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sábado, 16 de dezembro de 2017

Bagunça rumo a 2019






TRÊS


Agradeço as muitas pistas que os Leitores me passaram para superar a falta de temas nesta nova secção. Infelizmente, a pista que recolhi para hoje deixou-me na dúvida sobre se não teria sido uma partidinha de Natal, como os diabinhos, os beijinhos e os ratinhos de outrora. 
Eu tinha aflorado aqui as boas relações da câmara cubana com a imprensa lava-tudo, sempre Pelas Pessoas, como se sabe. Então, um comentador do Fénix apressou-se a dar-me uma ideia inspirada naquela: rever os telejornais mais recentes da RTP-M e dizer alguma coisa sobre o assunto. 

Hoje, como já tinha lido pela 6.ª vez a cartinha do Emanuel ao Pai Natal; já tinha decorado 5 das 80 alterações que Carlos Pereira propõe para o Orçamento da Região; e como sentia um vazio na Opinião escrita diária, sem artigo de Cafôfo nem de Albuquerque, lá fui eu andar com a fita da televisão atrás. 
E pus-me a ver o último TJ gravado no sistema, o desta quinta-feira.
Não devia.
O Leitor viu?
Bem, aquele TJ começa com um quarto de hora de secretário da Saúde a desbobinar sobre Hospital dos Marmeleiros, obras para aqui, transferência para o Dr. Nélio para lá, obras para acolá. Então, depois de uma pastilha tão difícil de engolir, prega-nos a pivot com uma injecção de Bastonário dos Médicos a dissertar sobre a mesmíssima temática. Horas e horas.
Aguardava eu por um rompante, um rasgo de notícia que animasse as histórias da noite quando entra em cena o secretário das Infraestruturas, Amílcar Gonçalves, a dissecar um tema tão descolorido que devo ter passado pelas brasas. Mas só uns segundos. Acordei com a voz de Miguel Albuquerque, todo inchado com o título que a Madeira conquistou de melhor destino insular do Mundo. Oxalá que o júri dessa coisa não tenha a ideia de vir cá ver como é mesmo esta maravilha, pensei com uma pontinha de maldade gratuita.
Para apimentar um pouco este desfile de desgoverno no ecran, ouvi em off a tal dádiva governamental de meio dia de balda na sexta 22.
Bem: depois de andarem a hibernar longos meses, os mandantes da Tabanca voltam em força à televisão, se calhar de acordo com a nova comunicação anunciada por Albuquerque depois da banhada no 1.º de Outubro.
Só que o fartote exagerava. Porque, sem nos deixar respirar, a RTP meteu no ar o secretário da Educação - governo a seguir a governo - para Jorge Carvalho falar mais uma vez dos luso-venezuelanos que têm o privilégio de evoluir com o nosso ensino regional, muito mais à frente do que o da Universidade Central de Caracas.
Eureka! Eis que aparece uma peça jornalística, enfadonha e anestesiante mas ao menos de outra cor, com o Miguel Gouveia da câmara: a Gruta está adjudicada por 2010 euros por mês, verba que, pelo que percebemos, em 200 anos poderá pagar o investimento na dita Gruta por conta dos nossos impostos.
Mas nem de propósito: desaparece o financeiro municipal do ecran e temos no seu lugar Joana Silva, acolitada pelos outros vereadores PSD, a carregar com forte bordoada no Cafôfo, acusando-o de subsidiar associações de arte de cá, do Continente e não sei se do Ceilão - e, pior ainda, sem que o Xerife dos mossos de esquadra soubesse explicar à vereação o porquê, o para quê e o como dessas verbas atiradas ao charco.
Para os comissários acantonados na câmara não era tudo. Naquele TJ faltava Carlos Pereira do PS. E foi mesmo ele que apareceu em mais uma conferência de imprensa com as tais propostas de alteração ao orçamento - Parte XIV. 
Foi-se o Carlos. E veio quem? José Prada! Sim, o meu Amigo Dr. Prada, rodeado de uma brigada de deputados laranja. Se Joana Silva ofuscou Miguel Gouveia, Prada escureceu as ideias 'orçamentativas' do ainda chefe socialista, com um discurso cheio de loas às previsões macro-contabilísticas de Pedro Calado, tão prometedoras para os funcionários públicos.
Desporto. Intervalo. Uff! Livres? Era bom. Acho que ainda em cima do genérico de recomeço do TJ, ouve-se Miguel Albuquerque a dizer-se 'réu das obras públicas', em resposta à oposição que critica o regresso da política do betão. Mais governo. Mas aqui com uma particularidade: Cafôfo aparece também na peça. Com direito a uns 5 ou 6 segundos para uma das suas arengas ocas, a propósito do PDM.
Não passa muito e temos de novo o poder governamental no ecran: Susana Prada, do Ambiente, a prometer fiscalização aos popós que desçam da serra, que é por causa dos pinheirinhos de Natal. 
Tudo isto no mesmo TJ, não é piada.
Se se lembrassem de fazer também uma peça sobre um novo plano estratégico de Humberto Vasconcelos, o TJ de quinta-feira podia ser considerado um plenário de governo, com a leitura das conclusões a cargo da RTP. 
Pensei cá para mim: as Pessoas desiludidas queixam-se dos suplementos brancos que o Cafôfo põe na imprensa. Que dizer da televisão?
Não deixei a coisa ficar assim. Hoje, pus-me manhoso, à frente da TV, às 21 horas. Talvez em directo a ideia do telespectador seja outra. As gravações às vezes são alvo de truques e sabotagem.
Começa o TJ de sexta. Pedro Calado na abertura. Dinheiros para a Saúde aqui, planos para a Saúde acoli, obras na Saúde lá em cima, adaptações lá em baixo...
Vou para desligar a TV quando aparece Miguel Albuquerque no ecran, a bordo de um carrinho eléctrico, no Porto Santo, a prometer melhorias no centro de saúde da ilha, cuidados com a hemodiálise, mais uns...
Claro, Leitor. Foi o que fiz.
PS - Estendi-me nesta crónica, é verdade. Mas precisava de exemplificar com dados concretos tim-tim por tim-tim, para o Miguel Cunha não dizer que invento e exagero.

5 comentários:

Anónimo disse...

Falta ainda os sindicatos ds professores que terão desmarcado um greve que afinal era uma manif apenas porque foi prometido começar talvez la p janeiro o negociar os descongelamentos coisa que o Cista ja tinha prometido ha semanas... De facto nao e so este Desgoverno os tristes dos parceiros estão ao mesmo nível...

Anónimo disse...

Depois de ler a excelente crónica do srº Luís Calisto, sinto-me um sortudo e um felizardo! Eu não tenho esse problema de levar com choriçadas noticiosas, porque para bem da minha sanidade mental já há muito tempo que deixei de ver a RTP/sousas e de ler o diário do srº Blandy! Não sou consumidor de propaganda, e ainda tenho milhões de neurónios a funcionar bem que me permite escolher o que é boa informação, do que é informação para broquilhas e matarruanos!

Anónimo disse...

A RTP/Sousas e o Diário do Blandy são o cocó jornalistico do momento. Se uma pessoa sai da propaganda do Cafofo cai na RTP do governo. Isto é só propaganda como milho cozido de antigamente. Comer milho até não puder.

Anónimo disse...

Entao o Sousa é socio do Diario ou da RTP ?
O servico publico é o unico que pode ser independente.
Haja coragem jornalistas da RTP

Anónimo disse...

Tudo indica que este Circo vai continuar até 2019