quaisquer responsabilidades políticas, pois António Costa “voltou a segurar a ministra da Administração Interna e defendeu que situações como a deste fim de semana podem repetir-se, pois o grande problema por detrás dos fogos que têm ocorrido em Portugal é a falta de ordenamento nas florestas” ³. O mais surpreendente é que António Costa nem percebe a incoerência das suas afirmações. Por um lado, afirma que vai seguir as recomendações da comissão técnica, mas, ao mesmo tempo, resume tudo à falta de ordenamento nas florestas. Acresce que quando foi Ministro de Estado e da Administração Interna, no governo de António Sócrates, fez aprovar o Plano Nacional de Defesa da Floresta contra os Incêndios, o qual, segundo as suas palavras “visava comprar tempo para que essa reforma fosse feita. Devo dizer que fico chocado, dez anos depois, por verificar que essa reforma não foi feita” ⁵. Sobre o Plano Nacional de Defesa da Floresta contra os Incêndios de António Costa convém lembrar que o seu Secretário de Estado, Ascenso Simões, admitiu que foi “um erro grave” não seguir a mudança de paradigma na prevenção e combate aos incêndios florestais, defendida numa proposta técnica entregue ao governo em 2005” ⁶. Paradoxalmente, nessa altura, António Costa, ministro da Administração Interna, “quando esta proposta estava a ser discutida anunciou a intenção de lançar com concurso público para a compra ou aluguer de meios aéreos de combate aos incêndios”. Perante estas decisões políticas de António Costa, que contrariavam o Plano Nacional de Defesa da Floresta contra os Incêndios, de que tanto se orgulha de ser o autor, como podemos acreditar na palavra de António Costa quando diz que "nada pode ficar como antes ¹? Diz o povo que de boas intenções está o inferno cheio, pelo que interpretei as palavras de António Costa como mais uma promessa para tentar calar a crescente contestação à sua soberba e imobilismo. Contudo, a partir de ontem tudo mudou. Marcelo Rebelo de Sousa falou aos portugueses e não deixou margem para dúvidas: "espero que o governo retire todas as consequências do que aconteceu ⁷. Ao afirmar que “O Presidente da República estará atento e exercerá todos os seus poderes para garantir que onde existiu e onde existe fragilidade ela terá de deixar de existir“ ⁷, Marcelo Rebelo de Sousa deixou o primeiro-ministro António Costa e o seu governo tão fragilizado quanto as vítimas da tragédia, e a “geringonça” ligada à máquina. Na verdade, nada ficará com antes. António Costa não ficará na História por ter protagonizado a liderança de esquerda, mas sim porque, como primeiro-ministro, foi o responsável pela morte de 105 portugueses.
A. Lima
¹ Depois deste ano nada pode ficar como antes ² Moção de António Costa. Contra o “vírus da fé excessiva” nos mercados ³ Incêndios em Portugal: “Situações como esta vão repetir-se” ⁴ “Não podemos ficar todos à espera que apareçam os nossos bombeiros e aviões para nos resolver o problema” ⁵ António Costa diz-se “chocado”. Dez anos depois, a reforma florestal não foi feita ⁶ Incêndios. Ex-secretário de Estado de Costa admitiu “erro grave” na política de defesa da floresta ⁷ Marcelo Rebelo de Sousa; Estes mais de 100 mortos não mais sairão do meu pensamento

8 comentários:

Anónimo disse...

Pereirinha.....a 107ª vítima.

Anónimo disse...

Costa tal como o seu criado Cafofo estão a se marimbar para os Portugueses , quantos mais morrerem melhor , são menos a reclamar , eles preocupam-se é com o tacho e com as negociatas

Anónimo disse...

Costa não é vitima é agressor!

Anónimo disse...

E o pereinha faz-se de agressor e vítima.

Anónimo disse...

Durante quatro meses, depois do que aconteceu em Pedrogão, António Costa não teve tempo para pensar nos incêndios. Havia eleições autárquicas e muitas manobras a fazer! Mas, emprenhado pelos ouvidos pelo Holandês que colocou nas administrações da TAP e da CGD, perdeu um dia no Funchal a conspirar contra a direcção legítima do PS-Madeira que nem teve a coragem de ouvir. Conluiado com os verdinhos de Santa Cruz entregou a Cãmar aos Cafofos desta ilhota, meros serviçais dos AFAs,Sousas dos Portos e do sul africano.

Anónimo disse...

O Satanás do Passos Coelho deve estar a se glorificar e a partir-se de riso histérico, porque quanto mais arder e mais ser destruído o País melhor para ele, assim como para a Miss Eucalipto.
Convinha o MP averiguar o inicio de tudo isto

Anónimo disse...

E ninguém fala do PR Mercelo Rebelo, o mister Portugal que só sabe dar abraços, beijos, tirar sefies e chorar com vítimas para se mostrar solidário?
Então este sr. Não é o chefe de estado maior, o chefe das forças armadas?
Porquê que não mantou avançar os militares para apagar os fogos? Existem poucos recursos nos bombeiros, não podem estar en todo o lado e não se utilizam os referidos? Militares com formação em apagar incêndios, aviões aptos a faze-lo e então?? A culpa é só do Costa e do seu governo?
O PR tem mais responsabilidades além de se mostrar solidário com vítimas, tem mais responsabilidades e poder do que mandar o Governo de Costa pedir desculpas aos portugueses! Porque é que não faz mais?

Anónimo disse...

Das 14,41h
Optimo, concordo pleneamente com o descrito, isto de só falar e não agir já não convence, precisamos é de gente lutadora e que decida bem e rápido no momento.